Por
Rogerio Ruschel (*)
A Associazione Nazionale
Città del Vino da Itália reúne 482
comunidades que tem no turismo uma das mais importantes atividades econômicas.
A rede oferece 140 “estradas do vinho”, 4.000
albergues (com 142.000 leitos), 1.500 fazendas agroturísticas (com 18.000
leitos), 188 campings, centenas de produtores de vinho e milhares de
restaurantes. São responsáveis por 200.000 hectares de vinhedos de qualidade,
80% dos vinhedos com classificação DOC e DOCG da Italia. A
Associação faz uma pesquisa anual junto a seus associados, o “Osservatorio sul
Turismo del Vino”. In Vino Viajas publica agora o terceiro post sobre esta pesquisa
de fevereiro de 2013. Veja os dois anteriores em http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/08/a-importancia-da-internet-para-o.html
e http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/09/pesquisa-italiana-aponta-seis-razoes.html
O texto abaixo é parte do capítulo “Sobre
estratégias, recursos e políticas” do “XIo. Rapporto Annuale” com
tradução de Benito Boni e adaptação de Rogerio Ruschel. As palavras
originalmente grafadas em negrito foram mantidas assim.
“Arte,
cultura e enogastronomia são fortes embaixadores do made in Italy que - não obstante a crise - dão
prestigio e relevo internacional ao nosso país. A contaminação entre esses vetores pode gerar valor,
ocupação, novo empreendimento e seria miopia deixar de considerá-los como os
coringas (azes) de uma estratégia importante para o futuro, pelo que será ao
fim da crise (?) e pelo que será a longo prazo. (Nota do editor: veja abaixo gráfico
que mostra a importância dos vários fatores de atração do enoturista).
Um exemplo
de quanta fusão possa haver entre os temas da cultura e do vinho, é
dado pelo projeto de cooperação internacional Vintur que lançou com “iter vitis” uma nova forma de promoção,
valorização e tutela do patrimônio europeu, material e imaterial, da cultura da
videira e do vinho, através da realização e gestão de um itinerário cultural
europeu (“iter vitis”). (Nota do editor: o projeto Vintur é de cooperação dos
países europeus e você pode conhecê-lo em http://www.arev.org/es).
Que
políticas adotar?
Investir sobre as excelências
ou reforçar as fraquezas? Adotar o
objetivo de crescer quantitativamente
(número de visitantes) ou acrescer o
valor da visitação? Aumentar outras tantas
metas/destinos ou distritualizar
(operar dentro de distritos prévios)? Muitas rotas e estradas ou poucas rotas e estradas? As respostas, como sempre, são não unívocas. É necessário fazer uma análise séria de onde se está, onde se
quer chegar, com que meios, em quanto tempo e através de quais ações (só assim
se podem tomar decisões de estratégia e de marketing).
Estes últimos anos nos dizem porém que existem escolhas e endereços diferentes, com
resultados também diferentes:
temos alguns roteiros que operam com inteligência e com bons resultados, outros que existem só nos mapas. E
sobre a fama? Pequenos destinos podem achar a chave do tesouro, enquanto
territórios mais amplos e mais conhecidos permanecem estagnados. Porque?
A competição que se estabelece é
absolutamente extraordinária com pontas de atratividade e de capacidade
concorrencial, seja em escala municipal ou regional de difícil emulação. Perder
a ocasião de investir recursos do
que resta dos financiamentos europeus
2006-2013 disponíveis e do que será disponível para 2014-2020, seria
profundamente auto-lesionista, “um tiro no pé”.
Programar uma grande
temporada de investimentos – dos micros aos macros: desde a pequena
manutenção dos burgos às grandes infra-estruturas, desde as cadeias hoteleiras à
receptividade de hospedarias “verde”, desde a conservação das praças à valorização do território e da paisagem, desde a
formação de fundos de investimento ao estímulo para novas empresas, etc.
Investir nos fatores de importancia estratégica para a inovação e competitividade - apresentados no quadro acima - se apresenta como mais do que uma oportunidade, e sim se torna uma obrigação para o desenvolvimento econômico do país e para as futuras gerações.
Investir nos fatores de importancia estratégica para a inovação e competitividade - apresentados no quadro acima - se apresenta como mais do que uma oportunidade, e sim se torna uma obrigação para o desenvolvimento econômico do país e para as futuras gerações.
(*) Rogerio Ruschel é jornalista, enófilo,
profissional de marketing com ampla experiência em pesquisas e adora passear
por rotas do vinho
Nenhum comentário:
Postar um comentário