Por Rogerio
Ruschel (*)
Meu caro
leitor ou leitora, brindemos a isso: o proprietário de um pub em Augsburg,
Bavaria, Alemanha, pode pegar até três anos de prisão depois que a polícia,
atendendo denúncias anônimas, deu uma batida no seu restaurante e encontrou
garrafas de um vinho para nazistas chamado Wine Führer, com fotos de Hitler e
saudações nazistas como “Sieg Heil” nos rótulos.
O dono do bar, um cidadão com 49 anos que está sendo investigado, alegou que tinha ganho as garrafas de presente -
mas não lembrava de quem - e as guardou porque tinha achado
"engraçado". Ele disse também que não sabia que na Alemanha fazer
rotulagem de produtos contendo referências aos nazistas ou nazismo é ilegal; mas
mesmo assim violou o parágrafo 86 da Constituição alemã e poderá pegar até três
anos de prisão.
O que se espera é que a prisão deste sujeito seja um exemplo definitivo, porque esta historia não é nova. Estes vinhos foram vistos em outros
lugares da Alemanha e Itália. Em 2014 Michael e Cindy Hirsch, da Filadélfia,
Estados Unidos, estavam em Garda, na Itália, quando viram várias garrafas de vinho com
imagens do ex-líder nazista em um supermercado. A mulher, que teve parentes
mortos em Auschwitz, ficou chocada e fotografou as garrafas: uma delas se
chamava 'Mein Kampf”, o nome do famoso livro do ditador, e outra se chamava
"Volk Ein, ein Reich, ein Fuhrer» (um povo, uma império, um Fuhrer).
Segundo o
Centro Simon Wiesenthal estes vinhos são feitos (ou eram feitos) por uma vinícola
italiana chamada Vini Lunardelli, na cidade italiana de Rimini, desde 1995, e
ao que parece ainda existem garrafas homenageando outros velhos comunistas,
esquerdistas e “istas” em geral como Benito Mussolini, Che Guevara, Karl Marx,
Joseph Stalin e outros, como mostra a foto acima.
A cultura do vinho tem
uma longa e bonita história em quase todas as civilizações; então porque estes
idiotas tem que apelar para uma memória tão nefasta da humanidade?
(*) Rogerio
Ruschel é editor de In Vino Viajas baseado em São Paulo e acredita que o vinho é uma bebida para aproximar pessoas - mesmo quando tenham crenças diferentes.
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