Depois de
conhecer Joanesburgo, andar em elefantes, fazer safaris congelantes, degustar
vinhos locais e curtir uma vida de “buana” ingles, fui para Durban com os outros
jornalistas brasileiros do grupo de fantur.
Durban, na costa do Oceano Índico, a pouco mais de
500 quilometros de Joanesburgo, tem uma população próxima de 1,1 milhão de
habitantes, dos quais mais de 70% têm algum componente asiático/oriental no DNA
(especialmente indianos, malaios e árabes). Principal cidade da Província de
KwaZulu-Natal, que faz fronteira com Moçambique, Suazilândia e Lesotho – um
Reino encravado dentro da África do Sul - Durban se debruça sobre o Oceano Índico
e tem praias com água mais quentes do que Cidade do Cabo.
Vista parcial de Durban
É chamada também de Zululândia, por causa da predominância
da etnia Zulu, a mais importante do país. Ao longo do litoral, tanto para o
norte como para o sul, encontram-se muitas praias badaladas, com hotéis de luxo
e nas quais, segundo dizem, pode-se pegar sol o ano inteiro. Come-se bem em
Durban e pode-se beber qualquer um dos bons vinhos das regiões produtoras de
Paarl, Stellenbosch e Franschhoeck. Além, é claro, de criar boas oportunidades
para tomar gloriosos goles da Amarula, a bebida exclusiva da África do Sul que
conquistou o mundo.
Hotéis modernos, como o Le Vendome, de Cidade do Cabo, estão em todo o litoral da Província de
KwaZulu-Natal
Esta região também é muito rica em santuários
selvagens, com florestas abertas, savanas, florestas sobre dunas no litoral,
lagos e rios, que convivem com grandes plantações de árvores para a produção de
papel e celulose, além de parques e reservas do governo. Visitei tres destes
parques, em duas viagens. Em todos estes parques você pode fazer safáris fotográficos
para registrar os “Big Five”, como é chamado o quinteto búfalo-leão-leopardo-rinocerante-elefante,
além de dezenas de outros animais. Seguindo pelo litoral, mais ao norte, em
direção a Suazilândia e Moçambique, é possivel ver muitos golfinhos e fauna e
flora diferenciados. Esta é uma região onde aparecem os gigantescos tubarões
brancos, e recusei uma oferta “tentadora” de mergulhar em uma gaiola par aver
os bichos de perto…
Em dezenas de parques na África do Sul você pode abrir a janela da sua cabana para ver o amanhecer no bush
Como eu tinha interesse em ver comunidades zulus
vivendo (quase) como antigamente, fui visitar a Shakaland, uma autêntica vila
zulu a 170 quilômetros ao norte de Durban. Tomou um dia inteiro mas compensou.
Além de visitar espaços de trabalho, convívio e lazer zulu, assisti a vídeos,
shows com música, teatro e danças (incluindo as famosas moças com seios a
mostra) e pude tirar muitas fotos. E, é claro, caro leitor, que comprei
bugigangas e produtos artesanais diferenciados, produzidos no local, muitos dos
quais jea haviam me dito que não encontraria nas lojas do aeroporto de
Joanesburgo.
No local teria nascido o herói nacional Rei Shaka
Zulu, considerado o fundador da Nação Zulu quando uniu centenas de tribos que
combatiam entre si contra os invasores europeus. Me disse o guia que pude
conhecer os descendentes do Rei… Na região foi construída em 1984 uma cidade
cenográfica para a filmagem de uma série de televisão e de um filme – confesso
que não vi nenhum dos dois. Posteriormente, em 1988 foi construído o Protea
Hotel, baseado em cabanas e com serviços de alta qualidade administrados por
ingleses.
Em Shakaland pude ouvir pessoas falando zulu e o
curioso dialeto xhosa (as pessoas estalam a boca ao falar), dois dos 11 idiomas
oficiais do país. Os demais são o inglês (que praticamente todos falam), o
afrikâner (uma mistureba de idiomas, herança holandesa impossível de entender)
e nove idiomas étnicos, falados em diferentes regiões do país.
De noite, com
as pernas esticadas numa poltrona macia no bar do hotel, fiz uma pequena degustação
de vinhos sul-africanos, antegozando a viagem que faria no dia seguinte para o Cabo
da África do Sul, para conhecer uma das cinco regiões de vitivinicultura, parte
da rota do vinho considerada a mais longa do mundo. Um brinde a isso, caro
leitor e até o próximo post sobre a “Cidade do Cabo: o charme holandes”.
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Saiba mais sobre a África do Sul em
· África do Sul: aventura, safaris e pinotages -
http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/07/africa-do-sul-aventura-safaris-e.html
· Durban, a Zululândia e Amarulas na África do Sul - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/06/durban-zululandia-e-amarulas-na-africa.html
· Cidade do Cabo, o charme holandes e a rota de vinho mais longa do mundo - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/06/cidade-do-cabo-o-charme-holandes-e-rota.html
· Vida selvagem: luxo e mordomia na África do Sul - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/07/vida-selvagem-luxo-e-mordomia-na-africa.html
Por Rogerio Ruschel
Algumas fotos são cortesia da South Africa Tourism
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