Por Rogerio Ruschel (*)
Caro leitor, desculpe o
trocadilho do título, mas neste caso se aplica: o Museu d’Orsay é um dos mais alegres e simpáticos
museus de Paris, e é impressionante! Localizado na margem esquerda do rio Sena, no VII arrondisement, perto de tudo que é
importante na cidade, mantém no acervo principalmente pinturas e esculturas da
arte ocidental do período compreendido entre 1884 e 1914 – inclusive uma ótima
coleção de obras de artistas impressionistas como Toulouse-Lautrec e Gauguin (abaixo), Van Gogh, Renoir, Manet, Monet, Degas,
Redon, Cezanne, Degas, Pissarro, Sislac, Sisley, Morissot e outros.
É um prédio grande (veja
abaixo), mas não é gigantesco como o Museu do Louvre que, além de maior é mais
completo do que o Museu d’Orsay no que se refere à quantidade e qualidade das
coleções. Aliás, acho que só a parte com múmias e similares egipcios do Louvre deve ocupar um espaço maior do que todo o d’Orsay... Mas tem uma grande vantagem: você não perde 3 horas para
entrar, só uns 30 minutos, com sorte. E se tiver que esperar, pode ficar
curtindo as estátuas de animais na frente (veja abaixo, o rinoceronte).
A
história do Museu d’Orsay é muito interessante. O prédio era originalmente uma
estação ferroviária, a Gare d'Orsay, construída no local onde até 1871 existia
o Palais d’Orsay, um prédio administrativo da cidade de Paris. A estação foi
inaugurada em 1898, mas em 1939 deixou de ser um terminal da linha de trem
porque operacionalmente ficou pequena demais para o tamanho dos trens.
A área das
antigas plataformas de embarque é hoje o piso térreo e salão principal do museu – veja
as fotos abaixo.
Durante
a Segunda Guerra Mundial o prédio serviu como um centro de serviço dos
correios; depois permaneceu fechada por muitos anos, eventualmente servindo
como espaço para leilões e até mesmo teatro e quase acabou demolida em meados
dos anos 70. Em 1962 chegou a ser usada como locação do filme “O processo”, de
Orson Welles. Foi finalmente fechada em 1973, mas renasceu em 1986 transformada
em um museu inaugurado pelo então presidente François Miterrand, com muitas obras de impressionistas como as abaixo.
O prédio tem tres andares
com pinturas, esculturas e fotografias, mas acho que as obras dos Impressionistas
são o grande chamariz do museu, até porque a coleção fica no andar
superior, obrigando o visitante a percorrer todo o prédio, num velho truque que
os supermercados utilizam para fazer o consumidor comprar mais. Mas neste caso dá para perdoar esta armadilha de merchandising...
Mas o Museu tem também boas
obras de artistas de outras escolas ou movimentos como o simbolismo,
naturalismo, romantismo, pós-impressionismo e art-noveau - e entre os art-nouveau estão jóias de René-Jules
Lalique. Aliás, para saber mais sobre art-noveau visite http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/06/a-art-noveau-nas-ruas-de-praga.html. Veja abaixo algumas obras de grande porte e de alto valor artístico.
O visual do museu também é
impressionante. A iluminação vazando pelo teto transparente brinca de mudar as cores dos detalhes e facilita a
visualização das obras e o próprio prédio; o visitante vive uma sensação de local
espaçoso e o ambiente inteiro é uma atração visual importante.
Alguns detalhes da
cobertura das paredes (acima), o relógio no átrio principal (abaixo) e um restaurante belíssimo
acabam se integrando às obras e se transformam em atrações.
Quando quiser dar uma
parada mastigando ou bebericando algo, no prédio você vai encontrar dois
coffee-shops e um restaurante majestoso com cardápio internacional
e grande carta de vinhos franceses (veja abaixo).
A parte da antiga
estação de trem que antigamente deveria ser um hall de entrada ou
salão lateral, hoje é uma sala charmosíssima utilizada para eventos culturais como
palestras e apresentações musicais. (veja abaixo).
Quando você entrar no
coffe-shop do mezzanino do Museu, vai poder ver uma obra de artistas brasileiros:
trata-se do trabalho ce design dos Irmãos Campana que fizeram a remodelação deste espaço, aliás, muito bonito (abaixo).
Então anote: inclua o
Museu D’Orsay na sua lista de culturais imperdíveis parisienses. Mas é
bom verificar pela internet horários e ingressos, exposições
temporárias e se você não vai ter a sorte de encerrar a visita aos Impressionistas ouvindo a
apresentação de um quarteto de cordas naquele salão chiquésimo - aí, certamente ficará impressionado!
Este post é dedicado a
minha filha Renata (abaixo, comigo) que me acompanhou com paciência ao Museu
d’Orsay.
(*) Rogerio Ruschel é jornalista de turismo, enófilo, viajante e esteve no Museu d'Orsay por conta de seu trabalho como consultor especializado em sustentabilidade socioambiental
Rogério este é um presente cultural maravilhoso para quem nunca foi a Paris. Eu assisto documentários no canal +Globosat e tem um programa de nome Mundo Museu onde o ator Milton Gonçalves narra e descreve com tamanha riqueza de detalhes sobre este museu magnífico. Mto obrigada por este presente. Sou louca com a cultura francesa e um dia quero conhecer este país e claro outros que vc posta em seu blog. Obrigada por compartilhar este mundo tão lindo. :)
ResponderExcluirOla Carmem, obrigado pelo prestigio da leitura. Eu sou um dos que acreditam que o Dorsay é o mais interessante dos museus de Paris - e olha que Paris tem muitos e ótimos museus. Você vai conhecê-lo em breve - quem sabe em 2015? Abs
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