Rogerio Ruschel e Oihana Eraso (*)
Lanzarote é a ilha mais oriental do arquipélago das Canárias, uma das regiões autônomas da Espanha
e destino turístico muito badalado para espanhóis, portugueses, franceses,
alemães e outros europeus – mesmo estando a mais de 1.000 Km de distância do
continente europeu.
Como é de
origem vulcânica (na última grande erupção e fica a aproximadamente 100 Km de Marrocos, na África, grande parte do solo é
árido.
Como outros produtos agrícolas, as videiras foram plantadas no solo de lava
negra e tem a vantagem de que a rocha de lava fina (Picon)
tem uma grande capacidade de armazenamento de humidade noturna, o
que que dá bons vinhos
mineralizados, especialmente vinhos brancos, e dentre eles, o da uva malvasia vulcânica, um vinho adocidado
muito badalado, conhecido também por Canárias. Veja a capa do guia abaixo que mostra o posicionamento
de marketing dos vinhos locais, como “A essência do vulcão no seu
cálice”...
Oihana Eraso, jornalista de Bilbao, País
Basco, Espanha (abaixo, mostrando o solo negro), que edita um programa de televisão e o
blogue e revista eletrônica Agroviajeros.com sobre turismo, vinhos, gastronomia e cultura local, esteve em Lanzarote e inspirou
este post.
Ela lembra que “
Mesmo que
o Malvasia seja o mais famoso e importante, em Lanzarote são produzidos pelo menos seis diferentes tipos de vinhos:
vinhos brancos, rosés e tintos com pelo menos 9% de teor alcoólico; vinhos
espumantes com 10%; um vinho de
uvas maduras com 13% e finalmente um vinho licoroso com 15% de graduação
alcoólica.
Qualquer vinho destes pode harmonizar com comidas tipicas: os frutos do mar com vinho branco e, como conta Ohiana Eraso, vinhos brancos e tintos podem ser harmonizados com um assado exclusivo de lanzarote, o assado ao vulcão. Isso mesmo, os moradores utulizam o calor vulcânico das profundidades da terra para fazer fogões como este "frango ao vulcão" da foto abaixo.
Para produzir as uvas, os viticultores fazem cavas, buracos de cerca de 3 metros de profundidade com 2/2,5 metros de diâmetro e plantam a videira lá dentro (veja acima), contando que suas raízes se fixem no solo mais profundo. Muitas vezes o buraco é acompanhada por uma estrutura de pedra que atua como uma mureta protetora da videira - o que na França é chamado de “clos” – veja abaixo.
Para produzir as uvas, os viticultores fazem cavas, buracos de cerca de 3 metros de profundidade com 2/2,5 metros de diâmetro e plantam a videira lá dentro (veja acima), contando que suas raízes se fixem no solo mais profundo. Muitas vezes o buraco é acompanhada por uma estrutura de pedra que atua como uma mureta protetora da videira - o que na França é chamado de “clos” – veja abaixo.
Este sistema criou uma paisagem única em Lanzarote, paisagem esta que atinge o seu pico
em La Geria, um
Parque Nacional com mais de 5.500 hectares com plantio de uvas que parece uma
paisagem lunar (veja abaixo); e o Parque Nacional de Timanfaya, que fizeram com que a Unesco
atribuísse a Lanzarote o estatuto de Reserva da Biosfera em 1993.
Esta forma de cultivo não permite o uso de
máquinas e como as tarefas são
realizadas manualmente (veja abaixo), não dá para promover
grandes plantios, o que levou os produtores a optar pela qualidade ao invés da
quantidade.
Esta
qualidade é protegida por uma DO – Denominação
de Origem própria, diferente de outras Dos das Ilhas Canárias. A DO Lanzarote
foi oficializada em 1993 e a partir de 2008 o Conselho Regulador da Denominação de Origem Vinhos
de Lanzarote se
tornou uma empresa de direito
público “com personalidade jurídica e plena capacidade de cumprir as suas finalidades públicas e privadas voltadas para a gestão da denominação, e sua representação, defesa, segurança, pesquisa e desenvolvimento de mercado e promoção, bem como a prestação de serviços relacionados com essas atividades.”
As atrações
turísticas da ilha vão além de roteiros de vinho e incluem paisagens atraentes e praias como Puerto del Carmen, Costa Teguise e Playa
Blanca (acima), gastronomia de alta qualidade com frutos do mar e vinho local e a prática de esportes de ação na natureza como vela, mergulho,
windsurf, caminhadas, pescaria, golfe e outros, em locais surpreendentes como Los
Hervidores, abaixo.
Se você tiver a sorte de abrir um Malvasia Vulcânico DO
Lanzarote, faça um brinde ao mais célebre
habitante da ilha, o português José Saramago, Prêmio Nobel da Literatura, em
1998, que gostava muito dos vinhos da terra. Eu proponho um tim-tim aos escritores
Sheakespeare e Saramago.
(*) Rogerio Ruschel é jornalista e enófilo brasileiro e Ohiana Eraso é jornalista na Espanha
Que lugar fantástico! O vinho mesmo deve ser uma delícia, afinal com tanta agitação vulcânica e uma terra para lá de rica em minerais, o sabor só poderia ser especial. Abraço!
ResponderExcluirO sabor é bem mineral, mas ao mesmo tempo frutado, Thiago. Grato pea leitura. Abs
ExcluirMuito boa a matéria, parabéns....
ResponderExcluirObrigado pelo prestigio da leitura, Anônimo
Excluirfantástico !!!!!!!!!
ResponderExcluirÉ mesmo fantastico, Richard. Grato pelo prestigio da leitura. Abs
ExcluirMuito bom o artigo.vivo aqui na Espanha e tive a chance de degustar ...ė realmente interessante. Mais ainda o tipi di cultura que assemelha a de Pantelleria na Itália em solo tem vulcânico
ResponderExcluirObhrigado, Alberto. O vinho é excelente mesmo. Abraços
ExcluirMuito bom o artigo.vivo aqui na Espanha e tive a chance de degustar ...ė realmente interessante. Mais ainda o tipi di cultura que assemelha a de Pantelleria na Itália em solo tem vulcânico
ResponderExcluirAcabei de assistir a matéria do Globo repórter falando sobre as ilhas Canarias e sobre o vinho, plantação de uvas, etc... . Fiquei até com vontade de ir conhecer e dugustar o vinho! Parabéns! Excelente artigo!
ResponderExcluirEstou aqui também depois da matéria do Globo repórter.
ExcluirExcelente artigo! Deu ate vontade de conhecer as ilhas Canarias e degustar o maravilhoso vinho produzido em solo vulcânico.
ResponderExcluirAcabei de assistir a matéria do Globo repórter falando sobre as ilhas Canarias e sobre o vinho! Parabéns!