Por Rogerio Ruschel (*)
Como todas as pessoas, tenho minhas manias. Algumas são convencionais,
muitas são estranhas e algumas podem ser extravagantes. Não sei em qual
categoria se encaixam duas manias que tenho enquanto jornalista de turismo:
fotografar carrousséis (aqueles brinquedos com cavalinhas de madeira, os famosos
“mary-go-round” – veja aqui um post em abril/2013) e documentar comunicação de
rua, do tipo popular e as placas de bares e restaurantes.
Minha formação é comunicação e gosto de imaginar que vejo arte até mesmo
em comunicação visual nas ruas. E se isso não for arte de primeira grandeza,
deve ser respeitada porque é a manifestação cultural de um povo.
Isso decididamente se aplica à Republica Tcheca, cujo povo tem uma
história fantástica de mais de 2.800 anos de opressão e lutas. Eles sofreram
durante as guerras hussitas, no século XV, na Guerra dos 30 anos, sob o jugo
dos Habsburgos, durante a Segunda Grande Guerra e durante a Primavera de Praga
em 1968.
Os tchecos só conseguiram se identificar como integrantes de uma Nação
livre em 1993, quando o pais se separou da Eslováquia, sua co-irmã na até então
Checoeslováquia.
Entre os talentosos tchecos estão os compositores Bedřich Smetana e Antonín Dvořák
e o artista gráfico Alfons Mucha, que apesar de ser respeitado por seu trabalho
criando cartazes para os
shows de Sarah Bernhart e jóias para a Tiffany, se tornou mundialmente
conhecido pelo design de toalhas, papéis de parede e embalagens de latas de
biscoitos… Veja duas de suas ilustrações abaixo – lembrou do estilo?
Outros tchecos talentosos
são o quimico Jaroslav
Heyrovský, Premio Nobel de Quimica em 1959; os escritores Bohumil Hrabal e
Milan Kundera, autor do badalado A Insustentável Leveza do Ser; o cineasta Milos Forman;
a politica Madeleine K. Albright que
todo mundo pensa que é norte-americana; os tenistas Ivan Lendl e Martina Navrátilová e talvez o intelectual
mais conhecido de todos, o escritor Franz Kafka.
Praga produz poucos vinhos, nenhum tem expressão mundial e são
relativamente bons - experimentei alguns deles. Mas os tchecos foram os
inventores da cerveja – o nome Lager, que caracteriza o tipo de cerveja mais
conhecido, é uma cidade próxima de Praga, e a marca Budweiser, hoje uma das
mais conhecidas no mundo, nasceu na República Tcheca.
Bebe-se pouco vinho e muita cerveja por lá, mas também a “bebida do
demônio”, o Absinto, com graduação alcoólica de até 70%, que é uma curtição
nacional. Um brinde a isso, caro leitor
(*) Rogério
Ruschel – rruschel@uol.com.br - é jornalista de
turismo e consultor especializado em sustentabilidade e foi a Praga por conta
dele mesmo.
Viagem por conta própria deixa você livre de vínculos - o que pode ser libertador! Muito interessante o seu ponto de vista cultural turístico.
ResponderExcluirObrigado pelo 'post'
Obrigado, Oliveira.
ExcluirDe fato viajo por conta própria, o que limita numa ponta mas libera na outra. Minha recompensa é a leitura de pessoas como você, que ainda se preocupam com coisas como cultura e turismo de qualidade.
Obrigado - de onde você tecla? Abs