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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Lago di Garda, meia ópera em Verona e vinhos locais


Depois de Genebra, Chamonix, Portobelo, Lucca e de rodar cinco dias pelas colinas da Toscana bebendo chiantis e brunellos em piqueniques gloriosos (veja outros posts) minha mulher Marisa, eu e mais um casal abrimos o mapa e orientamos o valoroso Mitsubishi para o lago Garda (ou di Garda, como os italianos preferem).



O Lago Garda fica no nordeste da Itália, no Vêneto e Friuli, divisa com a Lombardia, uma região onde os romanos construíram muitas cidadelas e postos de guarda que hoje são cidades medievais como Vicenza, Treviso, Pádua e Verona. Como fica a meio caminho entre Veneza e Milão, e no caminho de quem vinha do norte da Europa pelos Alpes, a região de Garda sempre teve importância estratégica (para os romanos) e turística (para todo mundo).


Em Garda, além da evidente beleza da região, tínhamos pré-agendado assistir a uma ópera em Verona e visitar amigos em Peschiera del Garda. Além disso, ficaríamos a cerca de 1h30min de Veneza de trem, de onde deveríamos retornar para Milão, ponto final de nossos 15 dias de piqueniques italianos.



O Lago Garda é o maior da Itália e o quinto maior da Europa. Na parte sul forma planícies repletas de vilarejos tipicamente de férias; na parte norte começa a subir as fraldas dos Alpes, oferecendo florestas de pinheiros em penhascos e neve eterna: um show! É possível atravessá-lo na vertical e na horizontal com barcos a vapor, catamarãs, lanchas ou barcos menores – o que permite ver gloriosas mansões com jardins monumentais de frente para o lago. Ou rodeá-lo de carro, um roteiro que leva pelo menos dois dias para melhor aproveitamento.



Passamos três dias circulando entre Sirmione (com direito a um piquenique regado a brunellos e chiantis no parque defronte ao Rocca Caligera, um castelo medieval), Bardolino (sim, o do vinho), Gardone Riviera (onde não deu para visitar a casa art déco do poeta Gabriele d’Annunzio) e Peschiera, que foi nossa base. 


Meia ópera em Verona

Passamos um dia em Verona – bem pertinho de Garda – e foi inevitável: visitamos a Casa de Julieta na Via Capello (com centenas de bilhetes de amor enfiados por entre as pedras, por visitantes contemporâneos) e a Casa de Romeu, onde teoricamente teriam morado os personagens da trágica história escrita em 1520 por Luigi da Porto de Vicenza e imortalizada por William Sheakespeare. Dizem que tem até uma Tumba de Julieta, mas deixamos esta visita para outra oportunidade. 



Comemos sanduíches de pernil com azeites MUITO especiais e temperos de ervas na Piazza Erbe (que há mais de dois mil anos serve como Mercado de frutas e ervas) acompanhado, naturalmente de um Colli Bericci, um vinho local (servido em taças, mas muito bom) e perambulamos pela região visitando as lojinhas, o Palazzo Maffei e o Leão de Veneza no alto de uma coluna.  



Mas a razão principal de nossa passagem por Verona era assistir a ópera “O Barbeiro de Sevilha” na Arena di Verona, onde pagamos 24,50 Euros (por cabeça) para sentar numa pedra úmida e fria da “gradinata Settore D”, com uma velinha acesa na mão – e não me pergunte por quê, todo mundo tinha uma... Tão fria e tão úmida estava a noite que antes do fim do primeiro ato caiu uma forte chuva, torrencial mesmo, o evento foi cancelado e nós voltamos para o hotel molhados e frustrados!



Depois do frustrante “spettacolo”, levantamos âncora de Garda e fomos para Milão, onde o casal anfitrião nos deixou na estação de trem Centrale e voltou de carro para Genebra, encerrando suas férias. Estávamos agora por nossa própria conta, para a tal lua-de-mel “para semi-idosos” em Veneza. Deixamos duas malas enormes no “locker” e pegamos um trem Eurostar (54 Euros o casal, bilhete tarifa standard) para Veneza com quatro bolsas teoricamente “de mão”. A idéia era evitar chegar em Veneza com muitas malas porque o transporte por barcos na cidade, com muitos embarques e desembarques, exige um certo planejamento logístico.

Mas isto você vai ler em outro blog, a ser postado em breve, com o simpático nome de “Cotoveladas em Veneza”. Por enquanto, um brinde, caro leitor.

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