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quarta-feira, 20 de março de 2019

Iniciativa da Espanha mobiliza vinícolas de todo o mundo a se unirem contra as mudanças climáticas

Por Rogerio Ruschel
Prezado leitor ou leitora, o mundo vitivinícola está cada vez mais atuante em relação ao aquecimento global e as mudanças climáticas. Escrevo sobre esse assunto aqui no In Vino Viajas desde 2012 e recentemente apresentei a iniciativa The Porto Protocol, movimento global pró-sustentabilidade da indústria vinícola nascido em Portugal – veja aqui:  http://www.invinoviajas.com/2019/02/the-porto-protocol/
Agora conheça outra mobilização, nascida na Espanha, a iniciativa “Vinícolas Internacionais para Ação Climática", que tem como objetivo mobilizar vinícolas para que se comprometam a alcançar uma redução de 80% de suas emissões totais de carbono até 2045.

As poderosas empresas espanholas Familia Torres e Jackson Family Wines, que já vem realizando um esforço individual com reduções de até 25% de suas emissões, anunciaram em Barcelona no começo de março de 2019, o esforço de colaboração de um grupo de trabalho, sob o nome de “Wineries Internacional para a Ação Climática”. A mobilização inclui três elementos fundamentais: estabelecer um ponto de referência das atuais emissões de carbono nos escopos 1, 2 e 3, através do balanço de emissões de gases de efeito estufa, auditado por uma empresa externa internacionalmente reconhecida (linha de base); adotar as diretrizes estabelecidas em 2015 pela Conferência COP21 e pelo Acordo de Paris para empregar uma abordagem científica na redução de emissões; e finalmente usar pelo menos 20% da energia renovável gerada por suas próprias instalações para cobrir o consumo de energia da vinícola.
Este movimento está se intensificando no mundo da vitivinicultura responsável por causa também de um estudo publicado por um pesquisador da Universidade da Califórnia em Davis, mostrando que as emissões de carbono emitidas durante o processo de fermentação do vinho são até cinco vezes mais elevadas do que de aviões e carros. Roger Boulton, professor da UC Davis, demonstrou que durante a fermentação o vinho emite grande quantidade de CO2, como nunca havia sido medido.
Outra pesquisa - da Escola Superior Técnica de Estradas, Canais e Portos e da Escola Superior Técnica de Engenharia Agronômica, de Alimentos e Biossistemas (ETSIAAB) da Universidade Politécnica de Madri - indica que a Peninsula Ibérica será a região vinícola afetada com mais gravidade pelo aquecimento global, provocando perdas especialmente para Portugal, Espanha, França e Itália na forma de incêndios, tempestades, frentes frias e quentes e problemas de doenças de uvas e produtividade.
Talvez esta seja uma das razões pelas quais durante o ano de 2018, a Administração Pública espanhola investiu tanto no assunto: aprovou um total de 13 projetos de Pesquisa e Desenvolvimento sobre Alterações Climáticas apoiados pela Plataforma Tecnológica de Vinhos (PTV) no âmbito do acordo com a Organização Interprofissional do Vinho da Espanha (OIVE). Destes 13 projectos, 3 são enquadrados a nível internacional, 8 são nacionais e 2 projectos estão sendo implementados a nível regional.
Um argumento que pode ajudar a convencer produtores menos sensibilizados vem de uma pesquisa da Universidades Politécnica de Madri (UPM) e da Universidade de Castilla la Mancha (UCLM) com resíduos e co-produtos da indústria do vinho. Eles chegaram à conclusão que a produção de biocombustível a partir de óleo de semente de uvas e bioetanol, ambos materiais obtidos durante o processo de produção de vinho, pode chegar a cerca de 20 kilotoneladas, cerca de 2% do biocombustível atualmente consumido na Espanha. Quer dizer: o lixo vira energia, o passivo vira ativo. Veja o esquema abaixo, publicado pelo portal Vinetur.
Enfim meu caro leitor ou leitora, como se costuma dizer, “o bicho está pegando” - mas em certas regiões do planeta parece que nada está acontecendo, os produtores não estão nem ai, só querem falar de pagar menos impostos e pedir mais ajuda. Estou exagerando?
Veja algumas matérias que In Vino Viajas já publicou sobre sustentabilidade no mundo do vinho:

terça-feira, 12 de março de 2019

O músico Mário Moita, alentejano de nascimento, brasileiro por adoção e cidadão do mundo por carreira, lança guia turístico do Alentejo

Por Rogerio Ruschel
Meu caro leitor ou leitora, por experiência própria sei que passar apenas três dias no Alentejo é realmente muito pouco para conhecer esta que é a maior e uma das mais apaixonantes regiões de Portugal. E como tem sido cada vez mais procurado pelos turistas – especialmente por brasileiros - um guia que ajude a utilizer melhor estes três dias seria muito bem-vindo. Pois foi o que o músico Mário Moita, alentejano de nascimento, brasileiro por adoção e cidadão do mundo por carreira, fez.
Mário Moita - que você já pode ter visto em shows em todo o Brasil ou em programas de televisão como o do Jô Soares, onde esteve três vezes - nasceu e cresceu no coração do Alentejo, em Reguengos de Monsaraz, distrito de Évora, e atualmente mora em Florianópolis, a bela capital de Santa Catarina. Pelo menos em parte do ano, porque sempre que pode vai comer uma bochecha de porco com os pais Lourenço e Gabriela ou viaja pelo mundo em turnês: já esteve em mais de 30 países fazendo shows, experiência que lhe permitiu até mesmo compor fados em japonês! 
Mário é um excelente compositor, pianista e cantor, sensivel e hamonioso, e procurou levar estas qualidades para o texto. Seu livro “Guia Turístico para visitar o Alentejo em três dias”, lançado no formato e-book foi escrito num tom intimista, com o autor apresentando referências geográficas e históricas do território e memórias da infância e juventude. 
Como se estivesse em um show de piano-bar, Mário conversa e compartilha com o leitor o que considera fundamental para se conhecer em apenas três dias no Alentejo, uma seleção do que ele gostaria que seus amigos conhecessem, como Évora, Estremoz, Vila Viçosa, Monsaraz e Reguengos de Monsaraz, sua terra natal. O prefácio é de autoria de José Calixto, ativo prefeito de Reguengos de Monsaraz e presidente da Recevin - Rede Europeia das Cidades do Vinho.

Por isso, para melhor apreciar o guia, achei que você deveria conhecer melhor o autor, e entrevistei o Mário com exclusividade, veja a seguir.
R. Ruschel - Onde e quando você nasceu? A familia é alentejana dos dois lados? Eles moram em Reguengos de Monsaraz, correto?

M. Moita - Nasci em Évora porque o hospital principal é nessa cidade, embora esteja muito minha família seja de Reguengos de Monsaraz. Minha familia é toda ALENTEJANA, com exepção de minha avó paterna que era espanhola, mas viveu desde os 14 anos em Moura, no baixo Alentejo. Minha mãe trabalhou numa empresa de cereais durante 12 anos e tinha uma agência de viagens. Meu pai trabalhou na sua infância na agricultura e depois de cumprir o serviço militar na Guerra de Moçambique regressou a Portugal e trabalhou durante 30 anos num banco. Estão aposentados e moram em Reguengos de Monsaraz.

R. Ruschel - Tua familia tem ou teve atividades relacionadas com a produção de uvas ou vinho ou azeite?

M. Moita - Minha familia materna está ligada à produção de uva há cerca de 5 gerações. Minha familia paterna está ligada à produção de azeitona também há muitas gerações.

R. Ruschel - Onde você passou a infância? Quais as melhores lembranças da infância?

M. Moita - Minha infância foi passada nas fazendas da familia entre a apanha da azeitona e a  ordenha mecanica de vacas de leite, e por isso estudei zootecnia. Tenho maravilhosas lembranças de andar de carro de mula com o meu avô paterno abastecendo um ponto de venda que minha avó tinha, onde vendia tudo o que hoje se chama organico. Do lado materno, muitas lembranças também de conduzir tratores, cortar sorgo para dar às vacas, ou passer dias inteiros a vacinar cabras. Minha adolescência foi passada nessas fazendas e em casa de um padrinho meu perto de Lisboa, que era corredor de rallys.


R. Ruschel - Onde você estudou música?

M. Moita -  Estudei musica em Reguengos de Monsaraz com um antigo maestro, o  Sr. Pagará, e com 10 anos iniciei meus estudos de piano no Conservatorio de Évora.

R. Ruschel - Você tem feito apresentações pelo mundo todo; quais as melhores recordações destes shows

M. Moita - Luto todos os dias por shows pelo mundo, porque adoro divulgar a minha cultura, e ter centenas de pessoas conversando comigo depois dos shows, querendo saber mais sobre a história do fado e de Portugal.

R. Ruschel - Desde quando e porque você está morando no Brasil?

M. Moita - Desde 2012 que parte do ano é passado no Brasil, com base em Florianopolis, porque minha esposa é de Santa Catarina.

R. Ruschel - Como você caracteriza seu trabalho?

M. Moita - É um resgate da História do Fado ao Piano, uma tradição de 1870 que continuo a ser o único português a divulgar pelo mundo. Apresento o fado de outra forma mais romântica e mais cultural, ligando História, Cultura e Música.
R. Ruschel - Em 2019 você comemora 20 anos de carreira musical. Quais os planos para este ano?

M. Moita - Pretendo divulgar mais meu trabalho em Portugal e no Brasil. Tenho planos também para França e Canadá. Estarei na China e Dinamarca entre outros paises, até o final do ano.

R. Ruschel - Porque decidiu escrever um guia turístico sobre o Alentejo? É especial para turistas brasileiros?

M. Moita - Há muito que tenho observado que a maioria dos turistas visitam em poucos dias Portugal, com foco em Lisboa, Cascais, Estorial, Porto e Fátima. Dezenas de pessoas no Brasil me pediam dicas sobre o Alentejo, porisso decidi, como conhecedor da região, fazer um guia que fuja dos roteiros normais turisticos.

R. Ruschel - Quais os três mais importantes patrimônios culturais do Alentejo?

M. Moita - Encontramos no Alentejo um gênero consagrado pela Unesco como Patrimônio Imaterial da Humanidade, o CANTE ALENTEJANO, além da gastronomia tradicional ser uma dieta mediterrânica, por exemplo o hábito de nos sentarmos á porta no verão e conversarmos com quem passa, algo que se está a perder com os tempos modernos. 

R. Ruschel - Quais os três mais importantes patrimônios arquitetônicos do Alentejo?

M. Moita - Encontramos no Alentejo um patrimônio muito rico desde o Neolitico, passando pelos castelos do século 12 como Monsaraz, até ao templo romano de Diana da cidade de Évora.

R. Ruschel - Quais os três mais importantes patrimônios históricos do Alentejo?

M. Moita - Temos o Palácio de Alcaçovas, onde foi assinado o tratado que dividiu o mundo ao meio com os Espanhois em Norte e Sul (antes do Tratado de Tordesilhas); o Castelo da Rainha Santa Isabel em Estremoz (onde actuei durante 13 anos) onde o Rei D Manuel I deu a carta régia ao Navegador Vasco da Gama para ele ir às indias, e por exemplo o afresco mais antigo do Alentejo (pintura) encontrada em Monsaraz, num antigo tribunal onde encontramos um retrato do bom e do mau Juiz.

R. Ruschel - Para o Mário Moita, quais os três mais importantes patrimônios emocionais do Alentejo?

M. Moita - Ser alentejano é chegar ao Alentejo e ter saudades de nossa paisagem, de nossas árvores, nossas oliveiras centenárias e nossos vinhedos, nossas comidas e o cheiro do inverno e do verão. Mas o principal patromônio é a familia, minhas raizes que estimo muito e admiro.

R. Ruschel - Podemos esperar outros guias semelhantes ao do Alentejo?

M. Moita - Conhecer o Alentejo em 3 dias é uma tarefa quase impossivel, mas será como uma primeira apresentação da maior região de Portugal. Para o fim do ano está previsto um guia abrangente que terá 3 percursos com 3 dias cada, que poderão ser feitos separadamente ou percorrendo o que eu chamo de 3 Alentejos: o Alto, o Baixo e o Litoral com mar.

R. Ruschel - O guia pode ser adquirido onde e como?

M. Moita - Pode ser adquirido online através de cerca de 32 lojas online ou pelo link directo na minha página de e-books em   https://mariomoita.com/

R. Ruschel - Você planeja algum dia produzir vinhos? Onde?

M. Moita - Pretendo a médio ou longo prazo ter um espaço onde se possa ouvir o Cante Alentejano, o Fado ao Piano e o vinho da talha, algo que meu avô paterno Mario Leitão fazia e que eu me acostumei a beber. O perfil do meu vinho terá o perfil de minhas castas prediletas, Alicante Bouchet e Aragonez.
Brindo ao Mário e ao Alentejo – com uma taça de Alicante Bouchet



quarta-feira, 6 de março de 2019

Enoturismo na Itália vale 2,5 bilhões de Euros movimentados por 14 milhões de turistas. Grazie, mio Dio!!!


Por Rogerio Ruschel
Meu prezado leitor ou leitora, In Vino Viajas acompanha o movimento do enoturismo na Itália há alguns anos. Ao final deste artigo você vai encontrar links para artigos sobre o assunto desde 2013, além de uma entrevista exclusiva com Paolo Benvenutti (foto abaixo), o presidente da Associação Cittá del Vino (Associazione Nazionale Città del Vino da Itália), a associação que reúne milhares de organizações e pessoas nos 432 municípios que tem sua economia fortemente influenciada pela vinicultura na Itália – entre os quais os produtores responsáveis por 80% dos vinhedos italianos com certificação de origem. Na foto acima, Montalcino. Pois agora In Vino Viajas vai atualizar sua informação.

Pouco mais de 14 milhões de atendimentos estritamente relacionados ao enoturismo, faturamento de 2,5 bilhões de Euros (R$ 10,7 bilhões) ao longo de toda a cadeia de suprimentos, com 85 Euros (R$ 360,00) de gasto médio por dia, aumentando para 160 Euros (R$ 685,00) com hospedagem. Esses são os números do Relatório do Enoturismo na Itália número 15, produzido pela Universidade de Salerno e pela Città del Vino, qual emergem vários pontos interessantes. A partir da pesquisa exploratória entre os 432 Municípios das Cidades do Vinho da Itália constata-se que mais da metade (52%) não prevê o pagamento de um imposto turístico. Além disso, 73% dos Municípios realizaram em 2018, um ou mais projetos para promover ou melhorar a oferta enoturista, mas quase 60% deles não possuem um Posto de Turismo.

No entanto, de acordo com informações recebidas dos próprios municípios, os enoturistas dão uma boa nota (7,18 em média) para a oferta do turismo do vinho como um todo, incluindo as iniciativas das adegas, fornecedores e assim por diante. Além disso, os enoturistas representariam 26,9% do volume de negócios das vinícolas e ainda mais - 36% - dos negócios dos restaurantes, hoteleiros e produtores de produtos típicos. No geral a qualidade das infra-estruturas de acesso aos vários territórios é considerada insuficiente pelos turistas (média de 5,4), bem como o funcionamento das Rotas de Vinho e Sabores (5,8) dos quais fazem parte 2 em cada 3 municípios da rede.

Do ponto de vista das vinícolas (42 responderam à pesquisa exploratória, dos quais metade Toscana), o enoturismo é mesmo importante, porque as vendas diretas nas visitas às caves e degustações são responsáveis ​​por 65% de todas as atividades de enoturismo em oferta.
E embora as opiniões dos entrevistados em geral seja positivo sobre os níveis de serviço oferecidos, as falhas e atrasos existem, por exemplo, na acessibilidade aos deficientes físicos.

Sem grandes surpresas, a Toscana (foto acima) é confirmada como a região enoturística mais popular da Itália, com quase metade das preferências globais (48,41%). Seguem-se Piemonte, Trentino-Alto Adige e Campania. A partir da pesquisa exploratória também se chega a um tiquete de gasto médio de 85 Euros para os enoturistas de passagem (que visitam os territórios sem dormidas) e de 160 Euros por turista considerando-se o nível global de experiência de serviços para o turismo do vinho ao longo da cadeia de abastecimento, incluindo viagem, alimentos, alojamento, compra de garrafas na adega, compra de produtos típicos no local.
As grandes constatações são que o turista do vinho não contribuiu apenas com benefícios para os donos das vinícolas e que ele está pronto para gastar bastante para obter uma experiência de degustação de qualidade, de vinhos de qualidade. Brindo a isso.
Fontes:  Città del Vino  e Vinititaly.com

Saiba mais sobre o enoturismo na Itália em In Vino Viajas:

·      Veja como a Città del Vino promove o território, a identidade e a excelência para manter os vinhos e o enoturismo da Itália no mapa dos melhores do mundo - http://www.invinoviajas.com/2015/08/citta-del-vino/

·      Pesquisa da Associazione Nazionale Città del Vino da Itália sugere estratégias e políticas para o turismo do vinho e da gastronomia - http://www.invinoviajas.com/2013/10/pesquisa-da-associazione-nazionale/

·      A importância da internet para o turismo na Itália, segundo a Associazone Nazionale Cittá del Vino - http://www.invinoviajas.com/2013/08/a-importancia-da-internet-para-o/



sexta-feira, 1 de março de 2019

Show de enoturismo: dormindo em bolhas transparentes com o céu estrelado e cercado por vinhedos na Austrália, Espanha ou México

Por Rogerio Ruschel
Meu prezado leitor ou leitora, que tal acrescentar doses crativas de design realmente contemporâneo e experiências definitivamente aventureiras no seu próximo roteiro de enoturismo? Pois In Vino Viajas mostra como isso é possivel, onde e como: conheça agora três hotéis que oferecem quartos de bolha inflável transparente, em cenários instigantes. 
Bubble Tent, Australia
O primeiro roteiro é para se hospedar no Bubble Tent, o primeiro hotel com quartos de bolha inflável da Austrália, localizado a meio caminho entre as cidades de Mudgee e Lithgow, a cerca de 200 km a noroeste de Sydney. OK, é no meio do deserto, mas tem vantagens: uma vista estonteante para dois patrimonios incríveis: o canion do vale de Capertee (o segundo maior desfiladeiro do mundo que inclui uma Área Importante de Aves (IBA) com aproximadamente 242 espécies); e um dos mais límpidos e estrelados céus do mundo. Mas na minha opinião tem uma terceira atração: cerca de 40 adegas produtoras de vinho com enoturismo na região de Mudgee, e outras tantas um pouco mais longe.


A tenda-bolha tem uma grande área transparente e foi projetada para proteger os hóspedes dos elementos da natureza e para manter sempre uma vista ininterrupta para o hóspede.  Quando chega ao local, o turista recebe um telescópio para observar as estrelas, um App para identificá-las automáticamente e um iPad carregado com aplicativos de observação de aves. As atividades incluem vôos de helicóptero, trilhas a pé sobre a propriedade de 1.000 hectares, rapel, canoagem e pesca. Além, é claro, de visitas aos vinhedos e adegas da região.
A tenda-bolha é inflada por uma tecnologia que usa um sistema pressurizado (uma turbina ecológica operada por baterias e energia solar) que enche e renova constantemente o ar. Infelizmente não posso lhe dizer onde fica o hotel, porque a localização exata do Bubble Tent é mantida em segredo até você ter feito reserva, assim eles conseguem manter a experiência privada e isolada.
Campera Hotel Burbuja, Baja California, Mexico

O Campera Hotel Burbuja está localizado em Ensenada, no coração de Valle de Guadalupe, Baja California, México, na estrada que liga Laja e Finca Altozano. Rodeado por vinhedos, montanhas e olivais, o Campera é um eco-resort único, focado na sustentabilidade e que oferece uma experiência imersiva e luxuosa. E uma das atrações são os quartos-bolha, as burbujas.

O hotel tem dez quartos-bolhas projetados na França e construídos com o mais alto grau de qualidade de materiais, cada um contando com banheiro privativo, cama grande e comodidades de luxo. Aliás, é bom registrar que estes e os quartos-bolha dos osutros hotéis aqui apresentados são projetadas para suportar os climas mais agressivos e são pressurizados e climatizados para oferecer uma experiência segura e confortável.

Como no Bubble Tent da Austrália, aqui também o turista descansa tendo o firmamento como teto, e cercado por vinhedos. E são muitos vinhedos: o Valle de Guadalupe tem mais de 80 vinícolas. Aliás, dentro do frigobar dos quartos-bolha o visitante pode desfrutar de vinhos mexicanos da região, um branco e outro tinto, produzido nos vinhedos de Docepiedras, região do vale com campos de golfe e vinhedos. O hotel e a região também oferecem experiências gastronômicas em mais de 20 restaurantes com chefs conhecidos e visitas a produtores de azeites de oliva. Que tal?
Hotel Aire de Bardenas, Navarra, Espanha 

O terceiro hotel fica na Espanha – e uma das fotos é a que abre aeste artigo. O Hotel Aire de Bardenas está localizado no centro da Comunidade Autônoma de Navarra, ao lado da Reserva Natural Bardenas Reales, no Nordeste da Espanha, fazendo divisa com a França. A região tem um clima árido, que se manifesta com grandeza paisagística do Parque Natural del as Bardenas Reales, 42 mil hectares de paisagens áridas e formações rochosas moldadas naturalmente pela ação das chuvas e um visual muito exótico (foto abaixo). 

Para aproveitar melhor, você pode escolher hospedar-se em bangalôs especiais com vista para as Bardenas Reales, quartos possuem jardim privativo e/ou banheira grande ao ar livre. Ou em um dos quartos-bolha infláveis. O céu está repleta de estrelas e por causa do ambiente quase desértico, a natureza é surpreendente com lindos por-do-sol e amanhecer. Para os hóspedes resta relaxar, fazer trilhas na área do hotel e na Reserva Natural, comer – e beber. Este é um bom local porque o hotel está tão próximo da capital Pamplona quanto de Logroño, já em La Rioja, uma das mais prestigiadas regiões vinícolas da Espanha. São mais ou menos 60 quilômetros, uma distância que vale a pena para passar o dia.


Além das vinícolas por perto, há muitos mosteiros nas proximidades e mais uma atração: produtores de azeite. Na região é possivel realizar visitas e degustação de azeites e dependendo da época, poderá fazer visitas guiadad para acompanhar alguma atividade do processo de fabricação de azeite virgem extra em uma prensa ecológica de alta qualidade com visita ao olival. Gostou?
Meu caro leitor ou leitora, se eu tivesse como investir, faria um destes hoteis com quartos-bolha transparentes no Alentejo, emlocalização estratégica: no município de Reguengos de Monsaraz (a capital portuguesa dos vinhos) perto do Lago Alqueva e do Castelo de Monsaraz e ao lado do Dark Sky Alqueva, o observatório de turismo astronômico certificado pela Nasa. E convidaria meus hóspedes para visitar e degustar os vinhos da Carmim, Ervideira, José de Souza, Herdade do Esporão, Monte dos Perdigões, São Lourenço do Barrocal e outros do território de José Calixto, prefeito da cidade e presidente da Rede Européia de Cidades do Vinho - Recevin. Quem sabe eu ganho na loteria?