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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Sapos, frangos e vacas em placas de restaurantes franceses


Por Rogerio Ruschel (*)
Como meu post publicado em maio sobre “Criatividade e beleza na comunicação visual do turismo em Praga” fez muito sucesso, estou fazendo outro parecido. Assim, enquanto bebericamos uma taça de vinho, você e eu, podemos apreciar algumas coisas bonitas ou curiosas.
 
Repito o que já disse aqui: uma das minhas manias como jornalista de turismo é fotografar placas de bares, restaurantes e similares. Vejo arte em muitas destas placas de comunicação visual nas ruas – e mesmo se isso não for considerada arte de primeira grandeza, deve ser respeitada porque é a manifestação cultural de um povo. 
 
Neste post estou reunindo algumas placas que encontrei em território frances: em Gruyére, Bordeaux e Lyon. Como todos sabem, Bordeaux é considerado o melhor lugar do mundo para beber vinhos (locais) e Lyon é tido, pelos próprios franceses, como a Meca da gastronomia. 
 
Não sei se é, mas sempre comi muito bem lá, embora eu freqüente restaurantes mais simples e menos estrelados.
 
De qualquer maneira o objetivo deste post é mostrar estas alternativas de arte, só para comparar com o que encontrarmos aqui em nosso pais. Dizem que o Brasil é muito criativo e colorido, mas não é sempre que se vê comunicação visual tão interessante quanto estas, concorda?
 
Um brinde a isso, caro leitor.

(*) Rogério Ruschel rruschel@uol.com.br - é jornalista de turismo e consultor especializado em sustentabilidade e quando não resiste a placas como essas, paga a conta ele mesmo.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A criativa Festa da Vindima no Clos Montmartre, Paris


Por Rogerio Ruschel (*)
Montmartre é o bairro mais boêmio de Paris, território de artistas como Picasso, Modigliani, Toulouse-Lautrec, Renoir, Van Gogh e Gauguin – na verdade, de centenas de artistas pré-impressionistas, Impressionistas e pós-impressionistas. 
 
Então não se pode imaginar que uma das festas mais tradicionais do bairro não tivesse como base da comunicação material gráfico caprichado, posteres muito bonitos como alguns dos que mostramos neste post.
A Festa da Colheita ou Festa da Vindima (Fête des Vendanges) neste pequeno vinhedo de 1.556 m² no coração de Montmartre, celebra a safra no início de outubro com um tema especial a cada ano.

Em 2013 a comunidade estará comemorando 80 anos da Fête des Vendanges e o tema será o amor (L’Amour) Veja o cartaz acima. Este tema tem a ver com uma das atrações de Montmartre, o Muro do Amor, uma instalação interativa internacional perto da estação de metrô Abesses (abaixo, durante a gesta de 2012). 
 
A festa inclui muitos dias de celebrações, exibições de artistas de rua, uma parada musical e teatral que percorre animadamente as ruas do bairro, concertos em um palco (Charles Aznavour quando não participa adora assistir), pocket-shows e uma grande queima de fogos na Linda Igreja Sacre Coeur. 
 
E como estamos em Paris certamente teremos um festival de gastronomia com produtos típicos como queijos, pães e doces artesanais para adultos e crianças, como chocolates especiais. Tudo em barraquinhas que ficam lotadas – veja a foto abaixo, do evento de 2012.
 
Gastronomia, é claro, harmonizada com vinho frances de primeirissima qualidade – de Montmartre, Bordeuaux, Alsacia ou Borgonha.
 
Quer saber mais sobre o Clos Montmartre? Veja um post publicado aqui http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/05/clos-de-montmartre-o-pequeno-vinhedo.html no In Vino Viajas em maio de 2013.
Veja abaixo outros cartazes da coleção.


(*) Rogério Ruschel - rogerio@ruscheleassociados.com.br  - é jornalista de turismo, enófilo e consultor especializado em sustentabilidade. Foi a Paris por conta dele mesmo.









sexta-feira, 24 de maio de 2013

Queijos, pães, frios, temperos, frutas e vinhos na feira livre de Annecy

 
Por Rogerio Ruschel (*)
Gosto muito de visitar feiras livres nas cidades que visito. Acho que é nas feiras livres que se encontra o essencial da alma e da cultura gastronômica da comunidade, porque é lá que as familias se encontram, e é lá que se conhece realmente os hábitos alimentares deles. 
 
Neste post vou apresentar algumas imagens da feira livre de Annecy (lindinha, veja só a foto acima, ladeando o rio) onde contei mais de 50 diferentes tipos de queijos e pelo menos 25 tipos de embutidos e frios.
 
Lindinha sou eu: Annecy é muito bonita, uma cidade francesa simpaticissima situada na Alta Savóia, na ponta do Lago de Annecy, norte dos Alpes franceses entre Genebra (Suiça) e Chambéry (França), cidades que muito a influenciaram e influenciam. 
 
Com menos de 60.000 habitantes, fica numa altitude de cerca de 450 metros do nivel do mar e surgiu no século XI como uma comunidade em torno de um castelo. É muito procurada por turistas e fica em rotas tradicionais entre Itália, Suiça e França.
 
O lago de Annecy ajuda a transformar a cidade em um local muito charmoso e a cidade competiu com Pyeongchang (Coréia do Sul) e Munique (Alemanha) para sediar os Jogos Olimpicos de Inverno de 2018 – a cidade coreana ganhou a concorrência. Quando passei por lá, em 2011, a cidade estava em plena campanha de mobilização dos moradores. 
 
Na foto acima você ve uma parte dos diferentes queijos regionais franceses - um absurdo as opções de sabor, textura e combinações. E na foto de baixo dá para ver alguns tomates secos, azeitonas e grãos umidos, que combinam com pão e vinho.

Em termos de produção vinícola, a região do lago de Annecy não é produtora, mas fica perto da Savóia, onde são produzidos vinhos tintos jovens mas interessantes com uvas Gamay e Pinot Noir e também com as brancas Chardonnays, Aligotés e Chasselas. Os moradores de Annecy também não estão longe de regiões que produzem vinhos mais encorpados, de guarda, como Bourgogne, Beaujolais e Vallée du Rhone, terra dos Côtes-du-Rhone e Chateauneuf-du-Pape. Enfim, serão necessários anos de pesquisa para harmonizar tantos queijos e frios com tantos vinhos!
 
Fizemos pique-nique só com os produtos da feira, um show. 
Em outro post, vou mostrar mais fotos da cidade – agora vamos ficar com o visual dos queijos, temperos, frios e vinhos da feira livre da cidade.
 O repórter escolhendo um vinho para o pique-nique
Este post é uma homenagem a Suzana Boni-Salman e Sabah Salman, professores de arte que muito tem me ensinado sobre cultura européia - na foto abaixo o casal desvendando Annecy.


(*) Rogerio Ruschel - rogerio@ruscheleassociados.com.br  - é jornalista de turismo, enófilo e consultor especializado em sustentabilidade.






segunda-feira, 20 de maio de 2013

Saint Émilion: visita aos subterrâneos do Premier Grand Cru Châteaux Rochebelle


Por Rogerio Ruschel (*)
Aproveitei minha estada em Saint Emillion, na região de Bordeaux, para conhecer a badalada cave do Châteaux Rochebelle. Fui em abril, quando os primeiros brotos dos vinhedos já estavam escolhidos.
 
Rodeado por boa vizinhança (os Châteaux Troplong Mondot e Tertre Rotebouf), a propriedade Châteaux Rochebelle é da família Faniest desde 1847 - isso mesmo, 1847! – e tem um diferencial em relação aos demais produtores: os produtos não são vendidos em lojas ou para marchands: se você quiser uma caixa dos Grand Crus Classes da empresa vai ter que comprar entrando em contato com eles.
 
O vinhedo tem 5.500 hectares com 85% de uva Merlot e 15% Cabernet Franc, a maior parte qualificada como Premier Grand Cru Classés. A maioria das vinhas tem cerca de 45 anos, e a densidade média é de 6.000 pés de vinha por hectare plantados em um solo basicamente de calcáreo e argila com orientação oeste-sudeste.
 
O vinho é preparado do jeito tradicional; a primeira fermentação tem temperatura controlada entre 15 e 28 graus durante 15 dias em cubas de concreto e o produto é envelhecido em barris de carvalho frances por 15 a 18 meses – nas tais caves substerrâneas. A produção é limitada: anualmente apenas 1.200 a 1.500 caixas (cerca de 18.000 garrafas) do Châteaux Rochebelle são produzidas a cada ano, dependendo da colheita.
 
Um dos atrativos da visita ao Châteaux Rochebelle são as caves monolíticas, um conjunto fabuloso de suterrâneos, cavernas e adegas escavadas no século XVIII em uma única gigantesca pedra de calcáreo - razão pela qual o nome é Rochebelle.
 
Veja a série de fotos abaixo que mostram os corredores, barricas e garrafas descansando.
 
Em uma das pontas do subterrâneo foi aberto um túnel no teto, coberto por uma cúpula de vidro que tem duas funções: permite a entrada de luz para uma área de degustação, e permite a circulação do calor do sol dentro das cavernas, complementando a plena humidade – veja o detalhe da cúpula de vidro abaixo.
Durante a Segunda Guerra Mundial, quando a partir de 1940 grande parte da França foi dominada pelos alemães, os proprietários do Châteaux Rochebelle taparam e disfarçaram a entrada da adega subterrânea para evitar que os alemães consumissem, roubassem ou destruíssem vinhos de grandes safras que estavam envelhecendo ou que utilizassem o subterrâneo como bunker de armas e munições. Isto foi feito em toda a França dominada e é fato histórico que na região da Champagne produtores chegaram a esconder até veiculos nestas adegas subterrâneas. A Moet & Chandon, um dos grandes alvos dos alemães, chegou a emparedar quase 1/10 dos 24 quilometros de caves subterrianeas!
 
Se quiser experimentar o vinho, vai ter que comprar direto da fonte – Saiba mais no site http://www.chateau-rochebelle.com/fr_FR/
 
(*) Rogério Ruschel - rogerio@ruscheleassociados.com.br  - é jornalista de turismo e consultor especializado em meio ambiente e foi à Bordeaux por conta dele mesmo.




quinta-feira, 16 de maio de 2013

Wine Town Firenze: um exemplo de promoção de enoturismo

 
Rogerio Ruschel (*)

Neste fim de semana (17 e 18 de maio) doze das mais importantes propriedades históricas de Florença vão abrir mais uma vez seus quintais e jardins para a quarta edição do WineTown, o evento de grande sucesso que combina degustação de vinhos de qualidade com turismo cultural de alto nível (como ver o detalhe do Duomo, abaixo), shows e espetáculos.

 
Segundo consta, este tipo e promoção – que a partir do século XX passou a ser uma “ferramenta de marketing” – já era feita há centenas de anos em Florença. Nesta ilustração do século XV abaixo a fila é em torno do Duomo para ir a um evento religioso, mas bem que poderíamos dizer que é para degustar vinhos, não? Até porque reunia sacerdotes e monges, que são os grandes incentivadores de um bom vinhozinho...
 
Não é apenas uma oportunidade de provar vinhos toscanos, mas também para conhecer o centro histórico da cidade (detalhe, abaixo) que é transformado em um palco para espetáculos teatrais, musicais e culturais. Alguns produtores ainda oferecem workshops para os interessados.
 
As degustações acontecem nos claustros e jardins (alguns simplesmente fabulosos) de palácios nobres selecionados em três zonas da cidade: Oltrarno, Proconsolo e Signoria.
 
O turista, ou visitante, ou enófilo ou amante de shows compra um cartão (o Wine Card – veja na foto abaixo) por 15 Euros e tem o direito a cinco degustações de rótulos mundialmente aclamados de produtores como Marchesi Antinori, Consorzio Chianti Classico e Fattoria dei Barbi, ou de outros mais de 50 produtores. 
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OK, eu e você vamos perder a festa este ano, mas podemos nos agendar para o ano que vem, não? É sempre em maio. E por falar em se perder: que tal se perder em ruelas antipáticas de Firenze como esta aqui abaixo?

 
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(*) Rogerio Ruschel rruschel@uol.com.br - é jornalista de turismo e consultor especializado em sustentabilidade e foi a Florença por conta dele mesmo.