Por Rogerio Ruschel (*)
Evidentemente o que todo enófilo como eu e
você desejamos é degustar um vinho: apreciar a cor, saborear o aroma e
finalmente sentir o sabor se espalhando pela boca. Esta é sempre uma
oportunidade especial: beber um vinho, preferencialmente com amigos. Mas e se
pudessemos também comer vinho? Muita gente já se fez e vai continuar fazendo
essa pergunta e muitas respostas já estão no mercado. In Vino Viajas pesquisou
e mostra para você algumas alternativas comestíveis para saborear vinho - se
isso for possivel, é claro. Mas de qualquer maneira, meu caro leitor ou
leitora, veja abaixo algumas opções de vinho para comer.
Vamos
começar com delícias premium: vinho para comer em forma de caviar, compota ou
chocolate. Uma empresa de Portugal, a Sapientia Romanade, lançou recentemente um
pacote de produtos que tem aroma e sabor de vinho, mas não têm álcool, e segundo
informam, cada produto "mantêm os traços principais da casta que lhe deu
origem". Trata-se do projeto "Wine
to Eat" que desenvolveu produtos como caviar, geleias e trufas de
chocolate feitos à base de vinho do Porto, de moscatel (de Setúbal?) ou de
vinhos de castas monovarietais como a touriga nacional, o pinot noir ou
chardonnay. A ideia é, segundo o coordenador do projeto, Ricardo
Correia, o coordenador do projeto, levar os vinhos portugueses para "as
colheres dos consumidores europeus".
Os
produtos foram desenvolvidos pelo “chef” António Mauritti e resultaram da
aplicação de técnicas avançadas de cozinha molecular. "Tudo aquilo que nós
fazemos tem um aspecto inovador, são novas técnicas de gastronomia; o caviar é
feito à mão. As trufas são cobertas e emulsionadas à mão e as geleias também
são totalmente controladas à mão, não temos máquinas especiais", informou
o cozinheiro. O caviar exigiu cinco anos de dedicação para chegar ao resultado
final. Ele explica como foi feito: "Reduzimos o álcool do vinho, fazemos
uma pequena adição de açúcar, adicionamos ingredientes, neste caso enriquecemos
com cálcio e fazemos submergir num banho com gelificante. Quando as gotas caem
dentro desse banho cria-se uma membrana de uma geleia muito fina que encapsula
lá dentro o vinho. Ficamos com uma bolinha com vinho lá dentro para
degustarmos”. Simples, não? O
caviar está abaixo.
A
aposta principal da empresa portuguesa é o mercado internacional. A marca foi criada
em inglês, o site é em inglês e o próximo passo vai ser desenvolver versões
destes produtos com vinhos estrangeiros como Pinot Noir e Sangiovese. Em
Portugal os produtos podem ser encontrados no aeroporto de Lisboa (foto abaixo),
em lojas gourmet, mercearias finas, lojas de vinhos (garrafeiras) e podem também
ser adquiridos online, aqui: http://www.winetoeat.com/products.html
Outro produto que sempre harmoniza muito bem
com vinhos brancos ou vinhos colheita tardia é queijo, concorda? Eu também, mas
uma queijaria de Tenerife, nas Ilhas Canárias, Espanha, está fazendo queijos a
base de vinho tinto para harmonizar consigo mesmos. E o tal do queijo acaba de
ganhar um prêmio internacional. O queijo de vinho feito em Tenerife (foto
abaixo) tem a aparência usual de um queijo, mas o sabor e a textura cativaram
os jurados do concurso internacional World Cheese Awards, o mais prestigiado do
setor, realizado em Outubro de 2015 em Londres, onde competiram 2.600 queijos
de 33 países.
O queijo
cottage com sabor de vinho da pequena produtora Quesería Montesdeoca foi
premiado com a medalha de bronze – a mesma empresa também ganhou outro prêmio
pelo seu leite de cabra defumado. O queijo com sabor de vinho tinto foi
produzido pela família Montesdeoca na pequena aldeia de Tijoco Bajo, no
município de Adeje, no sul de Tenerife, que tem apenas 1.500 habitantes. E
acredite, meu prezado leitor ou leitora, os recursos da família são apenas um
pedaço de terra, 1.200 cabras e muito talento para inovar.
E
que tal sorvete de vinho? Esse é mais fácil, já vi alguma coisa parecida, mas a
empresa norte-americana Mercer’s caprichou e desenvolveu sorvetes (foto acima) com
sabores de várias uvas: merlot, cabernet com chocolate, zinfandel, porto, riesling,
chardonnay, um “spice” que mistura várias uvas e finalmente um espumante, que
segundo os fabricantes, tem mesmo pequenas bolhas…
Alguns
dos sabores associam uvas a outros sabores como frutas, chocolate, cassis e
muitos deles tem recomendações de harmonização – que eu, pessoalmente, penso
que se trata apenas de uma estratágia de comunicação. Mas neste doido mundo do
vinho, meu caro leitor ou leitora, não se deve duvidar de quase nada… A
Mercer’s fica no estado de Nova Iorque e vende nos Estados Unidos e em alguns
paises através de distribuidores como na Alemanha, Holanda, Canadá e México. Se
você não está em nenhum destes paises tente comprar pela internet - http://www.mercersdairy.com/#!home/mainPage
- embora talvez seja dificil garantir que você consiga receber o sorvete não
desmanchado…
Mas se estiver em dúvida entre comer ou beber
um vinho, anote esta: você pode chupar um vinho – na verdade, um pirulito com
sabor de vinho. Pois é, esta também vem dos Estados Unidos. A Lollyphile é um fabricante de doces nascida
em San Francisco, Califórnia e crescida em Austin, Texas - Estados Unidos.
Embora tenha apenas 6 anos se tornou muito conhecida nos Estados Unidos pelos
sabores originais de seus pirulitos – e pela comunicação baseada em momentos de
muita sensualidade - feitos especialmente para jovens moderninhos que procuram
novidades diferenciadas. Como por exemplo, este instigante pirulito com sabor de vinho Merlot, na foto acima.
A loira da foto acima está
degustando um pirulito de Chardonnay – dá para perceber, não? Outro dos novos
sabores de pirulitos com sabor de vinhos é um clássico: cabernet sauvignon. Se
você prestar atenção, vai ver que a morena abaixo está segurando um pirulito de
cabernet sauvignon. Se você estiver em dúvida sobre qual sabor de vinho
escolher, não tem problema: compre todos para degustar.
Um brinde a criatividade em torno do vinho.
(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino
Viajas desde São Paulo, Brasil, e gosta de vinho para beber e para comer.
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