Fonte: Grangeiro & Scarduelli;
edição Rogerio Ruschel; fotos de Paulo Sefton
Meu
prezado leitor ou leitora, Truta quente das Montanhas, Ravioli de truta
defumada, truta Tropical, Combo da Noiva, Tortelone de truta, Truta na telha e
Truta Sabor da Serra - sempre valorizando
os produtos regionais, como o pinhão, mel, frutas vermelhas, entre outros
- são algumas
das opções dos 19 restaurantes de Urubici e Bom Retiro, na Serra Catarinense
que estarão à espera dos visitantes de 23 de agosto a 29 de setembro na quarta
edição do Festival Nacional da Truta (Fenatruta).
Mas
as delícias vão além dos pratos – estão em todos os lugares. Como nas florestas
de araucária, pomares de maçã e outras frutas de estação, vale fértil de
hortaliças, vinhedos, pequenos povoados, cuja arquitetura das casas coloridas
se funde com a natureza nas atividades cotidianas dos moradores. Tudo isso a
mais de mil metros de altitude.
Visitas
a cascatas, cânions e serras, cavalgadas, contato com animais e lugares de
grande beleza natural, além de passeios e degustações em vinícolas, vêm
atraindo um número cada vez maior de visitantes. Atento a esse movimento,
Urubici e Bom Retiro se uniram para promover o Festival. Situados a meia
distância entre Florianópolis, Lages, Tubarão e Criciúma, o acesso aos
municípios é outra atração, pela beleza das estradas nas serras do Rio do
Rastro e do Corvo Branco.
Foi
neste cenário aprazível que a truta, um peixe bem adaptado a regiões
montanhosas, alcançou status de produto nobre e ganhou um festival de
gastronomia anual. A combinação com a cadeia produtiva local pincela os
cardápios dos restaurantes com delícias que, harmonizadas aos bons vinhos,
espumantes e cervejas artesanais, atraem visitantes de várias partes do Brasil.
Santa
Catarina é o segundo estado que mais produz trutas, atrás apenas de Minas
Gerais. As regiões Sudeste e Sul respondem por 100% do peixe no país,
totalizando mais de 2 mil toneladas, em números de 2017, atualizados em
setembro do ano passado pelo IBGE. Apenas em Santa Catarina a produção cresceu
30% nos últimos sete anos, conforme dados da Associação Catarinense de
Truticultores (Acatruta).
Com
16 anos de existência e mais de 70 associados, a Associação do Trade Turístico
de Urubici (Pouserra) foi quem criou o Festival em 2016. A promoção do evento
surgiu para prestigiar a qualidade da gastronomia local e regional, bem como
diminuir as taxas de sazonalidade na baixa estação. Por isso, a Fenatruta
envolve os principais estabelecimentos de gastronomia, pousadas, vinícolas e
operadores de turismo de Urubici e Bom Retiro, cujas distâncias de
Florianópolis situam-se entre 172 e 136 quilômetros, respectivamente.
A
primeira edição do Festival contou com nove restaurantes e mais de 850 pratos
comercializados. No ano seguinte, em 2017, o número dobrou: foram 15
estabelecimentos e cerca de 2.000 pratos consumidos. Ano passado, a Fenatruta
envolveu 16 restaurantes e foi prestigiado por cerca de 10 mil pessoas.
A
realização do Festival este ano contará com a participação de 19 restaurantes,
num acontecimento gastronômico que permitirá aos visitantes e moradores locais
degustarem pratos típicos deste peixe de água doce. Um cardápio especialmente
selecionado para agradar o paladar e os bolsos, com preços de, no máximo, R$
49,50 por pessoa.
Na
quarta edição do festival gastronômico, a Fenatruta está chegando com um ar
ainda mais festivo. As duas praças da Avenida Adolfo Konder, em Urubici, se
alternam para serem palco do receptivo do festival. Apresentações de talentos
locais, degustações e capacitações farão parte das atrações deste ano.
O
lançamento está marcado para 21 de agosto, e o Festival começa oficialmente nos
restaurantes dois dias depois e vai até o final de setembro. Como em anos
anteriores, neste período os restaurantes, bistrôs, cafés, empórios,
churrascarias e pizzarias de Urubici e Bom Retiro, além de pousadas e vinícolas
da região, oferecerão pratos, petiscos e iguarias da gastronomia local baseados
na truta. E para melhorar a experiência dos turistas, através da parceria com o
SENAC, SESC e SEBRAE, os municípios foram capacitados e preparados para
oferecer o que há de melhor aos visitantes.
Brindo a isso, porque nesta região
estão sendo feitos alguns dos melhores vinhos brasileiros da atualidade. Aliás,
lamento muito que os produtores de vinhos não estejam participando ativamente do
Festival e sequer sendo citados na divulgação do evento. Porque não unir
esforços? Alguém poderia me responder: quando vamos entender que só a união faz
a força?
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