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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Cittaslow: a revolução de gestão pública inspirada no vinho

 
Paolo Saturnini foi presidente nacional da Associazzione Cittá Del Vino, que reúne as cidades italianas produtoras de vinhos e é um especialista sobre chiantis. É autor dos livros “Vini da mangiare”, com 200 receitas de uso do vinho na culinária, e “Giallo in cucina”, sobre o uso do açafrão, em parceria com Marco Mazzoni, produtor de açafrão.

Saturnini foi prefeito de Greve in Chianti, pequena e charmosa cidade da Toscana italiana entre 1995 e 2004, re-eleito duas vezes, e em seu primeiro mandato foi mentor e primeiro presidente do Movimento Cittaslow, a mais revolucionária proposta de desenvolvimento urbano sustentável, nascida em 1999 em Greve já está sendo aplicada em cerca de 150 cidades de 25 países. As memórias sobre seu território e o Cittaslow foram registradas por ele no livro “L’armonia Del Chianti – riflessioni su una terra in bilico” (em tradução livre, “A harmonia de Chianti – reflexões sobre uma terra em equilíbrio”).
 O Cittaslow, uma proposta simples e genial, nasceu numa mesa de restaurante, inspirada em uma taça de vinho, como me disse Saturnini nesta entrevista: “Tive a idéia de expandir o conceito de "lentidão" proposto pelo movimento Slow Food – focado na qualidade, integridade e prazer do que se come - para a cidade inteira, porque nas casas de Greve comemos sempre com prazer e alegria e o vinho - o mais poderoso ícone da “slow food” - é parte quotidiana de nossos hábitos alimentares.”

 
Com 59 anos, atualmente Saturnini é presidente honorário e presidente do Conselho Garantidor de Qualidade da organização e continua em Greve in Chianti onde é empresário do setor imobiliário, de onde sai apenas para fazer palestras sobre vinho ou sobre o Movimento Cittaslow.

Como todo bom apaixonado por vinhos, é um excelente companheiro para um jantar com vinhos chianti. Pois foi num jantar assim, de quase 3 horas, que Paolo Saturnini me recebeu, em fins de abril no restaurante La Piazza Del Vino, em Florença, na Itália, para me conceder esta entrevista exclusiva sobre a gênese e o desenvolvimento do Movimento Cittaslow.

Tudo o que um repórter exigiria: uma excelente conversa com uma fonte riquíssima: Paolo é o de casaco escuro

O Movimento Cittaslow propõe a melhora da qualidade de vida dos cidadãos a partir de propostas vinculadas ao território, ao meio ambiente, ao respeito cultural e ao uso de novas tecnologias usando como “arma” o protagonismo comunitário. Simples na concepção, nasceu inspirada no Movimento Slow Food e se propaga em cidades pequenas, evitando que cometam os  mesmos erros das cidades que crescem sem controle. Como diz Saturnini, cidades pequenas devem preservar; cidades grandes precisam revolucionar – e não sabem como. O Brasil tem 5.017 municípios com menos de 50.000 habitantes e pode criar centenas de Cidades Lentas salvando do caos urbano 65,2 milhões de brasileiros. Esta reportagem procura mostrar o caminho. Para saber mais acesse http://www.cittaslow.org

O Movimento incentiva o desenvolvimento de profissões baseadas no talento individual


Ruschel:
Como nasceu a proposta de Cittaslow?


Saturnini:
A idéia nasceu em 1999, logo após o Congresso Mundial do Slow Food em Orvieto, na Itália, do qual eu havia participado. Como prefeito estava preocupado para resolver um dilema: como permitir que Greve in Chianti pudesse continuar a receber cada vez mais turistas sem perder a identidade e seus valores culturais, parte fundamental do que atraía os turistas, e ao mesmo tempo compartilhar os benefícios para toda a comunidade, e não apenas para alguns poucos? E melhorar a qualidade do produto turístico, a solução de qualquer destino turístico sob pressão de volume, não era possível, porque nosso turismo já era de alta qualidade.

A praça principal de Greve in Chianti

Foi quando tive a idéia de expandir o conceito de "lentidão" proposto pelo movimento Slow Food – focado na qualidade, integridade e prazer do que se come - para a cidade inteira. Afinal, nas casas de Greve comemos sempre com prazer e alegria e o vinho - talvez o mais poderoso ícone da “slow food” - é parte quotidiana de nossos hábitos alimentares. Na verdade, pensei inicialmente na possibilidade de estender o princípio da “lentidão” também para outras coisas além da comida, e com isso sensibilizar pessoas que ainda não tinham abraçado a causa do Slow Food. Pensei que se tivesse o apoio de prefeitos e instituições municipais que representam dezenas de milhares de homens e mulheres, poderia facilitar a implementação dos objetivos do movimento Slow Food mais rapidamente. Parecia uma boa ideia: bastava pedir aos políticos, em primeiro lugar, mas também para as pessoas da cidade como um todo, um ato de vontade: a vontade de ser parte de um projeto estratégico importante, o projeto do Slow Food.
Ruschel:
Como são as relações da Cittaslow com o Slow Food?

Paolo:
As organizações estão intimamente relacionadas, no sentido de que Cittaslow faz parte do Slow Food através de um representante nacional, e o presidente da Cittaslow faz parte do Conselho de Governadores do Slow Food na Itália.

 Gastronomia local é a base do desenvolvimento com qualidade de vida e respeito à cultura dos moradores e ao território

Ruschel:
Quem foram os promotores iniciais da ideia?
 
Paolo:

O Município de Greve in Chianti, juntamente com as cidades de Orvieto, Bra, Positano e com o Movimento Slow Food.

Ruschel:
Qual a ideia básica do Movimento Cittaslow?

Paolo:
O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos cidadãos a partir de propostas vinculadas ao território, ao meio ambiente, ao protagonismo comunitário e ao uso de novas tecnologias. O inimigo é o estresse, a pressão de valores não naturais, a perda de referências, a pressa. Tudo isto gera má qualidade de vida. Em pequenas comunidades como Greve in Chianti as pessoas estão vinculadas ao território: elas nascem, crescem, moram e trabalham em fazendas, casas, ruas e bairros. Conhecem cada árvore, cada casa. Vivem no território do município, um espaço que deve ser seu e que deve ser fonte de harmonia e prosperidade. E este ambiente deve ser respeitado e valorizado, e não envenenado como é a tendência no que se refere ao meio ambiente. Queremos valorizar o território e não apenas ocupá-lo.
A bandeira do Cittaslow já tremula em 25 países como aqui em Sokndal, na Noruega


Ruschel:
E como esta “valorização do território” se manifesta na prática?

Paolo:
Para aderir à rede, os municípios candidatos devem ter até 50.000 habitantes e atender a diversos compromissos, entre os quais:
·      A política de planejamento deve servir para melhorar o território, e não apenas para ocupá-lo
·      Devem implementar uma política ambiental baseada na promoção da recuperação e reciclagem de resíduos, quando não for possível evitá-los
·      Devem usar os avanços tecnológicos para melhorar a qualidade ambiental e de áreas urbanas
·      Devem promover a produção e utilização de produtos alimentícios obtidos de maneira natural e ambientalmente respeitosos, excluindo os produtos transgênicos
·      Devem entender que o fortalecimento da produção local deve estar ligada ao território: agricultores e moradores tradicionais devem preservar suas mais antigas tradições, mesmo quando é incentivado o relacionamento entre consumidores e produtores
·      Devem implementar, quando necessário,  políticas e serviços públicos de defesa de grupos geralmente excluídos
·      Devem promover a hospitalidade respeitosa e a convivência harmoniosa entre os moradores e turistas, sem exploração, mas com valorização
Devem mobilizar e educar a consciência dos residentes e dos operadores turísticos sobre o que significa viver em uma cidade lenta e suas implicações, com especial atenção para a sensibilização dos jovens, através de planos de formação específicos.

 Greve in Chianti recebe milhares de turistas na noite de Natal
  
Ruschel:
Você pode dar exemplos práticos?

Paolo:
Sim, posso dar alguns exemplos do que foi conquistado em Greve in Chianti.
Um está relacionada ao planejamento urbano, onde, para assegurar o desenvolvimento sustentável na minha comunidade, reduzimos drásticamente a previsão de novos edifícios, tanto residenciais como para atividades produtivas. Reduzimos o limite de 250.000 metros cúbicos construtivos de leis anteriores e aprovamos um novo plano diretor que colocou em primeiro lugar o aproveitamento das áreas existentes, e apenas como último recurso, a construção de um novo edifício. Outro exemplo é o do comércio, onde, como em qualquer cidade você tem lojas com áreas de auto-atendimento, mas o morador prefere o comércio tradicional, contribuindo para a preservação de uma importante base econômica, social e cultural. Outro exemplo é o do turismo, onde, em face de forte crescimento da demanda, incentivamos o surgimento de pequenos hotéis derivados da reutilização de edifícios existentes, em vez de recorrer à construção de complexos hoteleiros de grande porte. Também associamos a qualidade e a origem de alimentos produzidos localmente à educação, educação alimentar e educação ambiental, incentivando o uso de merendas ligadas ao território e à cultura. Um último exemplo é o da paisagem agrícola, onde, com o apoio de enólogos, adotamos padrões e práticas para a criação de novos vinhedos com técnicas mais respeitosas em relação ao solo e a paisagem.

 
Veja a segunda parte desta entrevista e conheça Greve in Chianti no blog  “O Movimento Cittaslow e Greve in Chianti”, a ser publicado aqui brevemente. Até lá um brinde, caro leitor.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Vida selvagem: luxo e mordomia na África do Sul

Safáris são a principal atração da África do Sul e podem ser realizados em “game parks” privados (cerca de 350 no país), ou em parques administrados pelo governo.

 Um "gemsbok" no Kgalagadi Transfrontier Park

Para poder concorrer com os preços dos parques públicos – especialmente o Kruger - e atrair a exigente clientela formada especialmente por ingleses, alemães e norte-americanos, os parques privados oferecem muito conforto e qualidade. Administrados por empresas de turismo ou pelos próprios proprietários, eles tratam os hóspedes como verdadeiros reis. 



Os turistas circulam em jipes Land Rover, e com a ajuda de um “ranger” armado, saem todos os dias as 5 horas da manhã e as 5 horas da tarde em busca dos animais. Quando chegam da aventura que dura cerca de duas horas, os hóspedes encontram suites muito bem equipadas, que podem ter banheiras com água quente, camas de cinco (?) andares, ar condicionado, TV a cabo e piscina. As refeições são preparadas com esmero e incluem carnes de gado e herbívoros selvagens (especialmente gazelas e javalis), sempre regadas com o excelente vinho produzido no país (veja o Post “Cidade do Cabo, o charme holandes e as rotas de vinho mais longa do mundo”). O ambiente é planejado para receber visitantes europeus, norte-americanos e asiáticos.

Guepardo, o rei da velocidade das savanas

Nos melhores game reserves os preços podem ser salgados, porque o tratamento é VIP, existem muitos funcionários para cada hóspede e os custos de manutenção são elevados. Por exemplo, um leão custa cerca de US$ 2,500.00; uma girafa, US$ 1.500.00; um búfalo US$ 15,000.00, um rinoceronte branco US$ 37,000.00 e um rinoceronte preto, raríssimo, US$ 55.000.00. O cálculo de capacidade de carga (isto é, o número máximo de visitantes ao mesmo tempo e no mesmo local para que os turistas não perturbem a vida dos animais e o ecossistema) é de um visitante para cada 100 hectares - por dia. É claro que existem game reserves mais economicos, mas não sei se a qualidade da experiência é a mesma.


  Os Parques Nacionais

Os parques administrados pelo governo também fazem sucesso e são muito bons. A África do Sul, com uma população de 44 milhões, tem um território de 1,219 milhões de Km2 e cerca de 16,5 milhões de hectares de áreas de preservação (8,8 milhões privados), o que representa quase 14% do território.


O governo administra uma rede com cerca de 20 Parques Nacionais (7,7 milhões de hectares, a maioria com acomodações para turistas) e um deles, o Kruger National Park, com 2 milhões de hectares (352 Km de norte a sul), é a grande estrela para safaris. É tão grande que tem fronteira com Moçambique e um pedacinho de Zimbabue; aliás, está em curso a criação de um gigantesco parque transfronteiriço, o Greater Limpopo Transfrontier Park, que terá 3,5 milhões de hectares. O Kruger oferece pacotes de roteiros guiados em Land Rovers ou a pé, mas o turista pode entrar com seu próprio carro fazendo rotas pré-estabelecidas, podendo parar em “restcamps” (hospedarias) principais ou em “camps” e locais para pernoite, ao longo do caminho. 

 Cerimonias tradicionais como esta, na Provincia de Freestate, atraem os turistas 

O parque oferece vários tipos de hospedagem, desde simples locais para barracas, até suites de maior qualidade, passando por cabanas e “bushvelds” que ficam em áreas remotas. Os preços, dependendo do período do ano, e da antecedência da reserva, ficam entre US$ 50.00 e US$ 200.00, embora algumas suites possam custar US 450.00 a diária na alta temporada (veja preços atualizados no site Parques Nacionais da África do Sul).


Os recursos receptivos são completos (com restaurantes, cafeteria, telefones, alguns com piscina), oferecem os vinhos do país, mas em geral são mais simples e a estadia mais economica, quando comparados com os oferecidos pelos parques privados, que cobram diárias que começam na faixa dos US$ 250.00.


Fotos: arquivo pessoal ou cortesia da South African Tourism.
Com este blog nos despedimos da África do Sul. A partir do próximo blog vamos conhecer o Movimento Cittaslow, e seu fundador e profundo conhecedor de vinhos chianti, Paolo Saturnini.

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Saiba mais sobre a África do Sul em
  Durban, a Zululândia e Amarulas na África do Sul - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/06/durban-zululandia-e-amarulas-na-africa.html 
Cidade do Cabo, o charme holandes e a rota de vinho mais longa do mundo - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/06/cidade-do-cabo-o-charme-holandes-e-rota.html

Vida selvagem: luxo e mordomia na África do Sul - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/07/vida-selvagem-luxo-e-mordomia-na-africa.html

(*) Rogério Ruschel - rogerio@ruscheleassociados.com.br  - é turista inveterado, jornalista e consultor especializado em sustentabilidade (http://www.ruscheleassociados.com.br/ ). É autor ou editor de 28 publicações sobre sustentabilidade socioambiental. Rogerio viajou à África do Sul a convite da South Africa Tourism.




segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cidade do Cabo, o charme holandes e a rota de vinho mais longa do mundo


Por Rogerio Ruschel (*)

 Vinhedo na região holandesa, Provincia do Cabo Ocidental
 
Algumas das atrações turísticas mais interessantes da África do Sul estão na Provincia do Cabo Ocidental, no extremo sul do continente africano, mais de 1.200 quilometros de Joanesburgo. “Descoberta” pelo navegador holandes Jan Van Riebeeck em 1652, a Península do Cabo oferece mais de 100 praias de areia branquinha, montanhas e vales lindos e verdejantes, jardins botânicos e reservas ecológicas. Parece clichê, meu caro leitor, mas é verdade. 

 Cidade do Cabo

Na Província estão também a Ilha Robben (onde Mandela esteve preso), o Cabo da Boa  Esperança (é, aquele que você aprendeu na escola, que os navegadores "dobravam", onde o Oceano Atlântico se encontra com o Oceano Índico), o Cabo das Agulhas e as Rotas Vinícolas (veja abaixo). Além, é claro, da Cidade do Cabo (Cape Town), uma das mais bonitas que já conheci. Visitei a Ilha Robben – Patrimônio da Humanidade pela UNESCO – e é chocante ver que Nelson Mandela ficou por mais de 20 anos lá dentro e saiu pregando paz e amor, sem revanchismos! 

A cela de Nelson Mandella na Ilha Robben

Fundada por holandeses em 1652 como ponto de abastecimento de navios da Companhia Holandesa das Indias Orientais, Cidade do Cabo é o mais importante porto e a segunda maior cidade do país, com 3,8 milhões de habitantes. Prédios de arquitetura histórica holandesa e inglesa convivem com mesquitas muçulmanas e arranha-céus modernos, em um belo vale cercado de montanhas pretas e verdes e praias com areias brancas. 

 Victoria & Alfred Waterfront, em Cidade do Cabo, com a Mountain Table ao fundo

A primeira impressão, por causa da Mountain Table (Montanha da Mesa) e do litoral, é que a Cidade do Cabo lembra Rio de Janeiro, com duas diferenças: as praias de lá são muito frias e a mata tropical carioca é mais exuberante - e, é claro, o Rio de Janeiro é mais bonito! (Isso sem falar nas mulheres brasileiras que dão de 10 a Zero). Na cidade pode-se visitar jardins botânicos, bibliotecas, museus e galerias, mercados de flores e de artesanato popular, além das lojinhas e restaurantes do cais Victoria & Alfred, um lugar onde passei quase um dia inteiro comendo frutos do mar com vinhos brancos sul-africanos. Visitei também uma praia onde pinguins são preservados e passei por algumas pequenas comunidades ao redor da Peninsula.

Mas o passeio mais bonito na cidade, sem dúvida nenhuma, é a Montanha da Mesa, onde, depois de pegar um teleférico moderno e espaçoso, chega-se a uma altura de 1.067 metros e se pode ver toda a beleza da cidade e da região, em práticamente 360 graus.  


Vinhos: uma herança holandesa

Ok, OK, Cidade do Cabo é bonita, mas eu queria conhecer um pouco mais sobre o vinho sul-africano. A sudoeste e não muito longe da Cidade do Cabo estão as Rotas Vinícolas nos distritos de Paarl, Stellenbosch e Franschhoeck, cortadas por rodovias (como a Rota 62) e estradas sinuosas em vales charmosos (como Breede River Valley e o Klein Karoo) cercados por montanhas verdes.

 Vinhedos na região holandesa do Cabo Ocidental


São verdadeiros cartões postais nos quais se vê os vinhedos dos principais produtores dos bons vinhos do país, em cidades como Barrydale, Montagu, Ashton, Bonnievale, Tulbach, Paarl e Wellington. Embora oficialmente existam várias Rotas do Vinho, no conjunto se trata da rota de vinho mais longa do mundo. 

 Restaurante em Seldelberg, Paarl: mordomia total!

Nesta Provincia são cultivados mais de 100.000 hectares de vinhedos e produzidos vinhos em mais de 340 adegas e propriedades. Em Paarl ficam várias cantinas da KWV; dizem que o nome Paarl (Pérola, em holandês) vem do fato de que depois das chuvas os pedregulhos de granito da montanha brilham como pérolas. 

 Solar holandês histórico

As cantinas têm programas de degustação e venda de vinhos brancos das cepas Chenin Blanc, Colombard, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Riesling e Semillon e das cepas tintas Cabernet Sauvignon, Pinotage (uma variedade que é quase exclusiva da África do Sul), Merlot, Shiraz e Pinot Noir. 

Adega típica: um convite à degustação

Em Stellenbosch – fundada em 1679 e uma espécie de capital do vinho no país - está a loja do Tio Samie, uma instituição comercial com quase 200 anos que oferece antiguidades, curiosidades, produtos usados e produtos naturais. Na cidade fica a sede da Associação da Cooperativa de Vinicultores, ou KWV, que tem 5.000 acionistas produtores ou comerciantes de vinho. É uma cidade simpática, pequena e bonita, pedindo para você passear pelas ruas com carvalhos alinhados, e talvez a que tenha preservado melhor a arquitetura holandesa no país.

 Vinhedos em Franschhoeck: magia por todos os lados

Voltei para Cidade do Cabo alegre pela beleza e levemente sonolento pelas degustações ao longo do caminho. Dormi na van e sonhei com isso. Brindemos ao sono dos felizes, caro leitor, e até o próximo post, “Vida selvagem: luxo e mordomia na África do Sul"Sawbonna, meu caro – que em zulu quer dizer “minha alma pode ver sua alma”.

e 14% em áreas de preservação.

stas brasileiros foFotos: arquivo pessoal, Great Wine Capitals Global Network e South Africa Tourism

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Saiba mais sobre a África do Sul em
·      África do Sul: aventura, safaris e pinotages - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/07/africa-do-sul-aventura-safaris-e.html  

·      Durban, a Zululândia e Amarulas na África do Sul - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/06/durban-zululandia-e-amarulas-na-africa.html

·      Cidade do Cabo, o charme holandes e a rota de vinho mais longa do mundo - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/06/cidade-do-cabo-o-charme-holandes-e-rota.html

Vida selvagem: luxo e mordomia na África do Sul - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/07/vida-selvagem-luxo-e-mordomia-na-africa.html



 (*) Rogério Ruschel - rogerio@ruscheleassociados.com.br  - é turista inveterado, jornalista e consultor especializado em sustentabilidade (http://www.ruscheleassociados.com.br/ ). É autor ou editor de 28 publicações sobre sustentabilidade socioambiental. Rogerio viajou à África do Sul a convite da South Africa Tourism