Por Rogério Ruschel (*)
Fundada com o titulo de “Muy
Noble y Muy Leal Ciudad de Santiago de Guayaquil" em 1547 pelos espanhóis
como um estaleiro e porto comercial para escoar as riquezas do Novo Mundo para
a Coroa Espanhola, Guayaquil é a maior
cidade do Equador com mais de 2,5 milhões de habitantes (a Grande Guayaquil
chega a 4,5 milhões).
Monumento aos Libertadores da América do Sul, Simon Bolívar e San Martín
E é uma das mais atraentes cidades
do Equador, porque reúne negócios e turismo globalizados, razão pela qual quase
sempre é incluída com destaque em roteiros latino-americanos imperdíveis para
gringos.
Pólo econômico mais importante
do Equador por causa do porto e da concentração industrial, Guayaquil fica às
margens do rio Guayas a cerca de 20 quilometros do Oceano Pacífico – e
literalmente aos pés da Cordilheira Chongón-Colonche, uma cadeia de montanhas
de média altitude – se comparada a outras cadeias repletas de vulcões que você
vai conhecer em outro post aqui no In Vino Viajas.
A
principal atração da cidade é o Malecón 2000 (Malecón del Salado), mas arranje
tempo para fotografar os parques urbanos e museus. Se você estiver com crianças, visite o Parque Histórico de
Guayaquil, um pouco fora do perímetro urbano, mas que vale a pena porque vai
proporcionar um pouco de aventura para os pequenos por causa do mini-zoológico,
do passeio em manguezais por decks de madeira e por causa da réplica da Guayaquil
antiga, que inclui bondes para tirar fotos (veja
abaixo, este repórter voltando à infância)
Os
museus são muito enriquecedores. Se você quiser conhecer um pouco da história
do Equador e de Guayaquil, priorize uma visita ao MMAC – Museu Anbtropológico e
de Arte Contemporânea, talvez o mais rico acervo equatoriano de culturas
pré-hispânicas do país. Mas se
tiver tempo visite também o Museu Municipal de Guayaquil, o Museu Nahim Isaías
e o Museu da Casa de Cultura.
Mas o Malecón 2000 é mesmo a grande atração de Guayaquil e você não pode perder. É um mega-projeto de reurbanização do antigo porto iniciado no ano 2000, considerado modelo mundial de urbanismo, comparado ao Coconut Walk de Miami e ao Puerto Madero na Argentina – e que me lembra um pouco a Estação das Docas em Belém do Pará, na orla da Baía do rio Guajará.
O Malecón foi restaurado
com grande ajuda financeira popular, e inclui também a renovação de antigas
favelas na região, como a do Cerro Sant’Ana (Morro Santa Ana) – veja abaixo. Na verdade, o projeto de restauração continua,
atingindo outras regiões da cidade, o que torna Guayaquil uma cidade diferente
a cada visita.
O Malecón se estende por uma área de 2,5 quilometros de extensão ao longo do cais e também para “dentro” da cidade, no qual você pode passar o dia inteiro (na verdade, mais de um dia!) vendo grandes monumentos da história de Guayaquil, alguns museus como o badalado MAAC e o Museu Naval.
O Malecón se estende por uma área de 2,5 quilometros de extensão ao longo do cais e também para “dentro” da cidade, no qual você pode passar o dia inteiro (na verdade, mais de um dia!) vendo grandes monumentos da história de Guayaquil, alguns museus como o badalado MAAC e o Museu Naval.
As surpresas continuam: são
dezenas de jardins, fontes e monumentos diversos dividindo espaço com galerias
de arte, cibercafés, dezenas de simpáticas lojas e muitos espaços gastronômicos
com restaurantes, bares e lojas de produtos enogastronômicos: prove a típica chicha de mandioca fermentada, ou uma naranjilla, um delicioso
suco de frutas cítricas. Uma beleza!
E, é claro, como Guayaquil é uma cidade globalizada, as cartas de vinhos
incluem rótulos internacionais, além dos
moscatéis Castell Real e dos Mesón branco e tinto produzidos localmente. O
Equador já teve mais de 60.000 hectares plantados no século XVI, introduzidos
pelos espanhóis, mas atualmente a vitivinicultura tem cerca de 200 hectares de
vinhedos nas montanhas do interior (nos vales de Patate, na província de
Tungurahua e Yaruqui, perto de Quito) e outros 50 hectares na província de
Manabi, na costa.
Jardins do Malecón
Os vinhos equatorianos são
feitos com as variedades locais Nacional Branca e Nacional Negra, com as cepas
crioulas Isabella, Niágara e Concord e com algumas variedades européias como Barbera, Cabernet, Merlot,
Moscatel, Povorella e Sangiovese. Provei um Chardonnay cortado
com Viognier da Chaupi Estancia Winery, plantado a 2.400 metros do nivel do
mar, com frutos do mar num restaurante do Malecón. Aliás, por falar em gastronomia,
experimente pratos com sabor equatoriano “de exportação” como o lombo bovino assado
com traços de rapadura e canela andina, ceviche à moda equatoriana e bombom à
base de quinua.
No Malecón você pode fazer passeios noturnos e diurnos de barco pela
orla do rio Guayas – quem sabe jantando a bordo para degustar um bom moscatel
Castell Real? E para completar o dia lá está o primeiro cinema IMAX da America
Latina e o início de animadas baladas - no Malecón e na cidade. A fina flor da
elite do Equador já comprou ou está comprando apartamentos de luxo no Malecón, o que garante
também a boa oferta de serviços de qualidade na região. Um brinde ao Malecón.
(*) Rogério Ruschel é
jornalista e consultor especializado em sustentabilidade e esteve no Equador a
convite do Ministério do Turismo daquele país.
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