Por Horácio Barros
(*)
O Complexo Turístico Hotel Villa Michelon fica
excepcionalmente bem localizado na rota do vinho do Vale dos Vinhedos, RS 444 –
Km 18,9, da cidade de Bento Gonçalves - RS. É um hotel temático. Tudo gira em
torno do vinho. As alas dos quartos tem nomes de uvas, como a Ala Cabernet, a
Ala Chardonnay, e outras.
É um paraíso, tranquilo, silêncio absoluto. Ótimo para
quem procura descansar com a família, grande espaço externo com atividades para
crianças, quadras esportivas, pomar com caqui, kiwi,figos e pêssegos gigantes e
saborosos. Em volta de todo complexo pode-se caminhar pelos parreirais modelos,
com vários tipos de castas e diferentes tipos de condução das uvas, como o
sistema espaldeira, pergolado e o sistema de Lira.
Há também o
Memorial do Vinho: uma aula de história da viticultura desde os imigrantes
italianos até os dias de hoje. É uma volta ao passado com equipamentos antigos
de vinificação, como a máquina de sulfatar, a esmagadeira manual, o torcho, o
colocador manual de rolhas e uma antiga bomba manual de trasfega de vinhos.
Painéis
ilustrativos nas paredes mostram como se elaborava vinhos no início do século
XX- produção doméstica utilizando de potes para esmagar as uvas, (pisadura –
uva amassada com os pés) que posteriormente foi substituído pelas esmagadoras
de cilindros.
O hóspede tem a oportunidade de ver as diferenças entre a elaboração do vinho de colônia ou o vinho comum, geralmente vinificado com o grupo de castas americanas, o qual era consumido no mesmo ano de sua vinificação em razão de seu curto tempo de vida e condições precárias dos equipamentos daquela época.
Subindo a pé e a cavalo pelas montanhas cobertas de florestas, os pioneiros italianos chegaram a plantar castas italianas, como Barbera e Vernachio, mas sem sucesso. As vitis viníferas (espécies próprias para fabricação de vinhos finos) não prosperaram neste rincão porque os colonos não conheciam as técnicas de combate às pragas, menos resistentes do que as americanas (vinhos de mesa).
O imigrante italiano começou a utilizar a pérgola como forma de vinhedo para a uva Isabel, sustentada vertical e horizontalmente por troncos e travessas de madeiras. Talvez isto, explica a grande área plantada até hoje, na Serra Gaúcha, com o sistema de condução tipo pérgola, não ideal para a fabricação de vinhos finos, com desvantagens sobre o sistema de espaldeira.
As principais uvas cultivadas no Rio Grande do Sul, até a metade do século XIX, eram da espécie mediterrânea, vitis vinifera, trazidas pelos portugueses. A uva Isabel, exuberante e produtiva adaptou-se ao meio tanto para sucos como para vinhos de colônia.
As vitis viníferas começaram seu cultivar entre 1980 a 1990. Foram plantados as tintas Cabernet Sauvignon, Pinot Noir e Tannat e as brancas Chardonnay e Gewurztraminer.
Visitar o Memorial do Vinho que fica no Hotel é uma boa
aula de história de vinificacão e cultura do vinho na Serra Gaúcha.
(*) Post produzido e
publicado por World Wine Adventures (WWA) em janeiro de 2012. Reproduzido com
licença dos autores. Saiba mais em http://www.wineworldadventure.com/categoria/hoteis/
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