Por Giovanna Germani
Meu prezado leitor ou leitora, já imaginou fazer uma pasta de tomate utilizando como ingredientes principais os tomates e o Sol? Isso mesmo, o bom e velho Sol! Pois é o que Giovanna Germani nos apresenta aqui no In Vino Viajas. Giovanna, redatora para social mídia na agência bauc. é brasileira, mas ao que parece o sangue italiano da família Germani ainda se manifesta. Com a palavra, Giovanna.
“Recentemente viralizou nas redes sociais um vídeo feito pela autora italiana Elizabeth Minchilli em seu canal no Youtube sobre esse método tradicional (e muito curioso) de produzir pasta de tomate, ensinado na Escola Culinária Anna Tasca Lanz, da cidade de Vallelunga Pratameno, na Sicília. Esse método, por ser tradicional e encontrado apenas nesta parte do mundo, certamente é um produto com identidade e origem e pode ser considerado um grande tesouro no fundo do quintal dos italianos e um ótimo aliado para o comércio dessa parte da Itália. Confira abaixo um pouco do processo!
Assim que são colhidos, os tomates ficam de molho por dois dias inteiros (acima) antes de serem enxaguados em água fria e serem cortados ao meio para tirar qualquer impureza ou sujeira que possa ter ficado nas frutas. Logo em seguida, os tomates são colocados em um balde maior, são misturados com alguns temperos como cebola e folhas de louro e cozinhados para começarem a soltar o líquido que retém, o suculento molho de tomate. Essa é a parte mais simples do processo e muito provavelmente você mesmo já fez algo parecido nas deliciosas macarronadas de domingo com a família.
Mas é a partir daí que começa a parte diferenciada do processo de preparo de pasta de tomate siciliano. Logo em seguida, os tomates são deixados para secar por 20 minutos em vasilhas especiais como mostra a imagem abaixo.
Depois dos tomates serem passados por um moinho de alimentos que separam as peles e sementes da polpa e descansarem por um dia inteiro na sombra, o grosso da pasta é colocado, para a surpresa de todos, em cima de algumas mesas de madeira ao ar livre – veja mais abaixo.
Por três dias (isso mesmo, três dias!) o molho de tomate é deixado em cima das mesas e exposto à ação calorosa do Sol, enquanto os responsáveis pela produção espalham a pasta de tomate para drenar o restante da água que não foi retirada antes.
De acordo com Elizabeth, cinco mesas cheias de molho de tomate viram uma grande panela de pasta de tomate concentrado. Mesmo depois de já ter ficado três dias embaixo do Sol engrossando, a pasta de tomate final ainda é deixada de molho nas mesmas mesas de madeira por mais um dia antes de ser colocada em jarras e distribuídas para seus consumidores. Está terminado o mágico processo de colocar o calor do Sol dentro de um pote de tomate amassado para o saborearmos em nossas refeições!
Como você pode ter observado, este não é um processo comum de produção deste tipo de alimento e tem um valor intrínseco (e provavelmente das papilas gustativas, é claro) muito maior do que um extrato de tomate produzido em uma fábrica. Ele carrega a cultura da comunidade, talvez centenas de anos de saber-fazer. Ele realmente traz toda a história de sua manufatura, de quem fez o alimento e, em especial, onde foi produzido, o que faz toda a diferença para o consumidor.
Por isso, minha amiga e meu amigo, a pasta de tomate siciliana é um verdadeiro tesouro no fundo do quintal!”
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