Por Rogerio Ruschel (*)
Meu prezado leitor ou leitora, já pensou em beber um baseadinho de Zinfandel ou Pinot Noir? Ou quem sabe dar um tapinha num fininho de Chardonnay incrementado? Pois esta maluquice já está acontecendo nos Estados Unidos onde existem vinhos produzidos com misturas de diversos tipos de marijuana, a velha maconha, ou, se preferir uma abordagem mais técnica, com a cannabis sativa.
Meu prezado leitor ou leitora, já pensou em beber um baseadinho de Zinfandel ou Pinot Noir? Ou quem sabe dar um tapinha num fininho de Chardonnay incrementado? Pois esta maluquice já está acontecendo nos Estados Unidos onde existem vinhos produzidos com misturas de diversos tipos de marijuana, a velha maconha, ou, se preferir uma abordagem mais técnica, com a cannabis sativa.
Não sei onde
você estava nos anos 70 ou 80, mas jovens produtores da California já faziam
pesquisas com a mistura de ervas danadinhas com vinho desde o final dos anos 70
– e o resultado é que bebiam e fumavam (e faziam amor, tudo ao mesmo tempo!) e uma nuvem aromática flutuava
acima dos vinhedos da Califórnia entre Santa Barbara e Sonoma. Pois é: misturar
maconha no vinho não é ilegal em alguns estados dos Estados Unidos e pode se
ampliar muito nos próximos anos, porque o uso da maconha vem avançando: cerca
de 53% dos americanos apoiam a legalização da maconha agora, em comparação com
cerca de 42% dos norte-americanos em 2010.
O Distrito
de Columbia, onde fica a capital Washington, e quatro estados (Colorado,
Washington, Oregon e Alaska) já tem iniciativas que legalizam o uso de maconha;
outros 14 Estados descriminalizam a posse de determinadas quantidades (o tal uso
recreativo) e 23 Estados já legalizaram a maconha medicinal. Fumar maconha em público é ilegal, mas o produto pode ser adquirido em drogarias (com
receita) e até mesmo em máquinas automáticas em Seattle! Nada que seja
espantoso em um pais onde se pode entrar em uma loja e comprar um fuzil, não?
A mistura de
vinho com marijuana chegou pela porta da medicina: registros de espécies de ervas
psicotrópicas como maconha sendo utilizadas para fins medicinais são muito
antigos como entre os participantes dos cultos de Deméter e Perséfone na Grécia
antiga. Arqueólogos encontraram registros que mostram que na China do século II
DC o fundador da cirurgia Dr. Hua T'o usava vinho fortificado misturado com
resina de marijuana para reduzir a dor durante as cirurgias. Gurus, mestres e religiosos
de várias crenças (como o bonitão da foto abaixo) também bebem vinho (ou
destilados) com cannabis e outras
substâncias psicoativas como parte dos rituais, e entre eles os primeiros
cristãos - incluindo, eventualmente, aquele hippie cabeludo chamado Jesus
Cristo que multiplicava vinho, pregava paz e amor e chutou a canela dos maus políticos
da Galileia.
OK, imagino
que você esteja querendo saber mais sobre os vinhos com maconha. Pois bem, eu
não provei ainda, mas para quem tiver interesse posso informar que sommeliers
especializados (sim, já tem disso na América!) dizem que os melhores (mais equilibrados, com aromas de sabe-lá-o-que, bom corpo e final tóim!!!) são de uma
vinícola chamada Muldersboch que vem produzindo vinhos tintos, brancos e rosés bem
equilibrados com diferentes tipos de marijuana. O resultado são vinhos como o Mulderbosch Chenin Blanc que utiliza as ervas LA Confidential ou
Tahoe OG (Preço US$ 13.99); o
Mulderbosch Faithful Hound Red Blend 2012, um vinho que se apresenta como um
bordeaux que mistura as ervas Purple ou Blackberry Kush ao preço de US$ $25.00 ou
ainda um colheita tardia Mulderbosch Noble que harmoniza a uva Sauvignon Blanc
com as ervas Purple Haze ou Cheese e que custa US$ 29.99 uma garrafinha de 500
ml.
E antes que alguém diga que estou incentivando o consumo de ervas
danadinhas aqui no In Vino Viajas, já vou me adiantando: meu estimado leitor ou leitora, não faça isso em
casa!
Quer saber mais? Procure a revista eletrônica
especializada em cannabis em http://www.thecannabist.co/2015/05/01/wine-weed-guide-pairings-marijuana/33764/
(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas em São Paulo, Brasil, onde vinho ainda é feito com uvas fermentadas e marijuana é ilegal
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