Por Rogerio Ruschel
Meu prezado leitor ou leitora, como todo
mundo e provavelmente você, gosto muito de receber presentes. Esta semana
recebi pelo correio uma belíssima caixa de
madeira com gravação a fogo e dentro dela tres garrafas de vinhos diferenciados
e premiados da Villagio Conti, produzidos com uvas italianas no Vale do Pericó a 1300 metros de altitude, em São Joaquim,
nas altitudes catarinenses, uma raridade enológica.
Nesta propriedade a familia Conti escolheu
produzir vinhos com castas italianas como as tintas Sangiovese,
Montepulciano, Nero d`Avola, Teroldego, Pignolo, Refosco dal Pedunculo Rosso,
Rebo e Aglianico e as brancas Vermentino, Grechetto, Gewürztraminer, Malvasia e
a Ribolla Gialla, bastante adequada para a produção de vinhos Laranjas.
Humberto, o pai, que é engenheiro de
alimentos, e seus filhos Enrico, agrônomo (acima), Bruno, sommelier e Luca,
administrador (abaixo), produzem os vinhos com imensa dedicação. Como a família
tem sangue italiano, a dedicação é profunda e a região é lindissima, os vinhos expressam
tudo isso. Na cor, aroma e sabor.
No pacote milagroso que recebi do Humberto
Conti, estavam uma garrafa do Don Guino, com uvas Montepulciano, safra 2018; um
Rosso D’Altezza, também 2018, com a toscana Sangiovese cortada com 20% de Montepulciano
e Teroldego, uma uva que é novidade para mim; e um vinho branco, o Ribolla
Giaia, safra 2018, uma delícia muito elegante.
O Dom Guino, muito escuro e denso, me cativou.
Apresentou aromas de frutas vermelhas, um pouco de cacau e talvez tabaco, creio
que porque fica 12 meses em barricas de
carvalho americano. Trata-se de um vinho com personalidade que permanece com
longo e saudável final na boca.Sabe aqueles vinhos que te deixam com saudade?
Ainda não abri o Rosso D’Altezza, mas já tinha provado outra garrafa no ano passado
e pelo que anotei se trata de um vinho com personalidade
marcante: é potente mas equilibrado e tem um toque tânico derivado dos 14 meses
de barrica. Embora o Rosso D’Altezza seja um pouquinho mais caro do que o Dom Guino,
me parece que este é o campeão da caixa milagrosa que recebi pelo correio.
Afinal, não se discute gosto pessoal.
A Ribolla Gialla (acima) é uma uva
pouco aproveitada no Brasil, acho mesmo que a Villagio Conti é pioneira no
plantio e uso aqui nestas terras tropicais. Consta que é nativa da ilha grega
Cephalonia, mas é destaque na região de Friuli, no nordeste da Itália – e nestes
locais é uma Denominação de Origem. Também é encontrada no litoral da
Eslovênia, onde é conhecida como Rebula. Tem acidez elevada e alta intensidade
aromática, com toques de pêssego, maçã, abacaxi, floral e algo cítrico.
A Villagio Conti também produz vinhos
rosé, espumantes e dois laranjas, o Arancione com o corte de uvas Ribolla
Gialla, Grechetto, Vermentino e Malvasia e o Bacio, com base na uva
Gewürztraminer – germânica-francesa de grande expressão na Alsácia, tipo assim uma
estranha no ninho de altitude da serra catarinense. O que mostra que os Conti
buscam expressão e não seguir modismos ou receitas.
Brindo a dedicação da familia Conti e
aos resultados que vem alcançando.
Para
saber mais visite o site http://www.villaggioconti.com.br/
Mas acelera, amigo ou amiga, porque como a produção é baixa e a
procura é alta, alguns do rótulos eqstão acabando – ou já acabaram.
Veja o video da minhaalegria juvenil aqui:
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