(*) Por
Rogerio Ruschel com texto do Ibravin
Meu
estimado leitor ou leitora, a tecnologia se torna ainda mais valiosa quando
ajuda a valorizar o que nos traz qualidade e alegria, concorda? Pois é: saber que tipo de
uva foi utilizada, em que tipo de solo ela está, quanto recebe de sol e chuva, como foi plantada e como vendo
sendo trabalhada é uma informação de fundamental importância cultural, técnica
e econômica para a gestão da produção de vinhos em um país que quer melhorar
sua qualidade. Por exemplo: na foto acima podemos ver todos os vinhedos (em verde mais claro) e os vinhedos utilizados para produzir espumantes (em vermelho) na região delimitada do Vale dos Vinhedos (linha amarela), ao lado da mancha urbana da cidade de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. Na foto abaixo um técnico trabalhando em campo.
Pois
o Brasil deu um passo importante em outubro de 2015, com a divulgação dos
resultados do georrreferenciamento de cerca de 4.400 hectares de duas das nossas
mais importantes áreas vinícolas: a
Denominação de Origem (DO) Vale dos Vinhedos e a Indicação de Procedência (IP)
Pinto Bandeira, na serra gaúcha. Veja a seguir um texto preparado pelo Ibravin sobre
o assunto, com fotos dos técnicos do trabalho.
O levantamento vinha
sendo realizado desde o ano de 2012 por técnicos da Embrapa Uva e Vinho (órgão
especializado do MInistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com sede
em Bento Gonçalves/RS) e foi lançado no fim de outubro pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) na forma de CDs e links. Veja abaixo um mapa
resumido da Altimetria da DO Vale dos Vinhedos. Cada pequeno quadradinho é uma propriedade - a mancha urbana da cidade pode ser vista ao lado.
Além de divulgar os dados de área obtidos no levantamento de
campo, o Cadastro Vitícola Georreferenciado apresenta informações com a
tecnologia SIG - Sistemas de Informações Geográficas, com detalhes
dos vinhedos, cultivares, porta-enxertos, sistemas de condução, área, produção,
suas coordenadas geográficas e a caracterização da viticultura local, por meio
da geomorfologia da região de referência. O estudo também apresenta informações
sobre aspectos paisagísticos e histórico-culturais como esta capelinha no meio
do vinhedo na foto de Gilmar Gomes.
Segundo os editores da publicação, os pesquisadores da Embrapa Uva
e Vinho Loiva Maria Ribeiro de Mello e Carlos
Alberto Ely Machado, as informações disponíveis irão contribuir para
qualificar a produção de uvas, vinhos e espumantes da IP e da
DO. “As indicações geográficas permitem organizar e diferenciar a produção,
identificando o melhor potencial produtivo das áreas e qualificando
as uvas e vinhos das regiões", pontua a pesquisadora Loiva
Maria. O chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Celso Zanus, diz que
as IGs são a possibilidade de desenvolvimento de uma agricultura mais
diversificada e que valorize a produção local. “Esse levantamento pode servir
de referencial para as próximas indicações”, salienta Zanus. Abaixo um mapa resumido da exposição solar dos vinhedos da DO Vale dos Vinhedos.
Para o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin,
Moacir Mazzarollo, o georreferenciamento é importante para saber
quais são as variedades plantadas e a quantidade produzida nas diferentes
regiões vitivinícolas. “Isso nos traz a segurança quanto à qualidade dos
vinhos, sucos e espumantes destas regiões produtoras, é bom para a imagem do
Brasil como país produtor de vinhos”, frisa. Veja
abaixo um mapa com os vinhedos de uvas tintas autorizadas (em vermelho) e
demais vinhedos na DO Vale dos Vinhedos.
O presidente da Associação de Produtores de Vinhos Finos do Vale
dos Vinhedos (Aprovale), Márcio Brandelli, acredita que os resultados do estudo
serão importantes para qualificar ainda mais os produtos elaborados naquela
região e também para encaminhar demandas às autoridades responsáveis. “Muitas
vezes, quando encaminhamos pedidos aos governos, nos são solicitados dados do
setor. Agora, temos como obtê-los”, comemora. Na foto abaixo método de condução
da vinha.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Vinhos de Pinto
Bandeira, Daniel Geisse, o mapeamento das informações da IP serão úteis no
encaminhamento da DO de espumantes do município. “É uma conquista fantástica para
todos”, avalia.
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Para conhecer detalhes sobre o Vale dos Vinhedos acesse http://www.cnpuv.embrapa.br/pesquisa/cadastro/cds/CDROM_VV/site/home.html
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Para conhecer detalhes sobre Pinto Bandeira acesse:
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Para
saber mais sobre o Ibravin acesse http://www.ibravin.org.br/institucional.php
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Conheça o projeto de
georrerenciamento do Uruguai em http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/12/com-o-georreferenciamento-de-100-da.html
(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino
Viajas em São Paulo, Brasil. Texto original produzido pela Assessoria de
imprensa do Ibravin; fotos de Gilmar Gomes com autoria identificada ou dos
autores do trabalho da Embrapa Uva e Vinho
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