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terça-feira, 28 de abril de 2015

Fique parente destes produtores de vinhos artesanais na Itália sem precisar casar com nenhum deles


Rogerio Ruschel (*)

Meu caro leitor ou leitora, você pode até se interessar por algum dos vinhateiros da foto acima, mas não posso garantir que ele ou ela esteja disponível. Eles estão aqui porque são inteligentes e sabem que para conquistar a fidelidade dos consumidores de seus produtos o melhor caminho é sempre o coração. Eles formam um grupo de produtores italianos que criou uma oportunidade para que o cliente se torne parente de uma familia que produz vinhos na Itália, sem necessáriamente precisar casar com alguém da família deles. A estratégia de marketing se chama “clube de benefícios”, tem a marca The Wine Fathers e poderia ser aplicada no Brasil com grande sucesso, já que por aqui quase todas as familias produtores de vinhos da serra gaúcha são parentes entre si, na vida real.

The Wine Fathers é o resultado da associação de amigos que produzem vinhos de maneira artesanal em três regiões da Italia: Veneto, Basilicata e Friuli Venezia Giulia - veja uma das propriedades na foto abaixo. Eles não são uma empresa, são tres pequenas vinicolas, e não tem uma hierarquia corporativa: cada um deles decide sobre seus próprios vinhos baseado em paixão e valores éticos. Mas eles sempre se consideraram uma familia porque sempre pensavam juntos como resolver problemas e agora criaram uma promoção conjunta: a The Wine Fathers.

The Wine Fathers é um “clube de benefícios” bastante simples. Eles propõem que o consumidor participe de um clube (se tornando parente da familia, em vez de “sócio”, como normalmente o mercado chama o investidor) pagando determinado valor para ter determinados benefícios. Eles oferecem 4 niveis diferentes de parentesco para o consumidor: primo, tio, irmão e pai. Como exemplo: para se tornar um Primo deles (o parentesco mais econômico), você paga um “fee” anual de 100 euros e em troca recebe uma garrafa do vinho com rótulo customizado, direito a degustação de comida local, desconto de 50% na compra de até seis garrafas de vinho – e, como um primo querido, terá seu nome escrito em uma plaqueta de uma das videiras.
No parentesco mais dispendioso (logo acima), você pode se tornar um Pai pagando 1.000 Euros para receber 2 noites de hospedagem perto da videira, almoço com seus parentes da vinícola, 12 garrafas de um DOCG superior com rótulo customizado, desconto de 50% na compra de outras 12 garrafas e nome destacado no vinhedo. Trata-se de uma ideia criativa porque soma o esforço de tres pequenos produtores de vinhos de personalidade; simpático porque faz o consumidor conviver de verdade com a vida deles na vinicola e ainda ajuda a financiar a produção futura. O grupo fez sucesso na Vinitaly 2015 (foto abaixo).

Você faz tudo pela internet (http://www.thewinefathers.com/): escolhe qual dos tres vinhedos mais lhe agrada (um em cadas região), escolhe os beneficios que quer ter e quanto vai pagar por isso e em até 15 dias você vai receber seu certificado de parente. Laura Tonelli me disse que qualquer sul-americano será bem-vindo para se tornar parente deles, mas poderá eventualmente haver algum problema com a remessa do vinho escolhido porque, segundo ela, "o Winefathers trabalha apenas com vinicultores artesanais que exportam para um número limitado de países”. Mas ficariam muito felizes em ser parentes e poder “hospedar amigos brasileiros para viver experiências autênticas”. Quando escrevi este texto eles já tinha oito novos "parentes" e ainda restavam entre 103 e 316 dias para que novos parentes aderissem.
(*) Rogerio Ruschel, editor de In Vino Viajas, foi professor  em cursos de pós-gradução de marketing da ESPM-SP por mais de 15 anos



sexta-feira, 24 de abril de 2015

Uma viagem encantadora para cinco das mais lindas paisagens com vinhedos da Europa


Por Rogerio Ruschel (*)

Meu prezado leitor ou leitora, outra matéria com vinhedos bonitos que publiquei aqui no In Vino Viajas fez muito sucesso e recebi pedidos para pesquisar mais. Na verdade não é difícil porque vinhedos espetaculares estão aí pelo mundo, como estes da região de La Rioja, na Espanha, na foto acima. Eu sei que cada um de nós tem sua própria lista de vinhedos sensacionais, mas veja estes da Europa que selecionei: são encantadores em termos visuais e certamente excepcionais como fornecedores de uvas para vinhos, como os vinhedos de Trentino-Alto Adige, Itália, na foto abaixo. Vamos a eles - e se você quiser acrescentar o seu predileto, basta escrever que eu publico.


Hermonville, Champagne-Ardenne, França – fotos abaixo
Os vinhedos da região entre Hermonville e Villers-Franqueux, no noroeste de Reims, na Champagne-Ardenne formam um tapete em tons outonais, que sobe e desce colinas. Como se sabe, Champagne-Ardenne surgiu naturalmente influenciada pela cultura de vinhos (e queijos) das regiões vizinhas e caprichou tanto que se tornou a inventora do champagne. Para conhecê-la recomenda-se alugar um carro e dirigir de maneira descomprometida pelos campos e vilarejos, utilizando estradinhas rurais ou a Rota Turística de Champanhe.




As Dolomitas – Trentino-Alto Adige, Itália – fotos abaixo
As Dolomitas são uma cadeia montanhosa nos Alpes Orientais, no norte da Itália, ao longo das provincias de Belluno, Bolzano, Trento, Udine e Pordenone. Formam a região de Trentino-Alto Adige que é vizinha das provincias italianas da Lombardia e Veneto (que produzem vinhos com personalidade própria). A região vive sob a influência do clima das Dolomitas e de seus vales onde são plantados vinhedos há centenas de anos. Como é uma região vizinha da Alemanha e faz fronteira com a Áustria e Suíça, ao percorrer os vales para provar os vinhos brancos e a excelente comida, vai encontrar pessoas falando italiano e alemão. Veja abaixo a mesma paisagem em diferentes épocas do ano.




Briones – Rioja Alta, Espanha – fotos abaixo
Os vinhedos da Vinícola Bodegas Vivanco, na cidade de Briones, em La Rioja, formam um longo corredor que fica completamente vermelho no outono. No meio deste corredor está implantado o Museu Vivanco, considerado pela Unesco como o mais importante do mundo em sua categoria. Pessoalmente gosto muito dos vinhos de Rioja porque a principal uva utilizada, a tempranillo (conhecida como Aragonez ou Tinta Roriz em Portugal) tem uma personalidade que me atrai. Aqui em In Vino Viajas já publicamos várias reportagens sobre o Museu e a região, como por exemplo, esta: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/12/museu-da-cultura-do-vinho-de-la-rioja.html



Vale do Douro – Portugal – fotos abaixo
O Vale do Rio Douro forma uma das paisagens mais espetaculares e mais conhecidas do mundo vinícola. O rio Douro nasce na Espanha e 970 quilometros depois deságua no oceano em Porto e Vila Nova de Gaia, no litoral portugues. Por onde passa ajuda centenas de pequenos produtores de vinhos a fazerem alguns dos rótulos com mais personalidade do mundo do vinho. Uma das regiões vinícolas mais antigas do mundo, por sua beleza cênica, importância histórica e contribuição econômica, foi o primeiro vinhedo do mundo a ser tombado como Patrimonio da Humaidade pela Unesco. Quer saber mais? Veja aqui: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/01/vale-do-douro-portugal-e-sugestao-dupla.html



Castel Ritaldi – Umbría, Italia – fotos abaixo
A Umbria é vizinha da Toscana e uma das poucas regiões italianas que não possui litoral. Região montanhosa cortada pelo rio Tibre e pela cadeia de montanhas Apeninos, é cheia de pequenas vilas medievais onde você vai encontrar mosteiros, abadias e conventos – e, é claro, vinhos, especialmente o branco Orvieto e outros com as uvas Procaino e Malvasia, além de tintos como Sagrantino di Montefalco. A grande atração turística da região é o próprio castelo da cidade de Castel Ritaldi que fica na estrada que leva de Spoleto de Montefalco; mas além dele tem a Igreja Paroquial de S. Marina, a igreja de S. Nicholas e a Igreja de São Gregório. E muitas outras coisas que você vai descobrir perambulando por lá.



(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas e gosta de vinho e de viajar
 

terça-feira, 21 de abril de 2015

Anna de Codorniu: como personalizar um simbolo de sucesso, conquistar o coração do consumidor e criar uma forte fidelidade à marca


Por Rogerio Ruschel (*)
Como em qualquer outro segmento da economia, os fabricantes de vinhos também precisam manter proximidade com os consumidores de seus produtos, e mais do que isso, em tempos de competição acirrada é imperativo conquistá-los de tal maneira que nem pensem em escolher produtos concorrentes. Ao contrário do que alguns imaginam, a melhor estratégia de marketing para isso não é oferecer desconto em preço, porque o preço pode não representar preferência, e sim uma escolha momentânea. Para conquistar o cliente para sempre é necessário encantá-lo com argumentos emocionais, convencê-lo com argumentação econômica de bom custo-benefício e assim fidelizá-lo para sempre – como a promessa de personalizar a “tua” Anna, na foto acima.
Uma boa ideia para fidelizar o cliente – e criar novos consumidores  - veio de uma grande e antiga vinicola espanhola e vou compartilhar aqui para inspirar nossos fabricantes locais. Codorniu é um grande, tradicional e conhecido fabricante de vinhos espumantes (cavas, em espanhol) da Espanha, em Sant Sadurní d’Anoia, perto de Barcelona. 
É a mais antiga empresa familiar da Europa e a 17a. mais antiga do mundo, com uma experiência de mais de 450 anos. Estão no ramo desde 1551, época em que no Brasil o português Martim Affonso de Souza ainda dimensionava as riquezas das terras brasileiras que deveria gerenciar em nome de Portugal, na forma das capitanias hereditárias entregues para os amigos do Rei. Quer dizer, enquanto aqui no Brasil aindas éramos um bando de indios manipulados por nobres apaniguados, os Codorniu já fabricavam cavas - e não champanhes, como os espanhois gostam de dizer.

Uma das marcas de cavas da empresa é Anna de Codorniu, lançada em 1984, introduzindo uvas Chardonnay na linha de cavas (Anna de Codorníu é o nome de uma moaça que em 1589 se casou com um dos fundadores da empresa, Miquel Raventós). Pois eles criaram um sistema para o cliente personalizar o rótulo de “seu Anna de Codorniu” para um casamento, uma festa ou um evento – ou ainda para você personalizar e dar de presente para alguém. Funciona assim: você acessa o site www.personalizatuanna.com e escolhe um tipo de espumante (Brut, comum, branca, rosé); um desenho para a embalagem entre tres alternativas gráficas  possiveis (“Amor”, “Diga-o com flores” e “Tiro  meu chapéu” - veja na foto abaixo) no entorno do rótulo central, no qual eles não mexem: sempre será Anna de Codorniu.

Feito isso você escolhe uma mensagem do tipo “Uma lembrança da festa do Rogerio” e finaliza a compra, pagando cerca de 12 Euros por garrafa. Em até 15 dias eles entregam o pedido, mas infelizmente Melina Darquibel, do marketing para America Latina da empresa me disse que a promoção só vale para a Europa. De qualquer maneira saiba que a cava original pode ser encontrada  no Brasil com o importador Interfood (http://www.interfood.com.br/.
Segundo dizem, em breve vão poder oferecer mais alternativas de personalização, com novos desenhos, temas e cores. Se o produto já tinha personalidade própria, agora está ainda mais próxima do consumidor. E não foi preciso investir, apenas pensar e ter coragem.
(*) Rogerio Ruschel, editor de In Vino Viajas, foi professor  em cursos de pós-gradução de marketing da ESPM-SP por mais de 15 anos



sexta-feira, 17 de abril de 2015

Produção de filmes no Vale dos Vinhedos valoriza as paisagens e a herança da cultura italiana na serra gaúcha: um brinde a isso!


Por Rogerio Ruschel (*)

O Vale dos Vinhedos, na região montanhosa do sul do Brasil, é a primeira Denominação de Origem (DO) e o principal pólo produtor de vinhos do Brasil. Criada a partir da chegada de imigrantes italianos em 1875, no final do século XIX, a região é um dos mais importantes e qualificados pólos do turismo brasileiro porque além de respeitar o visitante mantém a cultura comunitária e coletiva na arquitetura, música, gastronomia, folclore, festas, na produção de vinhos e até mesmo no uso quotidiano do idioma Talian, que já desapareceu na Itália. Por isso muitos filmes vêm sendo produzidos lá e como In Vino Viajas escreve sobre cultura e não apenas sobre vinhos, vou mostrar um pouquinho disso para você agora.
Na foto acima, cena da filmagem de “O Quatrilho”, em 1995.


“O Filme da Minha Vida” - Selton Mello em Garibaldi

Esta semana - dia 14 de abril de 2015 – em Garibaldi-RS, a capital do espumante brasileiro - foram iniciadas as filmagens da produção “O Filme da Minha Vida”. As tomadas iniciais foram realizadas no Parque da Estação (foto abaixo), que no filme será a estação ferroviária da fictícia cidade de Remanso. O longa-metragem é dirigido e estrelado por Selton Mello, premiado ator e diretor (na foto acima) e conta com atores como o francês Vincent Cassel (conhecido por suas atuações em "Cisne Negro", "Irreversível" e "A Bela e a Fera") e os brasileiros Johnny Massaro, Bruna Linzmeyer, Rolando Boldrin, Ondina Clais e Beatriz Arantes, entre outros. A estreia está prevista para o primeiro semestre de 2016.


As filmagens (acima e abaixo) serão feitas nas cidades de Garibaldi, Cotiporã, Veranópolis, Bento Gonçalves, Farroupilha, Monte Belo do Sul e Santa Tereza até o dia 29 de maio e envolvem uma equipe de 150 pessoas. O filme é inspirado no livro "Um Pai de Cinema", do escritor chileno Antonio Skármet, também autor do livro "O Carteiro e o Poeta" que já virou filme.

Ambientado no sul do Brasil na década de 1960, a história é sobre a reestruturação de uma família e o rito da juventude para a maturidade. O filme é uma co-produção da Europa Filmes com a MGM International por meio da Lei do Audiosivual/Ancine, patrocínios incentivados e conta com o apoio da Prefeitura de Garibaldi e da Garibaldi Film Commission, organização muinicipal criada para atrair produções cinematográficas e que já está funcionando. Na foto abaixo, um dos cenários onde vão ser realizadas filmagens.

E abaixo, um extraordinário furo de reportagem de In Vino Viajas: o jovem Bernardo Martin Fasolo, neto da vinhateira Lizete Vicari, criadora dos vinhos da Dominio Vicari, contracenando com Selton Mello. Segundo conversas ouvidas em Garibaldi, o cachê de Bernardo incluiu o fornecimento de 30 caixas de fraldas e duas caixas de mamadeiras importadas de griffe Veuve Clicquot.


"O Quatrilho", a serra gaúcha no Oscar

A serra gaúcha - onde está a primeira Denominação de Origem DO do Brasil, o Vale dos Vinhedos - já foi cenário de muitos filmes, tanto para a televisão (especialmente em produções do Grupo RBS, que opera a Rede Globo no sul do país) como para o cinema. Um dos mais importantes foi o filme “O Quatrilho”, de Fábio Barreto, rodado em 1995 no município de Antonio Prado, que trouxe prestigio, divulgação, auto-estima comunitária e alavancou o turismo na região. 

Com atores do primeiro time do Brasil como Glória Pires, Patrícia Pillar, Alexandre Paternost, Gianfrancesco Guarnieri, Cecil Thiré, José Lewgoy, Bruno Campos e Antônio Carlos (cenas acima e abaixo), o filme fez com que a própria comunidade olhasse com outros olhos para seu rico patrimônio, único no Brasil.

O filme foi indicado ao Oscar na categoria de "Melhor Filme Estrangeiro", uma façanha, por ser o segundo filme brasileiro a conseguir isso: o primeiro foi "O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, em 1962, que acabou ganhando uma Palma de Ouro em Cannes. Além disso o filme ganhou os prêmios nas categorias de "Melhor Atriz" para Glória Pires (na fotoa baixo), "Melhor Direção de Arte" e "Melhor Trilha Sonora" – criada por Caetano Veloso - no Festival de Cinema de Havana (Festival del Nuevo Cine Latinoamericano) e trouxe um troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) para Gloria Pires na categoria "Melhor Atriz". Na época do filme as ruas foram cobertas com areia e os postes retirados para dar o clima de época, como mostramn as fotos abaixo.
 
O galã Gianecchini e a mulher do jogador que é prostituta

Outro filme rodado na região do Vale dos Vinhedos foi “Diminuta”, estrelado pelo ator brasileiro e galã Reynaldo Gianecchini, rodado em fins de 2014. Trata-se de um longa-metragem dirigido por Bruno Saglia, que teve cenas filmadas na cidade de Flores da Cunha, algumas tomadas em Caxias do Sul (duas cidades da serra gaúcha) e uma parte feita na Itália; o filme deve ter sua estreia neste ano de 2015.
Escrito em 2008 por Saglia, o roteiro conta a história do saxofonista Cristian, filho de Marco Aurélio Aquino, um luthier italiano – que no filme foi vivido por Reynaldo Gianecchini (foto acima). Depois da morte do pai, que sempre o influenciou no aprimoramento da sua vocação, Cristian/Gianecchini vai para o Brasil morar com um tio. Mas como isso é um filme, é claro que o personagem Cristian vai retornar à Itália e reencontrar seu primeiro amor, Clarice, vivida pela atriz Deborah Evelyn. Na foto abaixo, parte da equipe no lançamento do filme.

Também atuam no filme os atores brasileiros Carlos Vereza e Daniela Escobar e uma curiosidade: Clarice Alves, a mulher do zagueiro Marcelo, da seleção brasileira - aliás, muito bonita – fez o papel de uma prostituta de luxo incluindo uma sequências de intimidades com o galã Gianecchini. Acho que temos pelo menos alguns tons de cinza por ai, não? Na foto abaixo Clarice Alves em uma entrevista para o Jô Soares.
(*) Rogerio Ruschel, editor de In Vino Viajas é gaúcho, morou na serra gaúcha, já fez filmes super 8 e 16 mm e adora vinho. Quem sabe um dia vira estrela de um longa?


terça-feira, 14 de abril de 2015

Conheça cinco das mais impressionantes paisagens com vinhedos do mundo


Por Rogerio Ruschel (*)

Meu prezado leitor ou leitora, vinhedos sempre são paisagens bonitas, mas em alguns locais, mais do que bonitos, são simplesmente espetaculares – como o vale de Okanagan, na Columbia Britânica, Canadá, na foto acima. E é claro que cada um de nós vai ter sua própria lista de vinhedos sensacionais, mas a partir de uma seleção feita pelo site espanhol Vinopack, pesquisei alguns deles para apresentá-los a você neste post: são encantadores em termos visuais, independentemente de suas qualidades como fornecedores de uvas para vinhos, como os estranhos vinhedos das Ilhas Canárias, na foto abaixo.

Alguns destes vinhedos já foram tombados pela Unesco como Patrimônio da Humanidade por sua beleza, pela cultura associada a ele, ou ainda pela relevância histórica, geológica ou econômica e por causa disso já foram apresentados aqui no In Vino Viajas – por exemplo, veja aqui: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/03/seis-vinhedos-patrimonio-da-humanidade.htmlVamos a eles - e se você quiser acrescentar o seu predileto, basta escrever. Na foto abaixo o Lago Chelan, no estado de Washington, Estados Unidos.

Okanagan – British Columbia, Canadá – fotos abaixo

O Vale de Okanagan, na Colúmbia Britânica, Canadá é conhecida também como a “Napa Vale do Norte”, uma referência a principal região vinjícola da Califórnia. É uma das principais regiões vinícolas do Canadá e suas mais de 120 vinícolas produz vinhos tintos, brancos e o famoso ice wine, um vinho de sobremesa feito com uvas congeladas. Os canadenses trabalham com o minimo possivel de produtos químicos e a cada ano que passa conseguem um pouquinho mais de prestígio pelos vinhos – e evidentemente pelas belezas cênicas da região. 
 
La Geria – Lanzarote, Islas Canarias – España – fotos abaixo

Lanzarote é a ilha mais oriental do arquipélago das Canárias, uma das regiões autônomas da Espanha e um destino turístico muito badalado para europeus. Como outros produtos agrícolas, as videiras foram plantadas no solo de lava negra que forma a ilha e por causa disso as uvas dão bons vinhos mineralizados, especialmente brancos, entre os quais o da uva malvasia vulcânica, um vinho excepcional. Mas o mais interessante é o modo produtivo: os viticultores fazem cavas, buracos de cerca de 3 metros de profundidade com 2/2,5 metros de diâmetro e plantam a videira lá dentro, o que acaba criando uma paisagem única em Lanzarote, paisagem esta que atinge o seu pico em La Geria, um Parque Nacional com mais de 5.500 hectares com vinhedos que parece uma paisagem lunar. Veja aqui: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/01/conheca-o-vinho-malvasia-que-nasce-na.html

 
Vale dos Vinhedos – Serra gaúcha, Brasil – fotos abaixo

Na minha opinião o Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, tem alguns dos mais belos vinhedos do mundo. Muitos concordam com isso, inclusive a revista norte-americana Wine Enthusiast que a colocou em uma lista dos 10 melhores destinos enoturísticos do mundo para se visitar em 2013. O Vale dos Vinhedos - a primeira Denominação de Origem (DO) e principal região produtora de vinhos do Brasil - oferece vários roteiros turísticos entre os quais os Caminhos de Pedra, Vinhos de Pinto Bandeira, Estrada do Sabor, Rota das Cantinas Históricas e o Vale do Rio das Antas. Além da gastronomia italiana você poderá visitar dezenas de vinícolas e degustar vinhos tintos merlot, cabernet sauvignon, cabernet franc e outros e brancos feitos com uvas riesling, chardonnay, muscat, malvasia e glera. In Vino Viajas já publicou muitas reportagens sobre o Vale dos Vinhedos; por exemplo, veja essa: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/01/serra-gaucha-e-um-dos-10-melhores.html

Franschhoek – Cabo Ocidental, África do Sul – fotos abaixo

Os vinhedos na região holandesa do Cabo Ocidental, na África do Sul, são verdadeiros cartões postais dentro de paisagens que também são cartões postais em cidades como Barrydale, Montagu, Ashton, Bonnievale, Tulbach, Paarl e Wellington. Rica em herança holandesa, a região tem várias rotas de vinho, mas se você somar as Rotas Vinícolas dos distritos de Paarl, Stellenbosch e Franschhoeck vai ter a maior do mundo – pelo menos é o que e les dizem. Estive lá e In Vino Viajas já publicou várias reportagens sobre a região, com fotos belíssimas; uma delas está aqui: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/06/cidade-do-cabo-o-charme-holandes-e-rota.html

Chelan – Washington, Estados Unidos – fotos abaixo

Este vinhedo abaixo, da Vinicola Benson, parece um tobogã de cores que sobem e descem as colinas na região do Lago Chelan, no estado de Washington. Washington é um importante produtor de vinhos nos Estados Unidos e junto com o Oregon conta com 26 AVAs (American Viticultural Area, a Denominação de Origem dos Estados Unidos) onde são produzidos vinhos pinot gris, sauvignon blanc, semillon e os tintos com uvas pinot noir, cabernet sauvignon e riesling. A cidadezinha de Chelan, que tem menos de 4.000 moradores, tem uma renda familiar média acima de US$ 33,662.00, o que evidencia a importância econômica destes vinhedos bonitos.

(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas e gosta de vinho e de viajar