Saindo de Veneza, com duas
horas e pouco de trem estávamos em Milão.
As pessoas que visitam
Milão têm opiniões diferentes sobre o “agito”, mas comungam com o fato de que é
uma cidade muito bonita. Ficamos num hotel perto da boca de um metrô para
facilitar o embarque no aeroporto, no fim do roteiro.
Nos 4 dias que passamos em
Milão, entre uma pizza e outra com vinho da casa - ou de vez em quando um
jantarzinho mais caprichado com um vinho "local" - perambulamos pela cidade fugindo do calor
abrasador.
Estivemos no Castello
Sforzesco, com belos pátios, e descansamos na sombra de seus jardins, fazendo
um pique-nique de bolso, rapidinho, só com sanduíches pré-prontos e uma única
garrafa de Sforzato di Valtellina, um DOCG badalado
da Lombardia, num clima chique-pobre... Tiramos um dia inteiro – enquanto as
pernas resistiram – para visitar a região central, onde está a Piazza del
Duomo, uma catedral enorme (em obras de recuperação), que levou 500 anos para
ser terminada. Dá para ficar uma hora só olhando as portas de bronze, onde
baixos-relevos contam histórias fantásticas.
Pertinho dali está o Teatro
Scalla – que, sinceramente, achei meio chinfrim perto de outros prédios
históricos que tinha visto nos últimos 15 dias – e a badalada Galeria Vittorio
Emanuele II, uma belíssima galeria comercial com quatro entradas em forma de
cruz, piso com mosaicos ilustrados com signos do zodíaco (sim, pisei nas partes
genitais do Touro, para dar sorte…), telhado de vidro e um belo domo central.
Inaugurada em 1877, a Galeria tem cafés (onde está o Savini com o melhor café
de Milão – e acho que também com a maior fila de espera dos cafés da cidade!) –
lojas e restaurantes e uma livraria muito interessante.
Se alguém quiser saber das
lojas de grife de Milão, não pergunte para mim. Sei que lá estão Versace,
Valentino, Giorgio Armani, Salvatore Ferragno, Gucci e outras; passamos por
perto, mas confesso que o máximo que fizemos foi tirar fotos para impressionar
os amigos, enviando por e-mail.
Dois dias depois deixamos
Milão em direção a Paris e São Paulo, trazendo mais de duas mil fotos e uma
grande saudade dos momentos agradáveis fazendo pique-niques na Europa: nos
terraços dos vignobles de Lavaux, em Lausanne, Suíça; dois ou três na paisagem
ou na sombra de castelos na Toscana; sanduichezinhos em Veneza e no aeroporto
Charles de Gaule enquanto nosso avião não partia para São Paulo. Onde chegamos
amassados, de manhã cedo, mas nos vingamos abrindo uma champanhezinha francesa
de noite.
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