Por Rogerio
Ruschel (*)
Sustentabilidade na taça -1.
A preocupação com o aquecimento global do planeta (o "Réchauffement de la Planète" em francês) em suas várias frentes também chegou ao mundo do vinho. A mudança da temperatura, do calor no solo, dos ventos e dos ciclos de chuva cria problemas e demanda soluções de técnicas agrícolas como a pesquisa por novas variedades de uvas e técnicas de cultura dos vinhedos (no cartum de Elizabeth Baddeley, do Willanette News, de Oregon, USA), como também no contexto da produção de vinhos mais “ecológicos”. É a sustentabilidade na cultura do vinho, procurando preservar na taça os aromas naturais da uva, identificados por degustadores e ilustrados neste poster abaixo.
A preocupação com o aquecimento global do planeta (o "Réchauffement de la Planète" em francês) em suas várias frentes também chegou ao mundo do vinho. A mudança da temperatura, do calor no solo, dos ventos e dos ciclos de chuva cria problemas e demanda soluções de técnicas agrícolas como a pesquisa por novas variedades de uvas e técnicas de cultura dos vinhedos (no cartum de Elizabeth Baddeley, do Willanette News, de Oregon, USA), como também no contexto da produção de vinhos mais “ecológicos”. É a sustentabilidade na cultura do vinho, procurando preservar na taça os aromas naturais da uva, identificados por degustadores e ilustrados neste poster abaixo.
A Organização
Internacional do Vinho (OIV) define viticultura sustentável como sendo uma "Abordagem
global para sistemas de produção e processamento de uvas, envolvendo tanto a continuidade
econômica das estruturas e territórios, a obtenção de produtos de qualidade, os
riscos relacionados com o ambiente, a segurança dos produtos e a saúde dos consumidores,
e da avaliação do equilíbrio econômico, histórico, cultural, ecológico e cênico."
Ou seja, harmonia total, como se vê na foto abaixo. Na Espanha grandes produtores como Freixenet, Codorniú e Bodegas Regalia tem
trabalhado com destaque neste assunto.
Mas também trabalham na adaptação ao
Réchauffement de la Planète (o Global Warming, Calentamiento Global ou Aquecimento
Global em francês): um grupo reúne 23 laboratórios franceses num
projeto batizado de Projet Laccave, para definir uma estratégia climática para
a indústria. Os “laccavistas” trabalham com institutos de pesquisa para
entender a evolução dos vinhedos diante do fenômeno e encontrar respostas para
os viticultores, além de um conselho científico composto por especialistas da Europa,
África e Américas, que também participa do trabalho. O objetivo é oferecer vinhos cada vez mais
saudáveis para os consumidores no futuro – consumidores que hoje são ainda jovens e crianças com os
quais já investe em programas de educação ambiental (veja fotos abaixo).
Em outra frente, a preocupação dos consumidores
com a saúde também está provocando mudanças em termos de sustentabilidade. Em
paralelo às pesquisas científicas o mercado vai ampliando a oferta por vinhos mais
“ecológicos” por conta de noticias como esta que circulou em 2012 e sacudiu o
mundo dos produtores: testes realizados com mais de 300 vinhos franceses
descobriu que apenas 10% deles estavam limpos de quaisquer vestígios dos
produtos químicos utilizados nos tratamentos dos vinhedos. E segundo consta, as
vinícolas da Europa utilizam cerca de 30 mil produtos químicos diferentes, razão
pela qual editoras publicam guias e estudos sobre produtos químicos e vinhos,
como este abaixo da Vinatur.org.
Hoje você pode encontrar
estes vinhos com apelos ecológicos em lojas ou restaurantes sem muita dificuldade - em outro post você vai ver isso em detalhes. Alguns são produzidos em vinhedos
certificados como 100% ecológicos (ou próximo disso), outros não fazem nem mesmo a
limpeza do “mato” (que na verdade não é “mato”) entre as mudas das videiras,
como nesta foto abaixo, de um vinhedo espanhol.
Se você se preocupa com o meio ambiente, estes rótulos são uma boa
alternativa de consumo, desde, é claro, que ofereçam o que se espera de um bom
vinho: sabor e boa relação custo/benefício. Mas na verdade, um vinho “saudável”
deve oferecer mais do que isso, como sintetizado no rótulo abaixo, que mostra que o produto contém "cultura
ancestral, emoções, trabalho de familias, um modo de vida diferente, sulfitos
naturais", etc e tal.
Esta tendência está crescendo mas ainda não chega a 10% da oferta global do produto porque é mais dificil e mais caro produzir
vinhos sem a lógica da produção massiva que requer o uso de defensivos,
pesticidas e produtos quimicos, e ainda dá
mais trabalho. Mas existe um bônis: o modo "ecológico" permite obter-se uma produção de uvas com
mais qualidade e cachos com uma melhor concentração de açucar (como estas "bonitonas" da foto abaixo) com as quais se pode fazer um vinho muito
mais saudável.
Temos vinhos assim no mercado há mais de 30 anos e a produção de
vinhos mais ecológicos vem crescendo om regularidade. São vinhos produzidos com Agricultura Racional,
Cultura Biológica ou Orgânica, principios de Biodinâmica e vinhos Naturais.
Em outro post você vai saber como se caracterizam estes tipos de “vinhos ecológicos”, conhecer um pouco mais sobre a legislação e a classificação deste vinhos. Até lá, um brinde a quem respeita a natureza.
Em outro post você vai saber como se caracterizam estes tipos de “vinhos ecológicos”, conhecer um pouco mais sobre a legislação e a classificação deste vinhos. Até lá, um brinde a quem respeita a natureza.
Veja um bom exemplo de produção vinícola ecológica na Espanha em http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/09/enoturismo-inteligente-na-andaluzia.html
(*) Rogerio Ruschel é jornalista, enófilo e consultor
especializado em sustentabilidade socioambiental.
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