Por Rogerio Ruschel (*)
Um turista comum, como eu
e você, visita Berna por pelo menos uma de quatro razões principais: fotografar
o belo centro histórico da cidade, tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco; fazer compras
de produtos de alta qualidade como relógios, chocolates, roupas, canivetes e perfumes
nos quase 6 km de arcadas, chamadas pelos moradores de "Lauben";
visitar os museus ou pelo menos o Zentrum Paul Klee, um museu modernoso com uma
grande coleção das obras deste artista suiço; ou então a razão mais prosaica: conhecer
o Parque dos Ursos.
Minha
razão foram os ursos: minha filha Renata queria que eu os conhecesse, porque os
ursos de Berna são um atrativo único na Europa. Segundo diz a lenda, Berchtold V, Duque de Zähringen, fundador da
cidade, decidiu nomear a vila que
estava fundando no século XI com o nome do primeiro animal que ele visse quando
estivesse caçando – e foi um urso.
Seja verdade ou não, o urso é o
simbolo oficial da cidade e está na bandeira e nos simbolos heráldicos desde
1.220. Registros datados de 1.440 já mostravam que a cidade protegia os ursos;
no século XIX foi criada uma área formal para isso - o antigo
“Fosso dos Ursos” - que em 2005 foi transformada no Parque dos Ursos (foto abaixo).
Em uma área de 6.000 m2 esses simpáticos animais podem escalar, pescar, brincar e se esconder dos turistas quando cansam. E os turistas podem se divertir vendo o quotidiano de ursos selvagens, tirando fotos de estátuas de madeira (como abaixo), brinquedos e, é claro, gastantado seus Euros nas lojinhas dos ursos.
Berna, capital da Suiça, é
uma cidade pequena, mas globalizada: cerca de 25% dos 140 mil habitantes são
estrangeiros atraídos pelas Embaixadas de cerca de 50 países. Esta exposição a
diferentes culturas poderia ter modificado a cultura original desta comunidade
suiça-germânica, mas não foi isto que aconteceu. Ela continua muito germânica e
muito suiça, com aquela permanente sensação de que tudo sempre vai estar
funcionando do jeito que deveria funcionar, assim como um relógio suiço!
Mas minha filha tinha
razão ao dizer que tínhamos que ter pelo menos dois dias na cidade para
aproveitar. Só em atrações culturais Berna tem 18 museus, entre os quais o
Centro Paul Klee - inaugurado há poucos anos, foi desenhado pelo arquiteto
italiano Renzo Piano e fica fora da cidade – veja abaixo.
Outros prédios de interesse
cultural são o Museu Histórico, o Museu de Arte, o Museu Alpino da Suíça, o
Museu de Comunicação, e a Casa Albert Einstein, uma homenagem ao físico alemão
que morou e curtiu a cidade entre 1903 e 1905 - aliás, o centro histórico no tempo de Einstein não deveria ser muito diferente do que é hoje, conforme se vê no centro da foto, abaixo, porque foi tombado e preservado.
Embora a cidade tenha um
ótimo sistema de transporte público, vale a pena perambular, caminhando a pé
pelo Centro Histórico que você vê na foto acima. A cidade conservou seu ar medieval com chafarizes,
fachadas de arenito, ruelas e ruas estreitas e torres históricas.
Você vai encontrar inúmeros
lugares simpáticos para tomar um café – ou uma cerveja, ou um cálice de vinho
suiço, alguns deles em porões com abóbodas como o Wein & Sein, abaixo– um
charme suiço.
Se tiver coragem pode
subir os mais de 100 metros da torre da catedral para ver a cidade lá de cima,
que se aglutina em torno do rio Aare (abaixo) e respira a ar alpino de muitos parques,
como o da Rosas, acima do Parque dos Ursos.
Passeios ao longo do rio
podem render ótimas descobertas em termos de restaurantes onde você pode
hamonizar quiteutes locais,
suiço-germânicos ou cozinha internacional com vinhos locais - como das
denominações Chardonne, Saint-Saphorin, Epesses, Dézaley Grand Cru, Vevey-Montreaux
ou Lutry que degustei em Lavaux (veja post http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/05/nos-vinhedos-de-lavaux-suica-um.html)–
ou bordaleses e toscanos – um horror de programa!
Sobre a compra de relógios, chocolates, canivetes
e moda feminina não vou falar porque não é necessário – voce já sabe que vai
encontrar qualidade e pagar por isso. Seja qual for seu gosto, Berna vai te atender
com simpatia e generosidade turistica, na cidade ou na região – que se chama
Emmental – onde, aliás, você poderia passar dias e mais dias caminhando ou
pedalando por montanhas, vales e beiras de lagos encantadores.
Este post é uma homenagem
à minha filha Renata que me mostra caminhos e me acompanha com paciência
em destinos europeus.
Fotos de Rogerio Ruschel e
do serviço de turismo de Berna (http://www.myswitzerland.com/pt/berna.html)
(*) Rogerio Ruschel - rogerio@ruscheleassociados.com.br
- é jornalista de turismo e consultor especializado em
sustentabilidade socioambiental.
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