Quantos tipos de queijos você acredita que sejam produzidos no Estado
de São Paulo? 50, 100? A Associação Paulista do Queijo Artesanal
(APQA), criada há apenas quatro anos, estima que os 80 associados
trabalhem com cerca de 200 tipos diferentes com leite de vaca, búfala,
cabra, ovelha ou misto, boa parte feita com receitas trazidas do
exterior. Mas, fora os dados da associação e de outras poucas fontes,
pouco se sabe sobre a produção paulista, o que dificulta o aprimoramento
de leis e a adoção de políticas públicas favoráveis ao setor.
A variedade de queijos artesanais produzidos
no Estado de São Paulo é grande e por isso uma pesquisa está sendo feita para
mapear o perfil da produção paulista de queijos artesanais. O trabalho, que vai
levar cerca de 4 anos, está sendo feito pelo Centro de Pesquisa em Alimentos
(FoRC) da Universidade de São Paulo (USP), por meio da Rede de Pesquisa em
Queijos Artesanais Brasileiros (Repequab). O FoRC é um Centro de Pesquisa,
Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.
À frente do projeto estão duas pesquisadoras:
Gabriela Zampieri Campos e Mariana Medina Medeiros, pós-graduandas que atuam
sob a orientação de Uelinton Manoel Pinto, professor do Departamento de
Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF)
da USP, integrante do FoRC e um dos coordenadores da Repequab.
A FoRC fica aqui: https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/58574/forc-centro-de-pesquisa-em-alimentos
Os produtores podem acessar o questionário neste link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdoXM57d9jXT8_kZ3kgAAuT6V9FklwoHIq-pQdEpr42j45IFw/viewform
A informação é da Agência FAPESP. A foto é do Caminho Queijo
Artesanal Paulista, que reúne oito produtores de SP. A edição é de
Rogerio Ruschel
Cultura do Vinho, Enoturismo e Turismo de Qualidade * O 8o. site de vinhos mais acessado do Brasil (Ranking EnoEventos/Alexa 2015) * O mais internacional blog de Cultura do Vinho e Enoturismo da América Latina, com leitores em 136 países
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segunda-feira, 24 de agosto de 2020
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
sexta-feira, 24 de julho de 2020
As vantagens dos vinhos com Denominação de Origem – e sua importância na Catalunha, Espanha
Por Rogerio
Ruschel, com texto de Vinetur
Meu estimado leitor ou leitora, com muita frequência
publico aqui no In
Vino Viajas pesquisas, relatos e depoimentos mostrando a importância
da identidade de um produto como agregador de valor. A União Europeia informa
que pode chegar a mais de 350% no caso dos vinhos. O catalão Salvador Dali (na
foto acima) amava os vinhjos de sua terra
Queijos, azeites, frios, doces, chás, biscoitos, cafés,
mel, carnes que têm uma Indicação Geográfica (como Gruyére, Canastra, Pata
Negra, Cerrado Mineiro, Bordeaux, Chianti) custam mais caro porque oferecem garantia
de procedência e de processos produtivos que preservam sua qualidade. Vinhos
são os principais beneficiários da agregação de valor com IPs – Indicações de
Procedência ou DOs - Denominações de Origem.
O portal especializado Vinetur, da Espanha, publicou este texto que
publico a seguir.
“O consumo de vinhos com Denominação de Origem tem
inúmeras vantagens para o consumidor em relação à qualidade e garantias do
produto que compra. O selo de uma Denominação
de Origem garante o rigoroso controle e certificação dos vinhos protegidos, bem
como a rastreabilidade do produto em todas as suas etapas de produção e
elaboração.
As vinícolas registradas em uma Denominação de Origem comprometem-se a manter a mais alta qualidade possível, bem como a elaborar seus vinhos com as variedades de uvas admitidas em cada território e a Denominação de Origem, preservando a singularidade de cada região vinícola. No caso da Catalunha, eles preservam a diversidade das 11 denominações de origem de vinhos catalães. Dessa forma, o consumidor pode ter certeza de que os produtos adquiridos com o selo DO sempre terão padrões de qualidade estáveis e características específicas que outros produtos sem essa distinção não possuem.
Mas, além da qualidade e rastreabilidade, as Denominações de Origem, com suas vinícolas, viticultores e viticultores, são uma ferramenta essencial para o equilíbrio territorial. Eles permitem que a população seja mantida no território - combatendo o despovoamento -, estimulam áreas mais desfavorecidas e mantêm o meio ambiente e a paisagem mediterrânea.
Na
Catalunha, as 11 denominações de origem do vinho reúnem 10.000 viticultores e
vinicultores de todo o território, além de 853 empresas de vinho que movimentam
anualmente 1,6 bilhão de euros, segundo a agência da Generalitat Catalonia
Trade & Investment.As vinícolas registradas em uma Denominação de Origem comprometem-se a manter a mais alta qualidade possível, bem como a elaborar seus vinhos com as variedades de uvas admitidas em cada território e a Denominação de Origem, preservando a singularidade de cada região vinícola. No caso da Catalunha, eles preservam a diversidade das 11 denominações de origem de vinhos catalães. Dessa forma, o consumidor pode ter certeza de que os produtos adquiridos com o selo DO sempre terão padrões de qualidade estáveis e características específicas que outros produtos sem essa distinção não possuem.
Mas, além da qualidade e rastreabilidade, as Denominações de Origem, com suas vinícolas, viticultores e viticultores, são uma ferramenta essencial para o equilíbrio territorial. Eles permitem que a população seja mantida no território - combatendo o despovoamento -, estimulam áreas mais desfavorecidas e mantêm o meio ambiente e a paisagem mediterrânea.
Esses números dão uma dimensão aproximada da importância
do setor vinícola na Catalunha, um setor que deve continuar se esforçando para
ser o líder e líder da economia de um país onde o vinho DO catalão vende um
total de 108.232.994 garrafas por um valor de € 332.601.929 nos mercados
nacional e internacional, de acordo com o último relatório preparado pelo
INCAVI com dados de 2018.
'Gaudeix del que es bo # ViCatalà'
Sob o lema Gaudeix de que é bo # ViCatalà, as 11 Denominações Catalãs de Origem do Vinho (DO Alella, DO Catalunya, DO Conca de Barberà, DO Costers de Segre, DO Empordà, DO Montsant, DO Penedès, DO Pla de Bages, DOQ Priorat, DO Tarragona e DO Terra Alta), com o apoio da Generalitat de Catalunya através do INCAVI, uniram forças para aproximar os vinhos catalães com denominação de origem do consumidor que mora na Catalunha.”
'Gaudeix del que es bo # ViCatalà'
Sob o lema Gaudeix de que é bo # ViCatalà, as 11 Denominações Catalãs de Origem do Vinho (DO Alella, DO Catalunya, DO Conca de Barberà, DO Costers de Segre, DO Empordà, DO Montsant, DO Penedès, DO Pla de Bages, DOQ Priorat, DO Tarragona e DO Terra Alta), com o apoio da Generalitat de Catalunya através do INCAVI, uniram forças para aproximar os vinhos catalães com denominação de origem do consumidor que mora na Catalunha.”
Texto publicado no portal www.vinetur.com dia 23 de julho de 2020
Saiba mais: Espanha
investe na promoção da Denominação de Origem de seus vinhos - http://www.invinoviajas.com/2018/03/espanha-investe/
quinta-feira, 9 de julho de 2020
terça-feira, 7 de julho de 2020
Muita alegria e 2 mil anos de tradição esperam os visitantes nas festas da Abertura das Talhas e da Vitifrades, na Vidigueira, Alentejo, Portugal
Por Rogerio Ruschel
EXCLUSIVO
– Entrevista com Luis Amado, ex-Presidente da Junta, vinicultor e empresário de turismo de Vila de Frades.
Meu estimado leitor ou leitora, vou
ajudá-lo a descobrir um precioso segredo que a aldeia de Vila de Frades, no
Concelho (município) de Vidigueira, Alentejo, em Portugal, mantém preservado por
2.000 anos: o Vinho da Talha. É um segredo porque o vinho de talha que ainda é
produzido como os romanos o faziam quando habitavam esta região da Peninsula
Ibérica, só existe aqui. E é precioso porque se trata de um vinho fresco, saudável,
com potente identidade territorial e por isso mesmo com muita agregação de
valor, razão pela qual está na moda na Europa. Na foto de abertura, a alegria
da abertura das talhas em uma das adegas familiares da região.
Vem comigo. E vou ajudá-lo a viver as
duas melhores experiências turísticas que cercam o vinho de talha, em locais
com o Selo Clean & Safe do Covid-19: o ritual festivo da Abertura das
Talhas e a Vitifrades, a grande Festa do Vinho de Talha.
Estes são eventos que integram o patrimônio cultural do vinho de talha que está
sendo inscrito no Inventário Nacional do Patrimônio Cultural e Imaterial de
Portugal e futuramente será candidato na Lista do Patrimônio Cultural e
Imaterial da Humanidade da Unesco.
Os leitores de In Vino Viajas sabem que gosto
deste vinho e admiro o contexto cultural e patrimonial em que ele está
inserido, razão pela qual tenho publicado vários artigos sobre o tema, cujos
links você encontra no final desta entrevista. Para que você possa conhecer
esta experiência como um turista privilegiado, entrevistei Luís José Roque Amado, produtor de vinho de talha em Vila de Frades e também diretor da
Janelas do Turismo, agência de turismo. Presidente
da Junta de Freguesia de Vila de Frades por três mandatos, Luis Amado foi também Membro da Assembléia Municipal
de Vidigueira por quatro mandatos. Com a
palavra, Luis Amado, o cidadão da foto abaixo.
In
Vino Viajas -
Existe alguma estimativa sobre o volume de produção de vinho de talha no
Alentejo?
Luis
Amado - A
produção de vinho de talha divide-se em três gavetas diferenciadas, a primeira,
dos produtores que nas suas adegas o produzem para consumo próprio e com
amigos, numa vertente mais social; a segunda, dos produtores que com as suas
adegas abertas vendem o vinho a garrafão, como aliás sempre foi costume; e a
terceira, os produtores que já têm marca e vinho certificado e com rótulo
próprio. Estes últimos, a estimativa de produção é calculada, já nos anteriores
não é possível, porque depende muito das colheitas, e da vontade própria de
cada um, por isso é muito variável.
In
Vino Viajas - O que
é a Abertura das Talhas e a celebração Vitifrades, as Festas Báquicas? É sempre
na segunda quinzena de dezembro?
Luis
Amado - A
Abertura das Talhas é um ritual, ou costume popular que visa assinalar o vinho
novo, o vinho de talha desse ano, que cada produtor ostenta com orgulho e
assinala abrindo as talhas normalmente por altura do São Martinho, dia 11 de
novembro, convidando amigos e brindando. Já a Vitifrades é a Grande Festa do
Vinho de Talha e realiza-se em Vila de Frades há vinte e dois anos,
realizando-se normalmente no segundo fim de semana de dezembro. O vinho de
talha é servidom copos, como mostra a foto abaixo.
In
Vino Viajas - Estas
festas estão consideradas na calendário promocional do Turismo de Vidigueira,
do Alentejo e do Turismo de Portugal?
Luis
Amado - A
Abertura das Talhas é um evento lançado e promovido pelas Janelas do Turismo há
três anos, que tem tido como foco algumas adegas de Vila de Frades, com um
programa cultural, provas de vinhos, petiscos e cante alentejano, mas só este
ano irá integrar os canais de promoção do Turismo do Alentejo e do Turismo de
Portugal, já que localmente tem sido muito difícil e é trabalhar mais por conta
própria e sem os apoios necessários, mas com o tempo iremos fazer crescer o
evento e coloca-lo em todos os calendários.
Já as
Festas Báquicas, a Vitifrades, pela sua longevidade e enraizamento local é só
por si uma fonte de referência e calendarizada na promoção dos eventos locais,
embora eu ache que ainda um pouco ofuscada, atendendo à dimensão e importância
do certame.
In
Vino Viajas - Quais
são as experiências e vivências dos quais os turistas podem participar?
Luis
Amado -
Além dos eventos que anteriormente foram mencionados, como a Abertura das
Talhas e a Vitifrades, que já atraem muita gente a este território, o vinho de
talha, a história e a tradição que está ligada ao seu processo de vinificação é
só por si um veículo de chamamento e atrativo ao turista.
O
facto de se proporcionarem momentos em pequenas adegas típicas, bebendo o vinho
aparado da talha, ouvindo o próprio produtor a contar como produziu o seu
vinho, a provar as melhores iguarias alentejanas, como uma linguiça caseira
assada, umas azeitonas pisadas temperadas com orégãos e com pão da Vidigueira
ainda cozido em forno de lenha, é um prazer que estas gentes não abdicam e que
gostam de abrir a sua adega e por a melhor mesa para que os visita.
In
Vino Viajas - Os
turistas podem participar como jurados em concurso de vinhos de talha?
Luis
Amado -
Não. O concurso dos melhores vinhos de talha promovido pela Vitifrades já leva
vinte e dois anos, abrangendo a região vitivinícola de Vidigueira, Cuba e
Alvito e é o único concurso de vinhos de talha em todo o país. No mesmo
participam todos os produtores que levam a concurso os seus vinhos em três
categorias, o branco, o tinto e o palhete (rosé), ou petroleiro, como era
vulgarmente conhecido esse vinho em Vila de Frades.
O
concurso divide-se entre os três primeiros prémios e as menções honrosas e tem
como jurados a organização do evento, alguns especialistas ligados aos vinhos,
e todos os anos é escolhido um produtor local que daí constituem o júri numa
prova cega que dá origem à atribuição dos prémios, que é um dos momentos altos
da Feira e motiva aqueles que produzem vinho de talha.
In
Vino Viajas -
Existem pacotes turísticos organizados para esses eventos? A Janelas do Turismo
organiza visitas de grupos a Vitifrades, saindo de Lisboa nesta época festiva?
Luis
Amado -
Sim, existem, muitos e variados programas durante o período do vinho de talha,
entre novembro e janeiro, mas a Vitifrades, a Grande Festa do Vinho de Talha é
promovida pela Associação de Desenvolvimento Local Vitifrades, que através da
sua direção e promove o certame em dezembro.
Já a Abertura das Talhas, é a agência Janelas
do Turismo que promove, como atrás referi. Mas para os dois eventos, e restante
época do vinho de talha, temos pacotes turísticos que vão brevemente ser
apresentados através da nossa página de Facebook e que visam levar os grupos a
conhecer a essência das adegas, os produtores e a diversidade dos vinhos de
talha, sendo que a Abertura das Talhas, não é um evento de Feira, mas sim, um
evento que permite uma rota vinhateira e turística pelas terras que ainda
mantém viva a tradição deste vinhos.
In
Vino Viajas - Qual
a capacidade de recepção de alojamentos de Vila de Frades e na região?
Luis
Amado - A
capacidade de alojamento não é muito grande, mas no meu entender é suficiente,
estendendo-se por Vila de Frades, Vidigueira, Cuba e Beja, sendo a mesma
dividida entre os Hotéis e alojamentos locais, que permitem receber e alojar os
turistas em ambientes distintos, tanto urbanos, assim como rurais, nalguns
casos, com outras atividades lúdicas associadas ao período de estadia em
Portugal.
In
Vino Viajas - Quais
as atrações complementares na região para um turista que venha de bem longe,
como do Brasil? A Janelas do Turismo tem um pacote para este tipo de turista?
Luis
Amado - Sem
dúvida, nós temos esquematizados programas tanto para o visitante ocasional,
como para o turista que vem por exemplo do Brasil. A região Alentejo é muito
fértil em ofertas, que vai desde o vinho, como dos produtos locais de
excelência, como o pão, os queijos de cabra e ovelha, os enchidos, o mel, o
azeite e muitos outros. A gastronomia alentejana, a Villa Romana mais bem
conservada do Mundo, São Cucufate, as figuras históricas de Vasco da Gama ou
Cristóvão Colombo, que estão aqui separadas apenas por dez quilómetros de Vidigueira
a Cuba, as paisagens vinhateiras, as aldeias históricas, o branco do casario, o
cante alentejano, o dialeto alentejano e os passeios de barco no Grande Lago de
Alqueva, o Maior Lago Artificial da Europa, fazem deste território, um destino
predileto.
Saiba mais sobre o vinho de talha:
Candidatura do vinho de talha à Unesco:
http://www.invinoviajas.com/2018/03/exclusivo-concelho-de-vidigueira/
segunda-feira, 15 de junho de 2020
domingo, 7 de junho de 2020
quarta-feira, 3 de junho de 2020
Com a volta das viagens, turismo rural, ecoturismo e enoturismo vão deixar o coronaviurus perdido na paisagem
Por Rogerio Ruschel
Prezado amigo ou amiga, um dos segmentos
econômicos que mais sofreu impactos negativos com a pandemia foi o turismo, que
representa 8% do PIB mobiliza mais de 50 segmentos da economia e responde por
mais de 7 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil. Como existem
diferentes desejos de viajantes, existem vários tipos de turismo. Entre os mais
concorridos estão o turismo de “sol e praia” e o turismo urbano convencional,
aquele que arrasta multidões para visitar atrações em centros urbanos. Mas por
causa do Covid-19 os tipos de turismo com potencial para retomada mais rápida
são aqueles que se realizam em ambientes rurais, sem
algomeração e em contato com a natureza como o turismo
rural, o agriturismo, o ecoturismo, o enoturismo, o turismo de aventura e de
esportes na nautreza.
Isso porque a retomada das atividades
turísticas pós-Covid19 tende a ser realizada em espiral: o turismo será
retomado inicialmente por passeios em transporte privado (automóveis), em
cidades mais próximas do turista (porque a economia também sofreu), em destinos
com menos pessoas, e irá se ampliando, aumentando aos poucos, até chegar às
viagens internacionais lotadas feitas com transporte aéreo, como acontecia
antes da pandemia Covid-19.
Mas enquanto não existir uma vacina segura
contra o Convid-19 terão mais sucesso os destinos que buscarem atender a quatro
“S”s: Segurança, Sustentabilidade, Solidariedade e Saudabilidade. Mas antes
veja onde encontrar informações sobre o cenário Covid-19, que muda
constantemente:
·
Levantamento da Secretaria de
Turismo de Sâo Paulo, APRECESP e AMITESP, analisa a publicação de decretos municipais com medidas de prevenção do Covid-19.
Veja aqui: https://bit.ly/setursp_analise_decretos_covid19
·
Relatórios da OMT – Organização
Mundial do Turismo sobre países e restrições ao turismo podem ser encontrados
aqui: www.unwto.org/news/covid-19-restrictions-on-tourism-travel
E agora veja como os segmentos estão se
organizando para a volta das atividades. Lideranças do turismo Rural, incluindo
Agroturismo, Turismo Rural da Agricultura
Familiar e Turismo Rural de Base Comunitária realizaram debates pela internet e
propuseram a criação de um Projeto Nacional de Desenvolvimento do Turismo Rural
Brasil. A iniciativa, liderada pela especialista Andreia Roque,
propõe políticas públicas setoriais e normas nacionais de procedimentos e protocolos
de retomada do turismo e ampla divulgação das oportunidades de se fazer turismo
em lugares abertos, sadios, sem algomeração e em contato com a natureza.
Participei dos debates; participe também - #turismoruralconsciente
Quem também quer propor protocolos e
iniciativas é a Catraca Livre, um site de notícias com
foco em eventos culturais e temas como cidadania, educação, carreira,
bem-estar, etc. Em parceria com a Interamerican
Network, uma agência de comunicação e representação especializada em turismo,
está realizando uma pesquisa em países
da America Latina para apontar caminhos
seguros e confiáveis para a volta
das viagens. Até 15/junho a pesquisa está em bit.ly/pesquisa_
Catraca_livre_turismo
Outro setor que pode se beneficiar do “turismo
em espiral” é o Enoturismo. Sandra Carvão,
diretora de Inteligência de Mercado e Competitividade
da Organização Mundial do Turismo me disse em entrevista exclusiva que o
enoturismo tem uma grande capacidade de levar pessoas urbanas e com bom poder
aquisitivo a visitar, se hospedar e comprar produtos em ambientes rurais. Isto
é o que precisamos e que pode ser facilitado pelo Convid-19.
No Brasil o Enoturismo pode ser
importante para mais de 5 milhões de brasileiros em pelo menos 150 municípios
de 40 regiões de 10 Estados do Brasil. Em 2018 mobiloizou cerca de 1.200,000
turistas – e não só na serra gaúcha, como muitos pensam.
Infelizmente não temos nenhuma entidade
nacional de organização do enoturismo. Eu tenho escrito sobre isso há muitos
anos e em 2017 publiquei uma proposta de Agenda do Enoturismo no Brasil – veja
aqui: http://www.invinoviajas.com/2017/12/em-2018-o-brasil/
Pouca coisa foi feita sobre esta agenda, e
recentemente fiz um video relembrando a importância disso, veja aqui: https://youtu.be/tGxBjuZEJOY
Mas estamos buscando conhecimento sobre isso fora do Brasil. A consultora
de turismo Ivane
Favero, ex-presidente da Associação Internacional de Enoturismo - Aenotur participa de um grupo de especialistas em enoturismo denominado International Wine Tourism Think Tank que
planejam fazer propostas
concretas aplicáveis a qualquer vinícola e destino de enoturismo do mundo, sob
a nova realidade pós-Convid-19. No grupo estão representantes da Itália,
França, Portugal, Espanha, Brasil, Argentina, Chile, México, Estados Unidos e
África do Sul e a primeira iniciativa é a realização de uma pesquisa para conhecer
a realidade do mercado, que espero em breve poder compartilhar. Se você trabalha
com enoturismo, ajude a iniciativa: acesse https://es.surveymonkey.com/r/CV3TLX2?lang=pt
Na Itália, país que sofreu muito com o
Covid-19, o enoturismo gerou mais de 2,65
bilhões de euros com 15 milhões de turistas em 2019. Os italianos trabalham em várias frentes para retomar o enoturismo
no país, como com financiamentos para
reconstruir a acessibilidade aos territórios e a rolagem de dívidas dos gastos
turísticos e do enoturismo em 2020 para 2021. O programa é liderado pela
Associação Nacional de Cidades do Vinho (a Città del Vino), fundada em Siena em
1987, que reúne 460 municípios. Floriano Zambon, presidente, explica que a
retomada "...implica a necessidade de reconstruir e criar novos caminhos,
ciclovias, rotas de enoturismo, letreiros, itinerários e experiências
culturais, mas também infraestruturas de serviços e conexões digitais adequadas
para os territórios mais rurais e desfavorecidos pelo fosso digital”. Um
relatório sobre a situação está aqui: http://www.today.it/partner/adnkronos/economia/lavoro/citta-del-vino-enoturismo-volano-per-la-rinascita-dei-territori.html
Foto de abertura: O publicitário e
fotógrafo Rodrigo Ruschel surpreendeu a neblina matinal sobre o rio Silveira,
em São José dos Ausentes, na serra gaúcha. Nesta época não tinha Covid-19. Mas
se tivesse, o tal coronavirus estaria perdido na paisagem, confuso no meio da
neblina; bem feito!!!!!
quinta-feira, 21 de maio de 2020
Governo espanhol vai investir 540 milhões de Reais para apoiar o vinho espanhol afetado pela crise da Covid-19; conheça as medidas aqui
Por Rogerio Ruschel
O governo espanhol está preparando um plano de choque para apoiar o
setor vitivinícola, um dos mais afetados pela crise do Covid 19, conforme o
ministro da Agricultura, Pesca e Alimentação, Luis Planas, em entrevista à agência
EFE. Um decreto real está em fase final de aprovação. Como isso afeta o resto
do mundo e a produçãoo dos brasileiros?
O eixo do plano é um decreto real, que está sendo elaborado, no qual serão
propostas até cinco medidas diferentes muito importantes para o setor
vitivinícola, principalmente para vinhos de mais alta qualidade, os mais
afetados pelo efeitos da pandemia (porque 60% de suas vendas estão ligadas ao
setor de hospitalidade), pelo Brexit (que cancelou muitos negócios com a
Grã-Bretanha) e pelas sanções do governo dos Estados Unidos - o
maior consumidor dos vinhos do mundo, com 2,6 milhões de hectolitros em 2018, e que impôs super-taxas de até 125% aos vinhos premium da Europa, em
janeiro de 2020.
As diferentes medidas contempladas totalizam 85,9 milhões de euros (algo
como 540 milhões de Reais hoje) e a
maior quantidade corresponde a retirar do mercado até um total de dois milhões
de hectolitros (1,5 milhão de vinho de mesa e 0,5 com denominação de origem), o
que será financiado pelo Programa de Apoio ao Setor Vinícola. Outros 9,9
milhões de euros serão utilizados para facilitar medidas de armazenamento
solicitadas pelas vinícolas e denominações de origem, buscando administrar o
timing da redução de consumo do mercado do setor de restaurantes.
A terceira proposta será financiar a colheita da uva verde, no valor de
quatro milhões de euros no exercício financeiro de 2020 e mais seis do
orçamento de 2021. "Queremos
implementar essas três medidas imediatamente e é por isso que queremos aprovar
o decreto o mais rápido possível, proceder à distribuição dos fundos entre as
comunidades autônomas por meio de uma conferência setorial e iniciar os
pagamentos em 16 de outubro", antes do próxima safra, destacou o Ministro
da Agricultura, Pesca e Alimentação Luis Planas.
Para 2021, além de financiar a colheita verde, o Ministério da
Agricultura planejou a implementação de medidas de limitação de desempenho:
18.000 kg por hectare na produção de tinta e 20.000 em uvas brancas, como uma
ação regulatória adicional mercado.
O consumo de alimentos de mesa e produtos envelhecidos aumentou a preços
mais acessíveis no período de quarentena. Nestes vinhos, até 8 euros, houve um
aumento notável no consumo, mas isso não aconteceu nos rótulos de maior valor,
que são os mais afetados pelo canal de restauração. “O aumento do consumo doméstico do vinho em
torno de 20%, não pode compensar, nem em volume nem em valor, o que significa o
setor de hospitalidade, que representa 14% do que os espanhóis consomem em
alimentos e bebidas, o que em valor significa um terço dos gastos com
alimentos” disse o Ministro.
Embora os produtores europeus trabalhem em conjunto no que se refere ao
mercado mundial de alimentos (e lá vinho é considerado alimento), em tempos de
crise é cada um por si. Os franceses que foram os mais afetados pelos Estados
Unidos, devem estar planejando saídas semelhantes; In VIno Viajas vai pesquisar
este assunto para seus leitores.
Veja o que o governo brasileiro prometeu
fazer para ajudar os produtores de vinhos no Brasil aqui: http://www.invinoviajas.com/2020/01/os-vinhateiros-brasileiros-contra
Conhaça a supertaxacão dos vinhos europeus
pelos Estados Unidos aqui: http://www.invinoviajas.com/2020/01/trump-quer-detonar-os-vinhos/
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