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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Novidade criativa: serra gaúcha inaugura 115 Km de rotas de cicloturismo entre vinhedos, vales, vilarejos e montanhas


Por Rogerio Ruschel (*)

Eleita pela revista especializada norte-americana Wine Enthusiast como um dos 10 melhores destinos de enoturismo do mundo em 2013, a serra gaúcha agora ficou ainda mais atraente com a iniciativa “Que tal de bike?” proposta pela Rede de Hotéis Dall’Onder, de Bento Gonçalves: fazer turismo pedalando em 115 Km de roteiros. (Foto de abertura de Jonatha Junge.)


Agora o turista que for ao sul - apaixonado ou não por vinhos, hospedado ou não nos hotéis da rede Dall’Onder – vai poder fazer passeios em quatro rotas de turismo na serra gaúcha: Vale dos Vinhedos, Caminhos de Pedra, Estrada do Sabor e Vale do Rio das Antas. 


Outros dois roteiros existentes (Vinhos de Pinto Bandeira e Rota das Cantinas Históricas) ainda não estão disponíveis, mas os 115 quilometros disponiveis desde agora são suficientes para muitas viagens. Na foto abaixo uma casa de imigrantes no roteiro Caminhos de Pedra.


O projeto “Que tal de bike?” oferece oito trajetos diferenciados nessas quatro rotas que percorrem Bento Gonçalves e outros quatro municípios - Garibaldi, Monte Belo do Sul, Nova Roma do Sul e Pinto Bandeira. Você pode escolher o roteiro de acordo com sua capacidade aeróbica e tempo disponiveis, entre roteiros com 3h a 8h de duração, percursos de 10 km a 34 km e graus de dificuldade que vão do leve e moderado ao radical.
 Por exemplo, pode ser uma pedalada leve pelos vinhedos mais próximos (como os mostrados acima e abaixo) ou uma travessia mais dificil pelo Vale do Rio das Antas, que leva um dia inteiro. Todos os roteiros terminam com visitação e degustação de vinhos gaúchos de qualidade nas melhores vinícolas da região, seguido de traslado de volta ao hotel. Veja os detalhes dos roteiros mais abaixo.
 
A iniciativa teve como incentivador Tarcísio Michelon, diretor da Rede de Hotéis Dall’Onder e também idealizador do roteiro Caminhos de Pedra, e foi viabilizada na forma de uma parceria com a empresa Caminhos do Sertão Cicloturismo, pioneira na operação de roteiros regulares de bicicleta na região. Na foto abaixo, Tarcísio Michelon com Denise Centena de Araújo, coordenadora do projeto. Como a beleza do passeio sempre estará garantida, os organizadores trabalharam bastante nos aspectos de segurança e conforto e porisso, os turistas serão sempre acompanhados por uma equipe treinada e um veículo de apoio com toda estrutura necessária. 

Em 2013 quando o Vale dos Vinhedos foi eleito pela revista norte-americana Wine Enthusiast como um dos 10 melhores destinos enoturísticos do mundo, a região ficou ao lado de alguns destinos já consolidados internacionalmente como o Vale do Rio Douro (Portugal), Stellenbosch (África do Sul), Hunter Valley (Austrália) e Rioja (Espanha). Pois agora, além dos benefícios de pedalar e das belezas de cartão postal da região serrana, o cicloturista vai poder curtir a excelência dos sucos e vinhos finos, a gastronomia tipicamente italiana e a riqueza da tradicional arquitetura dos Caminhos de Pedra (com casas como esta abaixo).

Os valores vão de R$ 185 a R$ 270, com descontos para grupos a partir de 10 pessoas. Todo passeio deve ser agendados com antecedência, podendo ser feito em qualquer dia da semana. Para saber mais acesse  www.dallonder.com.br 

Veja abaixo um resumo dos roteiros:

1. Caminhos de Pedra
FORMATO 1 - REDUZIDO 
Duração: 3 horas | dificuldade: 1 (fácil)
Distância: 10 km | subida: 150m + descida: 150m

FORMATO 2 - COMPLETO VINHOS DE MONTANHA 
Duração: 6 horas | dificuldade 3 (médio)
Distância: 20 km | subida: 500m  descida: 350m

FORMATO 3 - COMPLETO A PARTIR DO HOTEL
Duração: 8 horas | dificuldade 4 (médio)
Distância: 29 km | subida: 650m descida: 600m

PRINCIPAIS ATRATIVOS: Casa do Tomate, Casa Righesso, Salumeria, Casa da Ovelha, Casa Vanni, Casa da Tecelagem, Casa da Erva Mate, Vinícola Don Giovanni, Vinícola Cave Geisse, Vinícola Lovara e Vinícola Strapazzoni (foto abaixo).

 
2. Vale dos Vinhedos
FORMATO 1 - MONTE BELO DO SUL 
Duração: 8 horas | dificuldade: 4 (médio)
Distância: 27km | subida: 800m  + descida: 700m

FORMATO 2 - REDUZIDO
Duração: 4 horas | dificuldade 2 (fácil)
Distância: 12 km | subida: 300m  descida: 200m

PRINCIPAIS ATRATIVOS: Cogumelos da Serra, Vinícola Marco Luigi, Vinhos Larentis , Vivatto Parque, Barcarola, Casa Madeira Delicatessen, Vinícola Pizzato, Famiglia Tasca, Il Divino Café, Prefeitura Monte Belo do Sul e Vinícola Miolo.

3. Estrada do Sabor
FORMATO 1 - REDUZIDO 
Duração: 4 horas |  dificuldade: 2 (fácil)
Distância: 17 km  |  subida: 350m  + descida: 380m

FORMATO 2 - COMPLETO 
Dduração: 8 horas | dificuldade 3/4 (médio)
Distância: 31 km  | subida: 730m  descida: 680m

PRINCIPAIS ATRATIVOS: Vinícola Don Laurindo, Vinícola Peterlongo, Familia Mariani, Família Vaccaro, Osteria Della Colombina e Vinhos Betu.

4. Vale do Rio das Antas
FORMATO 1 - COMPLETO
Duração: 8 horas | dificuldade: 5 (difícil)
Distância: 28km  | subida: 780m   descida: 760m

PRINCIPAIS ATRATIVOS: Nova Roma do Sul, Represa, Rio das Antas, Ponte de Ferro, Pinto Bandeira, Vínicola Valmarino e Vinícola Geisse.

Veja outros posts que In Vino Viajas já publicou sobre a serra gaúcha:


·      Destaque do destino pela revista Wine Enthusiast: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/01/serra-gaucha-e-um-dos-10-melhores.html

(*) Rogerio Ruschel, jornalista e editor deste blogue, é gaúcho e morou em Bento Gonçalves no tempo em que não podia beber vinho – mas já gostava dos passeios



terça-feira, 25 de novembro de 2014

Locais de alquimia: a segunda série de fotos de vinicultores de Gaillac, França, feitas por Julie Lecomnte com “light painting”, criatividade e bom humor


Por Rogerio Ruschel, textos e Julie Lecomte, fotos (*)
Exclusivo para In Vino ViajasNeste post apresentamos a segunda parte do trabalho magnífico de Julie Lecomte, uma jovem e talentosa fotógrafa francesa que trabalha com técnicas de retoque digital na linha de “desenho antigo” como cyanotype (processo químico), goma de bicromato (técnica de impressão), sobreposições, imagens transversais e outras e “Light Painting”, utilizada na foto acima do proprietário do Domaine de Peyre Combe em seu (apertado) ambiente de trabalho.

Julie Lecomte utilizou a técnica do “Light Painting” em uma série de fotos denominada de “Locais de Alquimia – Retratos Vinícolas” (em francês “Lieux d’Alchimie – Portraits de Vignerons”) na qual retratou enólogos e pequenos produtores de vinhos mais sustentáveis da região de Gaillac (cidade próxima de Toulouse) em suas áreas de trabalho – como o "escritório" do enólogo da L'Enclos des Braves acima. In Vino Viajas obteve de Julie Lecomte licença para publicar com exclusividade suas fotos - este post é o segundo da série.

Com o “Light Painting” a artista abre o obturador de uma câmara por um período prolongado de tempo e utiliza várias fontes de luz para criar as cores e o design, como se estivesse pintando um quadro com elas – como na foto acima, valorizando o vermelho do tonel do Domaine dês Cailloutis.

O resultado final do trabalho de Lecomte são imagens com um toque bastante diferente, valorizando e enfatizando o que os produtores e enólogos consideram um momento mágico: o processo de transformação das uvas em vinho. É realmente um ambiente estranho, de misteriosa alquimia, como o que foi retratado acima, no Domaine de Bois Couyouls.

Julie me disse que deixou que os fotografados escolhessem o local que melhor combinasse com seu trabalho e sua personalidade, mas que procurou acrescentar algum elemento bem humorado. Como filha de pequenos produtores de vinho na região, Julie conhece o ambiente desde pequena e injeta nas fotos uma dose de humor inteligente, discreto e criativo, realçando a paixão dos viticultores por sua profissão e sua alegria quando as coisas dão certo. Como na foto do enólogo no Domaine du Vieux Saule, acima, que parece estar brotando num equipamento que parece um desengaçador de uvas.

O resultado final da série Lieux d’Alchimie – Portraits de Vignerons” é um grupo de fotos bastante diferentes do convencional, com uso criativo de iluminação em um ambiente geralmente com pouca luz ou luz industrial para não prejudicar a maturação do vinho que pode durar meses. Veja outro exemplo da habilidade de “pintar com a luz” de Julie na foto acima, ressaltando o contraste luminoso do vermelho com o azul (as cores da bandeira francesa) no Domaine du Pialentou.
As fotos estão à venda a um preço de € 100 em edição limitada de 12 cópias, impressas em papel de prata colados sobre panexpan e protegidas, feitas no Laboratório Digital M em Saint Jean de Vedas. Com certeza, de primeira classe.  


Conheça mais do trabalho de Julie Lecomte em seu site: http://jlphotographies.jimdo.com/

(*) Julie Lecomte (foto acima) é formada em fotografia e história da arte e aprendeu técnicas de esmaltar metais. Estudou por quatro anos no Atelier Nômade com base na região de Gard em percorreu a Argentina, Mali, Marrocos e a África Ocidental. Estudou e trabalhou com técnicas de retoque digital na linha de “desenho antigo” como cyanotype (processo químico), goma de bicromato (técnica de impressão) lightpainting, sobreposições, imagens transversais e outras. Publicou fotos em dois lilvros e fez exposições em Arles, Montpelier, Saint Jean de Védas e Biévres.
(*) Rogerio Ruschel, autor do texto, mora e trabalha em São Paulo, Brasil, onde edita este blogue.
Nota: As fotos de Julie Lecomte tiveram suas cores alteradas pelo editor, para publicação no blogue.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Vinhedo francês de 200 anos vira monumento histórico nacional; conheça outras árvores com até 4.800 anos.


Por Rogerio Ruschel (*)

A cultura do vinho é de fato uma força impressionante: pela primeira vez na história da França, uma coisa viva foi reconhecida como monumento histórico nacional. Trata-se de um vinhedo da familia Pédebernade na região do Gers, no sudoeste da França. A família Pédebernade (René Pédebernade, de 85 anos, na foto abaixo, é o atual chefe da clã) que plantou e cuida da videira há pelo menos 190 anos, testemunhou que estas videiras resistiram a guerras, mudanças políticas, fatos históricos, climas extremados e até mesmo a filoxera, a doença dos vinhedos que praticamente destruiu a industria vinícola na Europa, no final do século XIX.

Segundo os especialistas, os vinhedos Pédebernade são excepcionais não só pela idade, mas também porque incluem cerca de 20 diferentes tipos de uva, sete dos quais são desconhecidos em qualquer outro lugar, desconhecidas para a ciência. Entre as variedades de uvas identificadas estão a tannat, uma uva vermelha com origem no País Basco, na fronteira entre França e Espanha (hoje muito comum no Uruguai) e a FerServadou, uma uva de pele escura usada principalmente para vinhos tintos e rosados​​. Os sete tipos de uvas não identificadas foram batizados Pédebernade 1 a 7, em homenagem a seu proprietário.

O vinhedo tem 600 videiras plantadas em 12 linhas em um pequeno terreno na aldeia de Sarragachies, que fica na planície aluvial no sopé dos Pirineus. Em 1800, era comum plantar diferentes variedades de uvas em conjunto, e as vinhas estão plantadas para permitir a passagem de bois atrelados para arar o solo. Oito gerações de Pédebernades trabalharam nestes vinhedos. 

René Pédebernade, 85 anos, passou sua vida trabalhando na vinha, mas entregou-a a seu filho Jean-Pascal, 45 anos, (acima) há duas décadas, embora ele ainda ajude a cuidar das vinhas que estão literalmente na porta de sua casa. Acredita-se que foram plantadas por volta de 1822 ano do famoso Grito do Ipiranga e da Independência aqui no Brasil, e um ano depois da morte de Napoleão Bonaparte na Europa. A primeira colheita de uvas para vinificação foi feita em 1827, ano em nascia Manoel Deodoro da Fonseca, que seria o primeiro Presidente do Brasil, e que o escritor frances Victor Hugo publicouLes Orientales”.

Atualmente as uvas dos Pédebernade são vinificadas em conjunto com uvas dos vinhos, em uma cooperativa em Gers (veja abaixo os vinhos de Gers), mas agora a família pediu que seja feita uma edição especial do vinho centenário. E, é claro, a família Pédebernade agora planeja abrir o vinhedo tombado como patrimônio francês para visitação.

  Vinhedos atingem seu pioque de produção com 15 a 20 anos e a maioria dos produtores prefere arrancar e trocar as videiras quando atingem 25 a 30 anos. E junto com elas, corta histórias como esta da família Pédebernade.

Como In Vino Viajas é cultura, veja abaixo outras cinco árvores muuuuuito antigas.

Olive Tree of Vouves
Localizada na ilha de Creta, na Grécia, esta oliveira milenar conhecida como Olive Tree of Vouves tem uma idade estimada em 3.000 anos, embora sua idade exata não possa ser verificada. Apesar da idade, a árvore ainda produz azeitonas. Esta espécie de árvore é resistente à seca, doenças e à prova de fogo.

Matusalém
A árvore mais antiga da terra com seus 4.842 anos é um  Pinus longaeva, apelidada de Matusalém, devido ao personagem da Biblia Sagrada que teria vivido por mais de 900 anos. Matusalém fica nas White Mountains, no estado americano da Califórnia. Sua localização não é revelada para manter a árvore segura contra vandalismos.


General Sherman
General Sherman é o nome de uma sequoia gigante, a maior do mundo ainda de pé, com uma idade aproximada em cerca de 2.500 anos e volume que a torna a maior árvore não-clonal em volume do mundo. A General Sherman pode ser encontrado no Sequoia National Park, na Califórnia, Estados Unidos, onde estão cinco das 10 maiores árvores do mundo.

Jōmon Sugi
Jōmon Sugi, fica localizada na ilha de Yakushima no Japão e é uma das razões pelas quais a ilha foi nomeada Patrimônio Mundial da UNESCO. A árvore tem cerca de 2000 anos de idade, mas alguns especialistas acreditam que poderia ser mais velha do que 5000 anos. Se isso for verdade, é possível que Jōmon Sugi seja a árvore mais antiga do mundo – até mesmo mais velha que Matusalém.

Castanheiro dos 100 cavalos
Esta árvore localizada no Monte Etna, na Sicília, Itália, é o maior e mais antigo castanheiro conhecido no mundo. Acredita-se que tenha entre 2000 e 4000 anos de idade. Como está localizada a apenas 5 km do vulcão Etna, a idade desta árvore é surpreendente, pois o Etna é um dos vulcões mais ativos do mundo. O tronco tem 22 metros de diâmetro e a copa, 100 metros. O nome da árvore se originou a partir de uma lenda em que uma comitiva com 100 cavaleiros se abrigaram debaixo desta árvore para se proteger durtante uma tormenta.

(*) Rogerio Ruschel é jornalista e mora e trabalha em São Paulo, Brasil, onde já plantou muitas árvores