Prezado leitor ou leitora,
neste final de 2018 me refugiei em uma filial do Paraíso terrestre, na Mantiqueira
Paulista, 180 Kms de São Paulo, um programa que rceomdno por ser criativo,
diferente e muito relaxante. A Serra da Mantiqueira é um maciço montanhoso com
mais de 500 Km de extensão que se espalha por 129 municipios de São Paulo, Rio
de Janeiro e especialmente Minas Gerais, alcançando altitudes de até 2.798
metros. A parte paulista ocupa 30% e inclui a Pedra do Baú e as cidades de Campos de Jordão, Monteiro Lobato, Sao Bento do
Sapucai, Pindamonhangaba, São Francisco Xavier e Santo Antonio do Pinhal (onde
me hospedei na Quinta VistaBella Hospedaria), na denominada Região Turistica
Mantiqueira Paulista.
A lista de atrações atende
todos os tipos de visitantes: clima (que vai de 3 a 28 graus ao longo do ano);
fauna e flora de mata atlântica e mata de araucária, com centenas de espécies
de aves e orquideas; paisagens lindas com vales, riachos, bosques, montanhas,
grutas, maciços florestais e jardins; cenários hipnotizantes como a Pedra do
Baú e o Pico Agudo com vôos livres de 1.700 metros; arquitetura histórica em
estações ferroviárias, palacetes, casas centenárias e igrejas coloniais; artesanato
de qualidade com madeira, tecidos, barro, palha e flores; o Sítio do
Pica-Pau Amarelo em Monteiro Lobato; museus como o de Felicia Leirner em Campos
do Jordão (foto abaixo) e o curioso Museu da Mantiqueira (Muman), um museu virtual criado para preservar a memória cultural da
comunidade de São Bento do Sapucai.
Uma das grandes atrações é
a enogastronomia, onde pontuam delicias de comer & beber na forma da
gastronomia caipira, geléias, conservas, frutas e mel; das trutas, carnes e
fondues; cachaças, cervejas artesanais e chás; temperos, doces e salgados… E
também queijos, azeites e vinhos – como os da Vinícola Entre Vilas, encravada
na Frutopia. Explico.
Quando você estiver na
região visite a Frutopia, uma iniciativa do engenheiro agrônomo Rodrigo Veraldi
Ismael que vem construindo sonhos em São Bento do Sapucaí. Meu guia
foi o amigo Victor Kiyhoara, da Concilife
Mantiqueira, que está levando sua
experiência de executivo da hotelaria e professor de turismo para a região. O
Viveiro
Frutopia é uma fazenda especializada na produção de mudas de frutas vermelhas e
lúpulo para cervejas como Baden Baden e cervejeiros artesanais em um vale a
1600 metros acima do nível do mar. Com mais de 30 variedades de framboesas e
amoras, a Frutopia é referência na produção de mudas e frutos e já tem fama internacional.
Na foto abaixo estou com Rodrigo e Victor.
Pois com os aprendizados do viveiro Frutopia, Rodrigo Ismael
decidiu investir na produção de uvas de
castas viníferas e desde 2008 começou a vinificar uvas como Cabernet Sauvignon,
Cabernet Franc, Shiraz, Malbec e Pinot Noir. Os Vinhos Entre Vilas são
produzidos se beneficiando da altitude de mais de 1.600 metros e das grandes
amplitudes térmicas da primavera e verão, que ajudam a tornar as cascas das
uvas mais espessas, levando a um vinho concentrado e cheio de personalidade.
Os vinhedos são protegidos por uma cobertura de “tessuto non
tessuto” - a mesma que Galvão Bueno utiliza nos vinhedos de Merlot da campanha
gaúcha - e os cachos são ensacadas para enfrentar eventuais ataques de insetos,
porque Rodrigo quer que seus vinhos sejam os vinhos o mais natural possivel. Quando
vi isso de longe (como na foto acima) me pareceu que as videiras estavam
produzindo pessegos, que como morangos, utilizam esta técnica…
A produção é artesanal, sem adição de sulfitos e a área de
produção ainda é pequena, o que significa que, por enquanto os vinhos Entre
Vilas ainda só estão disponiveis no restaurante próprio da vinicola. O
restaurante trabalha com produtos locais e da estação e com o conceito de
slowfood. Aliás, visitar a Entre Vilas e Frutopia requer que se vá sem pressa,
para curtir o ambiente rústico mas qualificado, as boas cervejas e vinhos
Toda a pequena produção é consumida em poucas semanas o que
repete um certo “clima” de Beuajolais noveau, porque os amigos fazem fila para
comprar o que o Rodrigo produzir. Para
minha degustação Rodrigo Veraldi ofereceu um Shiraz 2015 de sua coleção
privada, escondido para seu consume próprio. Um pouco frutado e com taninos médios
mas com identidade, talvez por ser “quase orgânico”, um tinto seco escuro e
concentrado, com notas terrosas, o shiraz me lembrou um pouco um Hermitage
francês que havia bebido recentemente, que também se baseava nesta uva; um
ótimo vinho das montanhas paulistas.
Saiba mais:
Quinta VistaBella Hospedaria
- https://quinta-vistabella-hospedaria-br.book.direct/pt-br
Frutopia e Vinhos Entre Vilas - https://www.entrevilas.com.br/vinicola
Victor Kiyohara - https://www.facebook.com/victor.kiyohara
Uso da cobertura “tessuto
non tessuto” de proteção dos vinhedos - http://www.invinoviajas.com/2017/08/a-vindima-magica-de-galvao-bueno/
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