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sexta-feira, 16 de julho de 2021

Mais um, mais um, mais um: Vinhos de Altitude de Santa Catarina obtêm selo de Indicação Geográfica

 

Por Rogerio Ruschel

Meu prezado amigo ou amiga, está frio na serra catarinense, mas temos notícias quentes de lá. Como eu vinha monitorando aqui no  In Vino Viajas desde fevereiro em dois artigos, os Vinhos de Altitude de Santa Catarina conquistaram o selo de Indicação Geográfica (IG), concedido dia 29 de junho de 2021, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

 

Veja os artigos aqui:

·      Brasil vai ter mais três regiões vinícolas com certificação de origem; solicitações aceleram no INPI - https://www.invinoviajas.com/2021/02/brasil-vai-ter/

·      Livro da Epagri desvenda os segredos do terroir dos Vinhos de Altitude de Santa Catarina - https://www.invinoviajas.com/2021/02/livro-da-epagri/  

A qualidade dos vinhos finos produzidos na região foi identificada em amplo e rigoroso estudo da Epagri (veja matéria acima identificada) e reconhecida devido às características de solo, altitude, clima, variedades de uvas e por técnicas de cultivo. Inicia-se agora o prazo de 60 dias estabelecido pelo INPI para interposição de recurso da sociedade – o que certamente não vai acontecer. Ao final deste período a IG estará efetivamente estabelecida.

A conquista de Indicação Geográfica destaca que os Vinhos de Altitude produzidos na região são diferenciados dos outros produzidos no país, valorizando sua história e características únicas. Por meio do selo, os Vinhos de Altitude têm mais potencial de agregar valor econômico e conquistarem novos mercados. O registro da IG é dado aos produtos que apresentam uma qualidade única e características do seu local de origem. É o caso, por exemplo do “Vinho do Porto”, de Portugal e da “Champagne”, da região de Champagne, na França.

Os produtos reconhecidos são os vinhos finos, vinhos nobres, vinhos licorosos, espumante natural e vinho moscatel, e o brandy de Santa Catarina. São mais de 300 hectares de área cultivada, e mais de 1 milhão de garrafas produzidas anualmente. Esse reconhecimento começou há cerca de oito anos, quando o Sebrae/SC, em parceria com a AMURES, UFSC, Epagri, Embrapa, Secretaria Estadual de Agricultura da Pesca e do Desenvolvimento Rural e a Vinhos de Altitude – Produtores e Associados iniciaram o processo para conquista do selo de Indicação Geográfica para o produto. Foram desenvolvidas pesquisas por diferentes instituições que comprovaram o potencial das regiões de altitude de Santa Catarina para a produção de vinhos finos, agora comprovados pelo INPI.

Motivados por tradições familiares e paixões pessoais, há três décadas, empreendedores iniciaram a implantação da cadeia produtiva dos vinhos de altitude em Santa Catarina. Esse momento foi fomentado pelas pesquisas iniciadas pela Epagri naquela época, que permitiram o cultivo de uvas viníferas no Estado.  O resultado desta iniciativa vem produzindo vinhos com intensa coloração, definição aromática e equilíbrio gustativo, características reconhecidas pelo mercado consumidor. O Vale do Contestado e a Serra são as duas grandes regiões produtoras.

O selo do INPI reconhece os Vinhos de Altitude produzidos em área delimitada, que engloba municípios como Rancho Queimado, Anitápolis, Alfredo Wagner, Bom Retiro, Urubici, Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urupema, Painel, Lages, Capão Alto, Campo Belo do Sul, São José do Cerrito, Vargem, Brunópolis, Curitibanos, Frei Rogério, Monte Carlo, Tangará, Fraiburgo, Pinheiro Preto, Videira, Rio das Antas, Iomerê, Arroio Trinta, Santo Veloso, Treze Tílias, Macieira, Caçador, Vargem Bonita e Água Doce. São mais de 22 vinícolas associadas, e mais de 80 viticultores, que produzem os vinhos de uvas viníferas, que fazem parte do território delimitado.

O presidente da Vinhos de Altitude – Produtores e Associados, Humberto Conti, está muito feliz com o resutado de oito anos de estudos e afirma que a conquista para o selo foi possível graças a um esforço conjunto. “Foi um trabalho muito interessante, e que só vem para valorizar os produtos catarinenses, realizado em conjunto com vários parceiros e coordenado pelo Sebrae/SC com muita competência. É um reconhecimento de que produzimos um produto especial e de qualidade. Essa é uma grande conquista para Santa Catarina, diferenciando e mostrando o valor de nossos produtos”, ressalta.

Já o diretor técnico no Sebrae/SC, Luc Pinheiro, afirma a respeito que “Pensando em valorizar a gastronomia e a agricultura familiar catarinense, o Sebrae/SC, com outros parceiros, desenvolve ações que buscam valorizar produtos e serviços típicos e tradicionais das diferentes regiões do estado. Essa é a quarta Indicação Geográfica registrada em Santa Catarina, e conquistas como essa nos deixam muito orgulhosos, provando o valor que esse reconhecimento nacional e internacional tem para o desenvolvimento da economia local e para a sustentabilidade dos pequenos negócios. Com essa certificação, o produto deve ganhar ainda mais valor de mercado, promovendo a cadeia produtiva da região e estimulando o turismo e o desenvolvimento territorial”.

“A indicação geográfica é um processo belíssimo, que reúne várias contribuições. É um reconhecimento nacional e internacional, de que aquele produto é único e possui características únicas. Ficamos contentes quando um produto é reconhecido e os produtores podem se apropriar daquilo que sempre foi deles, apresentando Santa Catarina como referência de excelência em sua produção”, afirma Mara Rúbia Romeu Pinto Muller, da Secretaria Estadual de Agricultura da Pesca e do Desenvolvimento Rural.

“A concessão da IG coroa um trabalho de mais de 30 anos de pesquisa em torno da produção de vinhos finos em Santa Catarina”, lembra Edilene Steinwandter, presidente da Epagri. Ela destaca o trabalho multidisciplinar desenvolvido ao longo deste período, envolvendo experimentos com variedades de uvas viníferas, estudos ambientais, entre outros, que culminou no estabelecimento de uma cadeia produtiva organizada no Estado. Aliás, reforço a sugestão do leitor de bom gosto de In Vino Viajas conhecer este estudo em https://www.invinoviajas.com/2021/02/livro-da-epagri/ 

Além da conquista de Indicação Geográfica para os Vinhos de Altitude, o estado está representado por Indicações Geográficas de produtos como os Vinhos e Espumantes de Uva Goethe, dos Vales da Uva Goethe, a Banana da Região de Corupá e o Queijo Artesanal Serrano, no Campos de Cima da Serra.

A pesquisadora e engenheira agrônoma da Epagri, Cristina Pandolfo, reforça a importância da iniciativa. “Esse trabalho foi muito importante, envolvendo a cooperação de várias instituições, e demonstrando a competência da equipe da Epagri no desenvolvimento do trabalho de Indicação Geográfica. Foi um trabalho muito especial, que reuniu uma grande quantidade de informações, que também poderão ser utilizadas para outros tipos de estudos, demonstrando a riqueza das pesquisas e estudos realizados”, comenta.

“Essa conquista representa um avanço muito significativo, na medida em que teremos um selo que garante o padrão de qualidade do produto, e que também possibilita um grande avanço na gestão e estabelece um padrão da viticultura do território de Santa Catarina. A Indicação Geográfica também representa a organização de vinhateiros do território que se empenham a explorar o alto padrão dos vinhos produzidos na região”, afirma José Fernando da Silva Protas, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, uma das parceiras no processo que resultou nessa conquista.

Brindo a isso com Humberto Conti, Presidente da Vinhos de Altitude – Produtores e Associados. Parabéns!!!

sábado, 3 de julho de 2021

União de vinícolas, trade de turismo e poder público de 2 cidades cria produto turístico diferenciado na serra gaúcha.

Por Rogerio Ruschel

Meu prezado amigo ou amiga, hoje você vai conhecer mais um exemplo do que venho repetindo em palestras, artigos e no meu livro “O valor global do produto local” sobre o valor do turismo com indentidade: a união da comunidade em torno de objetivos comuns - como a valorização dos patrimônios locais do território - agrega um importante diferencial de marketing, cria uma maior percepção de valor para os produtos oferecidos e reduz custos de promoção e gestão.

No caso de hoje vou apresentar a Rota dos Vinhos dos Altos Montes, localizada na Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul (Serra gaúcha), entre os municípios de Flores da Cunha e Nova Pádua, cujos vinhos tem registro de Indicação de Procedência (IP) dos Altos Montes. Esta região abriga a maior extensão de plantação de uvas e produção de vinhos do Brasil, colhendo até 80 milhões de quilos de uva e produzindo 45 milhões de litros de vinho numa só safra, entre vinhos de mesa e vinhos finos. 

Pois este coletivo regional está oferecendo “uma charmosa viagem de inverno para a Serra Gaúcha para observar belas paisagens, visitar vinícolas, degustar vinhos e uma boa gastronomia italiana, mas quer fugir das cidades mais conhecidas e conhecer novos destinos” no dizer de Filipe Panizzon, Presidente da Associação de Produtores dos Vinhos dos Altos Montes. E sabe o que mais? Eles se associaram com as 12 vinícolas da região e criaram o Passaporte Altos Montes para este inverno.

É um modelo similar ao do Passaporte do Caminho de Santiago, na Europa. A cada vinícola que o turista visitar, receberá um carimbo no Passaporte. Somando o mínimo de 7 carimbos, o turista já poderá submeter seu Passaporte para o sorteio de um kit com 12 garrafas de Vinhos dos Altos Montes, sendo um rótulo de cada vinícola associada. Não é necessário somar todos os carimbos em uma mesma viagem, o turista poderá fazer várias viagens a nossa região e ir visitando aos poucos nossas vinícolas.  

O Passaporte terá validade de dois anos a contar da data do primeiro carimbo. Mas  os sorteios serão realizados a cada seis meses, gerando ainda mais motivação no turista. Os passaportes preenchidos poderão ser depositados em urnas distribuídas em qualquer uma das 12 vinícolas associadas ou na sede da própria associação. 

As Vinícolas dos Altos Montes são:

  1. Boscato Vinhos Finos - http://www.boscato.com.br/ 
  2. Casa Venturini Vinhos & Espumantes - http://www.casaventurini.com.br/ 
  3. Cave de Angelina Vinhos & Vinhedos - https://cavedeangelina.com.br/ 
  4. Fante Bebidas - http://www.fante.com.br/ 
  5. Luiz Argenta Vinhos Finos - http://www.luizargenta.com.br/site/ 
  6. Terrasul Vinhos Finos - http://www.vinhosterrasul.com.br 
  7. Valdemiz Vinhos Finos - https://www.montereale.com.br/valdemiz-vinhos-finos 
  8. Vinhos Fabian - https://vinhosfabian.com.br/ 
  9. Vinhos Viapiana - https://vinhosviapiana.com.br/ 
  10. Vinícola Bebber - https://www.familiabebber.com.br/Home/ 
  11. Vinícola Mioranza - https://www.mioranza.com/ 
  12. Vinícola Panizzon - https://www.panizzon.com.br/institucional 

Mapa Turístico da Região - https://cutt.ly/jn6dHcn  

Informações turísticas - https://cutt.ly/7n6dL4J  

Brindo a isso.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Muçulmanos produziam e exportavam vinhos na Sicíia nos séculos IX a XI – embora a religião não permita seu consumo

 

Baseado em texto de Ana Gómez, publicado em Vinotur; editado por Rogerio Ruschel

El vino, cujo consumo está prohibido por en el Islam, pero se ha descubierto que en la "Sicilia islámica" entre los siglos IX y XI, se producía y exportaba vino desde el puerto de Palermo hasta las tierras cristianas, convirtiendo a Sicilia en el centro del comercio del vino del mediterráneo.

Los investigadores de la estructura BioArCh de la Universidad de York, han demostrado que los musulmanes de Sicilia apreciaban el vino, tanto por su valor económico como por su relevancia agrícola. Tanto es así, que crearon un negocio de exportación de vino desde Palermo, antes del siglo IX d.C. Las ánforas utilizadas han sido analizadas por las universidades de Roma, York y Catania, entre otras, donde se han podido analizar las trazas orgánicas presentes en ellas.

Análisis químicos realizados en 109 ánforas utilizadas entre los siglos V al XI muestran una continuidad en el transporte del vino en Sicilia, durante el periodo islámico. Los estudios afirman que debido a la relación entre el ácido tartárico (uno de los principales elementos presentes en la uva. Los estudiosos no tienen pruebas que sugieran que el vino también era consumido por los miembros de la comunidad islámica.

Este componente realiza una acción fundamental durante la vinificación y el ácido málico (uno de los ácidos más abundantes de la naturaleza, presente en multitud de verduras y frutas, entre ellas las uvas) se han podido distinguir los residuos de vino de otros productos con un alto grado de certeza.

A historia empeza mucho antes. La producción, el comercio y el consumo de productos vitivinícolas tuvieron mucho éxito entre los fenicios. Prueba de ello son los numerosos hallazgos de ánforas en Mozia y Lilybaeum (la actual Marsala, Sicilia). Con los griegos en Sicilia (siglos VIII - III a.C.), la viticultura alcanzó un gran desarrollo, también porque estaba estrechamente relacionada con los rituales, así como con las fiestas dionisíacas. Se dice que el culto a Dionisio se originó aquí.

Con los romanos (siglo III a.C. - siglo VI d.C.), la viticultura y el vino en Sicilia recibieron una gran consideración. Con la caída del Imperio Romano la viticultura pasó a otras manos, y se incrementó su comercialización. Comienza la época de la dominación islámica hasta el siglo reforçando el Emirado da Sicília criado el e año 965.