Por Rogerio Ruschel (*)
O arquipélago
de Galápagos foi “descoberto” em 1535, quando o navio de um bispo do Panamá se
desviou de sua rota quando viajava em direção ao Peru; oficialmente o
arquipélago foi registrado pela primeira vez em um mapa desenhado por Mercator
em 1569.
Fala-se
que o primeiro morador das ilhas foi um irlandês chamado Patrick Watkins foi abandonado
na ilha em 1807; sem nenhuma base científica, concordo com pesquisadores que
acreditam que o cara bebia tanto que nem os companheiros o aguentaram.
Segundo
consta o irlandês comia animais como siris (acima) e fragatas (abaixo) e descolou um jeito bem
maneiro de sobreviver ao vicio: plantava alimentos que trocava por rum com os
visitantes, a maioria piratas que perambulavam pelo Oceano Pacífico atrás de
vítimas. Em 1809 o irlandês bebum roubou um barco e fugiu para o Equador,
chegando a Guayaquil, onde se escondeu. Gente finíssima.
Alexander
Selkirk fugiu de casa se alistando em navios mercantes ou piratas para não ser
preso por suas malandragens e ficou conhecido como Robinson Crusoé porque entre
1704 e 1708 sobreviveu solitariamente (até libertar um indígena apelidado de Sexta-feira, de quem ficou amigo ou namorado, não se sabe - veja ilustração abaixo) como náufrago na ilha de Juan Fernandez,
na costa do Chile. Suas aventuras inspiraram o escritor Daniel Defoe a escrever
o romance Robinson Crusoé. Logo que foi resgatado, o desajustado marinheiro foi
para Galápagos – acho que para matar a saudade das loucuras…
Mas o
mais famoso visitante da ilha foi sem dúvida o (então) jovem naturalista ingles
Charles Robert Darwin, que estava a bordo do navio "H.M.S. Beagle" do
capitão Robert Fitz Roy (ilustrado abaixo).O navio chegou em Galápagos em 15 de setembro de 1835 e ficou pouco mais de um mes, periodo no qual Darwin visitou as ilhas San Cristóbal, Floreana (hoje Charles Island), Isabela e Santiago, fazendo coleta de plantas e animais e observando tudo que via, mas curtindo especialmente pássaros, entre os quais cotovias, tentilhões e estes falcões abaixo.
Como se
sabe, muitos anos depois (1859) estas observações levaram Darwin a enfrentar a
intelligentzia da época e os religiosos (que o criticaram e humilharam, como mostra a ilustração abaixo) e propor a Teoria da Seleção Natural,
ao observar as mudanças fisicas e de comportamento de animais semelhantes mas
que se adaptavam a cada ambiente (no caso em cada ilha) em que viviam.
A importância ecológica
das ilhas como um refúgio natural para muitas espécies endêmicas (que só
existem lá) levou o governo do Equador a criar um Parque Nacional em 1959, com
uma área que cobre 97% da extensão das ilhas, ficando de fora apenas as áreas
já urbanizadas e transformadas pela agricultura em quatro das ilhas. No parque
funciona um centro de pesquisas que homenageia Darwin.
A fauna endêmica conta com
várias espécies de invertebrados, répteis e aves e são incontáveis as espécies de
peixes e corais. Um brinde a eles, caro leitor.
(*) Rogério Ruschel é
jornalista e consultor especializado em sustentabilidade e esteve no Equador a
convite do Ministério do Turismo daquele país.
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