Por Rogerio Ruschel (*)
Meu caro leitor ou leitora, embora dezenas de
países já estejam contabilizando milhares de visitantes com Enoturismo há mais
de 30 anos, somente agora, em 2016, a Organização Mundial do Turismo (OMT) vai
realizar o primeiro evento internacional sobre o assunto. A data é de 7 a 9 de
Setembro, e o evento da OMT será na Geórgia, considerada o berço da produção de
vinhos no mundo. Veja nesta matéria algumas imagens deste país que está na
minha lista de locais para conhecer urgentemente – mas que infelizmente não vai
ser agora... Na foto abaixo, um entardecer em Tbilisi, capital da Geórgia.
A Geórgia é um pequeno e belo país da Europa
Oriental que se tornou independente da ex-União Soviética em 1991. Tem uma
geografia acidentada, com as maiores montanhas do Cáucaso, uma história rica em
disputas e conquistas, um povo com cultura e tradição excepcionais, um pólo de
turimo de qualidade emergente e é considerada o berço da produção de vinhos no
miundo: arqueólogos acreditam que a produção de vinhos
existe na região desde o ano 7.000 a.C. – ou seja, há 9.000 anos.
Além disso a Georgia é detentora de uma tecnologia de vinificação
ancestral que foi tombado pela
Unesco como Patrimônio Imaterial da Humanidade denominada kvevri – ou qvevri, ou kwervri – que é o nome de um recipiente de barro que
serve para fermentar a uva – veja acima e abaixo.
Pois a Conferência Global sobre Enoturismo (em inglês “UNWTO Global Conference on Wine Tourism”) terá um
formato único e dinâmico no qual as sessões terão lugar em diferentes
vinícolas, tanto na capital Tbilisi, como na região vinícolas de Kakheti, com
os convidados em plateias ou mesas. Especialistas farão apresentações curtas e
objetivas para conduzir os debates que decorram em cada uma das mesas entre os
participantes. Veja o mapa do vinho da Geórgia abaixo.
Estarão
participando da conferência irá
envolver, entre outras, Giovanni Mantovani, diretor-geral do recinto de feiras
Veronafiere e criador do VINITALY (Itália); Janet Dorozynski, Comissário de
Comércio, Vinhos, Cervejas e Bebidas espirituosas e de Turismo do Departamento
de Assuntos Internacionais do Canadá; Mike Veseth, economista especializado em
vinhos, professor emérito de Economia Política Internacional na Universidade de
Puget Sound (Estados Unidos); Gabriel Fidel, assessor de vinho da Argentina);
Ayana Mizawa, Chief Winemaker da Chuo Budoshu Co., Grace Wine (Japão); Pedro
Vargas, Diretor de Projetos Internacionais do Fórum Espanhol de Marcas Renomadas
(Espanha), que vai apresentar um projeto piloto de enoturismo – veja mais adiante.
Estão
confirmados também personalidades europeias do ramo como Santiago Vivanco,
diretor do Museu Vivanco da Cultura do Vinho (Espanha); Donald Hawkins,
Eisenhower, Professor da Universidade George Washington (Estados Unidos), Paula
Sousa, Diretor de Marketing e Turismo da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo
(Portugal); e Zaida Semprun, Chefe de Enoturismo de Marketing do Grupo
Freixenet (Espanha) e auoridades locais como George Chogovadze, chefe da
Administração Nacional de Turismo da Geórgia (Georgia); Levan Davitashvili,
vice-ministro da Agricultura da Geórgia (Georgia); Patrick Honnef, enólogo e
viticultor, Diretor Geral do Château Mukhrani (Geórgia); John H. Wurdeman V,
proprietário da vinícola Lágrimas de Faisão (Geórgia).
Segundo o anúncio oficial, uma das novidades
da Conferência é que será apresentado um protótipo de turismo que visa
proporcionar uma forma inovadora de promover e divulgar um destino de
enoturismo. O projeto vai abordar a Espanha e seu estilo de vida através das
vinícolas associadas do Fórum de Marcas Renomadas da Espanha (FMRE), que está
desenvolvendo o protótipo juntamente com o Programa de Membros Filiados da
Organização Mundial do Turismo (OMT). Pelo novo modelo, as vinícolas
participantes se tornarão centros de visitantes oferecendo aos viajantes
percepções autênticas sobre a história e os recursos mais importantes de suas
respectivas regiões - como a comerciante na feira livre, na foto abaixo.
A OMT diz que esse projeto é uma nova
abordagem para atender as demandas de consumidores emergentes de enoturismo e
que o trabalho de campo para testar o modelo foi feito com a colaboração de
vinícolas nas regiões Cádiz (Jerez, Puerto de Santamaría e Sanlúcar de
Barrameda), Galicia, Penedés, Priorat, Ribera Del Duero, Somontano, Toledo e
Toro. Na verdade isso é o que já vem sendo feito atualmente, e que os leitores
regulares de In Vino Viajas já
conhecem – em todo o caso, vamos ver o que os espanhóis estão propondo em
conjunto com a OMT. Um brinde a iniciativa da OMT.
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