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sábado, 8 de dezembro de 2018

Bueno Wines lança em Nova Iorque o Merlot Anima, o primeiro vinho brasileiro Gran Reserva, que desmente Michel Roland e confirma Fernando Pessoa.




Por Rogerio Ruschel, texto; fotos da Bueno Wine
Meu prezado leitor ou leitora, é preciso reconhecer que Galvão Bueno é um camarada corajoso. E bota corajoso nisso: sabe qual o grau de confiança que um produtor precisaria ter para apresentar seu novo vinho para os tres mais conhecidos, mais exigentes e mais temidos chefs do mundo? Pois é, no mínimo 1.000% de confiança no produto, porque se tiver menos do que isso pode perder o sono para o resto da vida e jogar fora anos de investimento e dedicação. 
Pois é, o cara é corajoso mesmo. Galvão Bueno e seu sócio, o milagroso enólogo italiano Roberto Cipresso, apresentaram o Anima, um Merlot Gran Reserva produzido em regime de sigilo absoluto durante quase cinco anos no terroir da Campanha Gaúcha, aos chefs Massimo Bottura, Joan Roca e Mauro Colagreco (os rapazes da foto abaixo) em um jantar exclusivissimo em Nova Iorque, dia 5 de dezembro. E sabe quem são estes três caras que degustaram, testaram e gostaram do Anima? Apenas os chefs Top números 1, 2 e 3 do Guia Michelin – aquele guia que constrói a fama (o equivalente a ganhar na mega-sena) ou destrói carreiras na área da enogastronomia a partir de uma pequena falha de concepção ou execução de um vinho ou uma receita.  

Pois eu entro nesta história desse jeito: ontem de manhã Galvão Bueno cumpriu a promessa que me havia feito em agosto de 2017 e me enviou uma garrafa desta raridade vinícola brasileira. Como na véspera eu tinha realizado um bem sucedido evento de lançamento de um livro de minha editora – um livro de padrão global sobre “O valor do mar”, com autores do Brasil e do exterior e mapas e fotos de alta qualidade – a chegada do Anima me pareceu uma mensagem quase divina de que coisas boas, feitas com coração, atraem coisas ótimas que também vêm do coração. Então, meu caro leitor ou leitora, minha Anima está em alto estado de elevação pelo belo e pelo delicioso.
Você e eu sabemos que o mundo do vinho é assim mesmo: grandes sonhos, grandes apostas, grandes riscos – e se tudo der certo – grandes resultados! Galvão Bueno confessa que ele é assim mesmo: “Trabalho motivado por paixões, por emoções, mas também por provocações”. Ou seja, encarando os riscos. Galvão tinha me dito mais de uma vez que queria comprovar a verdade de uma frase do enólogo frances Michel Roland que dizia que o problema do vinho brasileiro não é a qualidade, e sim, o preconceito. Pois o empresário, mesmo com a agenda de narrador esportivo na maior rede de televisão da America do Sul, encontrou tempo para criar o Anima por uma única razão: este é o assunto mais importante da vida dele, neste momento.

O novo merlot ganhou um nome que em latim significa alma e que representa o que Galvão e Cipresso acreditam ter conseguido colocar dentro da garrafa. Mais do que isso, o nome é uma homenagem à uva Merlot, a que, segundo eles, a que melhor representa a alma dos vinhos da Campanha gaúcha. Mas é justo informar que tem muito trabalho e investimento por trás desta coragem do Galvão. Para poder ser “um vinho da vitivinicultura de ponta no Brasil”, o Anima Gran Reserva foi tratado como um filho especial desde pequeninho – apesar de ser o 12o. rótulo da empresa. Para ele nascer e crescer forte e saudável, a Bueno Wines trouxe para o Brasil a tecnologia “tessuto non tessuto”, uma cobertura têxtil que deixa passar água e a evaporação, mas reflete o sol em um vinhedo e construiu uma central meteorológica própria, completa, exclusiva, única do Brasil. 

Se nasceu forte e saudável, o novo Anima Merlot Gran Reserva vai ser distribuído em berço esplêndido: a nova estrutura comercial própria, altamente seletiva, que a BW vem montando a partir da chegada de um novo sócio, Dougjas Delamar, em 2018. E também vai se beneficiar com a dedicação full-time da nova CEO, Leticia Galvão Bueno, filha e gestora dos negócios de Galvão, que está promovendo a revoilução. Galvão é o chairman e participa das principas decisões da empresa, especialmente as relacionadas aos produtos. Esta é a parte boa do negócio, aquela que Galvão Bueno realmente aprecia e à qual agora já pode se dedicar integralmente: os produtos. E ele fez algo realmkente bom. O Anima Merlot Gran Reserva é o primeiro vinho brasileiro denominado como Gran Reserva. É brilhante, de coloração rubi profundo, tem aroma de frutas negras maduras com cassis, baunilha e senti também tabaco e chocolate. É muito estruturado e permanece na boca de maneira aromática e persistente. Enfim, é o que se esperaria de um Merlot Gran Reserva de classe global. 

Galvão está tão animado com o Anima Marlot Gran Reserva que desenvolveu um rótulo com mensagem em realidade ampliada, que você lê com um app do seu telemóvel para assistir um video com uma mensagem animadissima dele. Como se diz no meu Rio Grande do Sul (onde Galvão usa alpargatas prá se sentir mais próximo da terra e das uvas) Galvão Bueno está mais feliz com o novo vinho que guri de bombacha nova! Ou, como estou em época de prestigiar o mar e os rios no meu livro novo, ele está tão feliz como lambari de sanga!

O Anima está à venda em Nova Iorque e no Brasil – mas aqui só no site da Bueno Wines e em regime de vendas antecipadas, por R$ 529, 90 a garrafa. Achou caro para um vinho brasileiro? Desminta Michel Roland - mostre que o brasileiro não tem preconceito com vinhos brasileiros - e confirme Fernando Pessoa, mostre que tudo vale a pena quando a alma não é pequena...

Saiba porque Galvão Bueno é apaixonado por vinhos: http://www.invinoviajas.com/2017/08/a-vindima-magica-de-galvao-bueno/
Veja como Leticia Galvão Bueno está dirigindo a Bueno Wines: http://www.invinoviajas.com/2018/11/leticia-galvao-bueno/
Conheça Roberto Cipresso, o enólogo da Buenjoi Wines: http://www.invinoviajas.com/2015/11/conheca-roberto-cipresso-o-criador-dos/

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Leticia Galvão Bueno, CEO da Bueno Wines, revela como está transformando um sonho do pai em um grande negócio empresarial

Por Rogerio Ruschel
Entrevista exclusiva. Minha estimada leitora ou leitor, muito se tem falado sobre o crescente protagonismo das mulheres no mundo dos vinhos, e hoje você vai conhecer um belo exemplo disso. Vai conhecer a história de Leticia Galvão Bueno - a moça sorridente da foto acima - que há tres anos assumiu o lugar do pai Galvão Bueno como CEO da Bueno Wines, no momento em que a empresa familiar decide se transformar em uma empresa de alto perfil e padrão internacional. E vai conhecer os primeiros resultados, tanto no processo produtivo quanto na distribuição e comercialização.
Formada em jornalismo e única filha mulher de Galvão, Leticia é responsável pela comunicação e pela gestão da carreira de negócios do pai há mais de 20 anos. Entre 2006 e 2010 dirigiu a We, agência de comunicação da Stock Car, responsável pela criação da plataforma digital e pelas ações promocionais da categoria no Brasil. Em 2010 fundou a The Aubergine Panda, uma agência digital de comunicação (muito bem sucedida, por sinal) e em paralelo, foi diretora de marketing da Bueno Wines. Até que em 2015 assumiu a cadeira principal.
 “Em seis meses vamos lançar nosso próprio vinho.”
Leticia relembra a história da Bueno Wines (BW) de seu ponto de vista. Em março de 2009 Galvão entrou na sua sala colocou duas garrafas de vinho de prova em cima da mesa e anunciou: “Em seis meses vamos lançar nosso próprio vinho.” Com a ajuda de Darci e Adriano Miolo e do enólogo Michel Rolland, Galvão havia decidido transformar seu sonho de em realidade. E o trabalho de Leticia súbitamente se tornou um desafio complexo, porque teria poucos meses para aprender sobre vinhos, planejar, criar e lançar uma marca de vinho ligado a uma personalidade pública. Assim, neste clima de correria foram lançados em 2009 o Bueno Paralelo 31, um corte bordalês que o Galvão sonhava, e o espumante Bueno Cuvée Prestige, em 2010 (foto abaixo).
O mercado gostou. Galvão também. Tanto que comprou sua área de vinhedo em Candiota – RS e começou a fazer vinhos com a ajuda da Miolo - e a partir de 2011 em parceria com o enólogo italiano Roberto Cipresso. O tal “sonho do Galvão” foi evoluindo de uma “brincadeira do Galvão Bueno para seus amigos famosos”como se dizia na época, para uma atividade que obrigou Leticia a se dedicar cada vez mais aos vinhos e cada vez menos a sua agência digital de comunicação.

”Vamos garantir a qualidade, o resto depois a gente resolve.” 
Então em 2015 a coisa piorou – ou melhorou, para quem gosta de desafios: os acionistas  decidiram transformar a Bueno Wines em uma empresa competitiva em termos globais. Tudo teria que ser feito, ou refeito, intensificado ou iniciado. Leticia recorda: ”Galvão disse “quero ter o melhor vinhedo do Brasil”, e como isso na vitivinicultura significa também ter vinhos premium, tivemos que tomar uma série de iniciativas, algumas muito mais emocionais do que racionais. A estratégia decidida era - e continua a ser até hoje - vamos garantir a qualidade, o resto depois a gente resolve.”
Entre as ações realizadas na Bellavista Estate (foto acima), na campanha gaúcha (foto abaixo), Leticia recorda “a adoção da tecnologia “tessuto non tessuto”, uma cobertura que deixa passar água, evaporar, mas reflete o sol, pioneira na vitivinicultura brasileira (veja em In Vino Viajas); a implantação de uma central meteorológica própria, completa, única do Brasil; um programa detalhado de acompanhamento e análise de 18 etapas do processo produtivo. No fronte de batalha de São Paulo vem sendo montada uma estrutura própria de distribuição, até então feita pela Miolo; a busca de mercados de valor com a exportação; a revisão da identidade da marca no portfólio de produtos e o lançamento de novos produtos como recentemente o azeite AZ 0.2. (Vem ai, segundo soube, um Merlot de alta qualidade, um Desirée branco e um rosé tranquilo, “com design da Provence”.) Galvão é o chairman e pazrticipoa das decisões da empresa, especialmente as relacionadas aos produtos – afinal, é o dono do sonho inicial.
Nesta reorganizacão, desde janeiro de 2018 a BW tem um novo diretor comercial, Douglas Delamar, também sócio, que vem trabalhando na distribuição e exportação. Atualmente a Bueno Wines produz cerca de 300.000 garrafas por ano, 95% do Brasil e 5% da Toscana e já é a segunda maior exportadora do Brasil. As vendas vão muito bem, crescendo cerca de 30% ao ano.  As metas estão sendo alcançadas e ultrapassadas trimestralmente, o que indica que a estratégia parece estar dando certo na parte mais importante: os produtos.

Produtos falando inglês e mandarim
Hoje a BW tem 11 rótulos vendidos no Brasil, entre os quais alguns campeões como o Bellavista Estate Pinot Noir (o melhor da casta na 7a. edição da Grande Prova de Vinhos do Brasil), o Bueno Paralelo 31, que coleciona medalhas de ouro no Brasil e exterior, e o espumante Cuvée Prestige D.O. medalha de ouro pela IWSC de Londres. A coleção de prêmios tem aumentado, mas para a CEO, a principal tarefa agora é o posicionamento. “Estamos trabalhando para substituir a imagem que existia de que o Galvão faz vinhos chics e porisso os vinhos do Galvão são bons, por outra, de que a Bueno Wines faz vinhos de alta qualidade.” diz. Leticia busca posicionar a empresa como ela a vê daqui a cinco anos: uma adega boutique produzindo 500 mil garrafas de vinhos de alta qualidade, por ano: “A mais importante do Brasil”, resume.
Posicionamento é mesmo a tarefa do momento. Leticia me recebeu em uma mesa coberta por planilhas de vendas e lay-outs que me pareceram, assim de soslaio, sobras de uma reunião com a agência de propaganda (na foto de abertura ela já tinha limpado a mesa…). E confirmou: depois de um ano de estudos e reflexão, neste momento a BW está começando a produzir os materiais que vão reforçar a marca institucional, no Brasil e no exterior. Delamar, o diretor comercial, me deu um folheto muito elegante, com a linha de produtos de exportação, com um detalhe interessante: está impresso em mandarim! O volume da exportação ainda é pouco mas é estratégico, diz Leticia. E complementa: “Escolhemos canais de distribuição adequados a produtos de maior qualidade – por exemplo, não estaremos em supermercados convencionais. A Bueno Wines vai começar a ser mais visivel para os clientes.” Como Leticia é ao mesmo tempo o cliente e a agência, a chance de dar certo é alta se ela for exigente com ela mesma.
Perguntas clássicas, respostas objetivas
Fiz as clássicas perguntas que se costuma fazer a uma mulher de sucesso (e que as minhas leitoras certamente esperam). Letícia tem respostas objetivas: Sente preconceito? “Não, como cresci com irmãos e sempre trabalhei e convivi em um ambiente masculino, o das corridas de automóveis, posso até sofrer preconceito mas não percebo.” Planeja algum tipo de produto com foco no público feminino? “Não, mulheres apreciam o mesmo que os homens em um vinho e devem ser tratadas como apreciadores da qualidade.” Mulheres tem mais sensibilidade para aromas? “Sim, ainda bem, e são mais exigentes, ainda bem”.
Os negócios da BW são múltiplos: na Itália, na serra e na campanha gaúchas e em São Paulo, sede da empresa. Ela ainda apoia atividades filantrópicas e participa de eventos como formadora (foto abaixo) Como faz para cuidar de tudo isso? “Com ajuda. Temos engenheiros, enólogos, gestores nas áreas-chave, vendedores, um sócio que cuida disso.” (Parte da equipe de campo está na foto abaixo). Adora comunicação e detesta planilhas financeiras, mas faz o que precisa ser feito.
Mãe da Vitoria, 22 e do Nicolas, 12 anos, Letícia tem conseguido equilibrar a vida profissional com a familiar. O que não é fácil, porque além da BW, e de outras atividades relacionadas a Galvão Bueno, ela continua atuante na Aubergine Panda, tocada com a ajuda de seu marido Daniel Trenche. Mas está conseguindo se superar, como outras mulheres vem fazendo na indústria. A Baronesa Philippine Rothschild teve que deixar suas atividades culturais em Paris para assumir a Mouton Rothschild, mas manteve sua “vida dupla”, levando a arte para os rótulos dos vinhos. Laura Catena, a 4a. geração da Catena Zapata, é médica, CEO da Bodega Catena Zapata, do Instituto mantido pela empresa e de sua própria adega, a Luca Winery em Mendoza, mas ainda continua sendo médica, de maneira voluntária.
Leticia faz parte deste grupo de mulheres que arranja tempo, arrisca o pescoço, não abre mão de conviver em família, tem amigos e faz seu próprio caminho. Gente que se dedica e leva fé. E por falar em fé: Leticia é devota de Nossa Senhora da Vitória. E creio que isso também vai ajudá-la a cumprir a promessa feita ao pai há alguns anos atrás: ”Vamos garantir a qualidade, o resto depois a gente resolve.” Acompanho esta empresa e posso garantir: sim, ela está resolvendo. Brindo a isso - tim-tim!
Saiba mais sobre os vinhos da Bueno Wines aqui: http://www.invinoviajas.com/2017/08/a-vindima-magica-de-galvao-bueno/
Conheça Roberto Cipresso, o enólogo e sócio da Bueno Wines aqui: http://www.invinoviajas.com/2015/11/conheca-roberto-cipresso-o-criador-dos/

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

As belezas de Santorini, Grécia, seus deliciosos frutos do mar e os curiosos vinhedos circulares da uva Assyrtiko

Por Liana John, edição de Rogerio Ruschel
Estimado leitor ou leitora, estamos com muita sorte: a talentosa jornalista Liana John esteve na Grécia e com grande gentileza brinda os leitores de “In Vino Viajas” com um delicioso relato sobre a paisagem, a cultura, os vilarejos, o povo, a gastronomia e os vinhos de Santorini. Nas fotos acima e abaixo, imagens surpreendentes dos vinhedos aos pés do Monte do Profeta, mas na matéria tem muitas outras. Com a palavra Liana John.

“Se for à Grécia, ponha os pés – e os olhos – na ilha de Santorini. Reserve uma mesa voltada para o lindíssimo pôr-do-sol na vila de Oia e prove o vinho branco local, devidamente acompanhado por polvo grelhado.
A bela paisagem de Santorini inclui punhados de casinhas brancas agarradas às bordas da cratera de um imenso vulcão – ainda ativo e fumegante – inundado pelas águas azuis do Mar Egeu. Onde não há casas e hotéis (como o da foto abaixo) estão os vinhedos, quase invisíveis aos leigos e distraídos. 
Ali se plantam vinhas de uva Assyrtiko, variedade local cultivada há séculos, com uma condução desconhecida em outras localidades: a base de cada parreira é enrolada em círculo, semelhante a um ninho (foto abaixo), de onde as ramas saem quase rentes ao chão. As justificativas para esse formato incluem a proteção contra os ventos constantes, a manutenção do calor no outono e inverno e o aproveitamento dos nutrientes do solo vulcânico, sobre o qual vingam muito poucas espécies nativas de plantas.
Devido a esta particularidade, de início é difícil reconhecer os vinhedos, quando se passeia pelos 76 km2 da ilha principal, onde vivem cerca de 15.500 habitantes. Só quando aprendemos o que procurar é que eles se mostram onipresentes, tanto em pequenos lotes urbanos (mais parecidos com terrenos baldios) como ao lado de algumas das 600 capelinhas de teto abobadado azul. Ou ainda nas encostas íngremes das montanhas do interior, com destaque para o Monte do Profeta Elias, onde fica o monastério de mesmo nome. Cercado pelos vinhedos dos monges, claro. 
Em um dos penhascos, com vista deslumbrante para o mar, fica a vinícola Santo Wines, uma união das cooperativas vinícolas do arquipélago, que reúne 1.200 produtores. Ali se fabrica nosso grego preferido: o Santorini Assyrtiko Grande Reserve, um branco seco diferenciado, no qual os aromas de frutas secas mediterrânicas se combinam aos minerais vulcânicos captados por vinhas centenárias e um toque de carvalho dos 12 meses de “envelhecimento” em barris franceses. Ali também se oferece um cardápio degustação e se pode comprar azeitonas e azeites gregos, além dos vinhos. Eles têm tintos, espumantes e vinhos doces (Vinsanto, abaixo), claro, mas as estrelas são os brancos.
O Grande Reserve pede frutos do mar de qualidade e nossa opção foi um polvo grelhado e fatiado, impecável, consumido à luz do famoso pôr-do-sol (abaixo) da vila de Oia (pronuncia-se “ia”). Cauda de lagosta, lagostins, camarões, ostras e mariscos também devem ficar perfeitos, se preparados à base de vapor, calor (da grelha) e ervas ou consumidos só com um limãozinho (no caso das ostras). Tudo pelo máximo sabor original, que tal vinho pede (e merece).
Antes ou depois da degustação, vale uma caminhada descompromissada pelas ruas de Oia, repletas de lojas de artesanatos e joias, com visadas e ângulos preenchidos pelo branco das construções, de uma arquitetura muito particular. Não faltam antigos moinhos de vento (abaixo) – de onde antes se obtinha energia – nem afrescos, cruzes e motivos cristãos ortodoxos, pontilhando o branco das paredes e tetos. Muitas casas e boa parte dos 70 mil leitos de hotel disponíveis em toda a ilha são trogloditas, isto é, cavados na rocha vulcânica.
A capital da ilha, Thira (pronuncia-se Fira), igualmente repleta de casinhas brancas à beira de precipícios, com certeza merece um dia de visita. O pequeno e muito bem organizado Museu Prehistórico é obrigatório: ali estão peças e afrescos (encantadores), recuperados da cidade portuária de Akrotiri, localizada no extremo sul da ilha. As escavações também podem ser visitadas, na ida ou na volta da Praia Vermelha (Red Beach), para quem gosta de águas frias, porém absurdamente transparentes. Na foto abaixo, exemplo de mosaico do Monasterio do Profeta Elias 
A antiga Akrotiri foi inteiramente soterrada por cinzas da erupção vulcânica ocorrida por volta do ano 1.650 antes de Cristo (sim, há uns 3.660 anos). Como em Pompeia, móveis e objetos de decoração permaneceram preservados sob as cinzas, revelando o incrível desenvolvimento da civilização minoica. Só não há pessoas, como na cidade italiana ao sopé do Vesúvio, cuja explosão aconteceu bem depois, no ano 79. Há sinais de que a população fugiu às pressas, levando seus tesouros e joias em ouro e bronze, provavelmente para morrer no mar, devido ao violento derrame de material piroclástico e consequente tsunami. A catástrofe provocada pelo vulcão de Santorini é estimada pelos especialistas como a pior dos últimos 10 mil anos! Na foto abaixo a ilha de Terasia, a outra ilha habitada do aequipélago de Santorini.

É possível passar por Santorini e só ter olhos para suas atrações, dos simpáticos burrinhos que carregam turistas morro acima aos incontáveis degraus das ruelas cheias de charme. É possível ignorar o vulcão ou as transformações por ele impostas à população habitante das encostas. Basta pegar um dos 500 cruzeiros marítimos e seguir a multidão de 750.000 turistas que anualmente ali desembarcam para um atribulado dia, no fim da primavera, durante todo o verão ou no início do outono. No total, contando também quem vai de avião e balsa, a pequena Santorini recebe 2,5 milhões de turistas por ano!
Para fugir aos congestionamentos de visitantes, no entanto, o melhor é ir um pouco antes ou logo depois da temporada de cruzeiros. Assim, dá para evitar filas e sentar num dos numerosos restaurantes voltados para a caldeira do vulcão, cercada do profundo azul do mar. Em voz moderada, pode-se pedir um pescado e degustar longamente outro vinho branco da mesma vinícola Santo Wines: o Santorini Nykteri Reserve, com 75% de uvas Assyrtiko, 15% Athiri, 10% Aidani.
Com um toque cítrico e grande personalidade, ele combina bem com aquela paisagem vertiginosa, em camadas de rochas vermelhas, pretas e cor de areia, pontilhadas de pedras-pomes, demarcando a catástrofe do passado. Então se entra em contato direto com Kronos, o deus grego do tempo, o mais jovem dos titãs, filho de Urano (Céu) e Gaia (Terra) e pai de Zeus, o imortal supremo do Olimpo. Dá até para imergir na mitologia e perder a noção das horas...”
Conheça o trabalho de Liana John (na foto acima, em Thira) aqui: http://conexaoplaneta.com.br/blog/category/bioconecta/ ou aqui: http://www.camirim.com.br/

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Tudo sobre o Dia Mundial do Enoturismo no Brasil de 9 a 13 de novembro; aproveite para passear, comer, beber, contemplar e aprender sobre a cultura do vinho




Estimado leitor ou leitora, vamos compartilhar o interesse pela envolvente cultura do vinho com a celebração do Dia Mundial do Enoturismo. Como informa o Ibravin, “a festividade ocorre no segundo domingo de novembro, quando se comemorava apenas o Dia Europeu do Enoturismo, ação alusiva que incentivou produtores de outros continentes a aderirem a causa mundial. Nesta primeira edição, além do Brasil, países como Itália, França, Portugal, Espanha, Uruguai, Argentina e Chile também promovem atividades. A iniciativa é realizada pela Rede Europeia de Cidades do Vinho (Recevin) e foi introduzida no Brasil pela Associação Internacional de Enoturismo (Aenotur). A programação nacional contou com o estímulo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).

Para a estreia, empreendimentos da Serra e da Campanha Gaúcha e do Roteiro de São Roque, em São Paulo, se organizaram de forma individual e/ou através de apoio público e de entidades representativas. Neste ano, 17 ações nacionais em alusão a data serão promovidas de 9 a 13 de novembro. Na programação estão desde curso de cortes de carnes com almoço harmonizado, venda de vinho a preço de custo, exposição de arte em meio aos vinhedos, passeio de trator, degustações temáticas, exibição de filme em vinícola, sunset (festa realizada no vespertino) e até seminário de enoturismo. Para realizar atividades em homenagem ao Dia Mundial do Enoturismo, todo empreendimento que estiver inserido em roteiro pode promover ações em prol da iniciativa.

“O Ibravin estimula o setor para que vinícolas, hotéis, restaurantes e lojas localizados em roteiros enoturísticos comemorem e desenvolvam atividades específicas para a data. A participação brasileira no Dia Mundial do Enoturismo faz com que a gente se conecte a países tradicionais no turismo do vinho, mostrando que o Brasil também oferece boas opções enoturísticas e está inserido no mapa mundial da atividade”, explica Diego Bertolini, gerente de Promoção do Ibravin.

Confira abaixo algumas atividades realizadas nos municípios gaúchos de Bento Gonçalves, Garibaldi, Farroupilha, Flores da Cunha e Santana do Livramento e na cidade paulista de São Roque, em alusão ao Dia Mundial do Enoturismo, celebrado, neste ano, no próximo domingo (12). A programação está sujeita as alterações. Consulte os empreendimentos em caso de chuva.”   
   
BENTO GONÇALVES (RS)

Degustação de produtos ícones nos vinhedos
Onde: Vinícola Casa Valduga
Quando: dias 9 e 10, às 15h, e dia 11, às 14h
Valor: R$ 120 por pessoa
Descrição: Visitação na vinícola e degustação inédita em meio aos vinhedos de vinhos e espumantes ícones da marca (130 Blanc de Blancs, 130 Blanc de Noir, 130 Rosé, Gran Chardonnay D.O., Gran Raízes, Storia). O valor inclui uma taça de cristal. Máximo de 12 pessoas por grupo.
Reservas:
É necessário agendamento prévio pelo (54) 2105.3122  ou cursos@casavalduga.com.br

Passeio de trator pelos vinhedos
Onde: Vinícola Dom Cândido
Quando:
dia 10, às 10h, às 14h e às 16h
Valor:
R$ 70 por pessoa
Descrição:
Passeio de trator
até os parreiras, na companhia de um dos proprietários da vinícola. Serão apresentados os espaços da propriedade e a história familiar, com parada para apreciar a paisagem, com espumante e tábua de frios. No retorno, haverá uma degustação de seis rótulos de vinhos e espumantes na loja do empreendimento. O participante será presenteado com uma taça personalizada. A duração aproximada é de uma hora. Máximo de 10 pessoas por grupo.
Reservas: É necessário agendamento prévio pelo (54) 2521.3500, (54) 9.9976.8840 ou pelo
varejo@domcandido.com.br

Passeio terroir
Onde: Vinícola Cainelli
Quando: dias 10 e 11, das 9h30min às 11h e das 13h30min às 17h
Valor: R$ 50 por pessoa
Descrição
: Passeio a bordo do Winetuc, onde o visitante aprenderá sobre o que é terroir em meio aos vinhedos, conhecendo o solo e o clima local através do contato direto com nosso viticultor. No retorno, haverá uma visita ao museu centenário da vinícola para conhecer a história da família, seguida de degustação no deck com os vinhos que representam o terroir local. O passeio tem duração aproximada de 90 minutos.
Reservas:
É necessário agendamento prévio pelo (54) 3458.1441, (54) 9.9642.6245 ou pelo contato@vinicolacainelli.com.br

Visita ao museu e degustação
Onde:
Vinícola Cainelli
Quando: 11, das 9h30min às 11h e das 13h30min às 17h
Valor: gratuito
Descrição: em comemoração ao Dia Mundial do Enoturismo, a vinícola oferecerá a experiência de forma gratuita aos visitantes. Nesta opção, além de visitar o museu centenário da vinícola para conhecer a história da família, são degustados três rótulos entre oito variedades diferentes de vinhos e espumantes.
Reservas:
É necessário agendamento prévio pelo (54) 3458.1441, (54) 9.9642.6245 ou pelo contato@vinicolacainelli.com.br

Secreto de Los Asados       
Onde: Vinícola Lovara           
Quando: dia 10, das 10h às 14h       
Valor: R$ 200 por pessoa ou R$ 380 por casal        
Descrição: a vinícola promoverá um curso sobre a culinária dos pampas em meio ao vinhedos, seguido de almoço preparado em fogo de chão, harmonizado com vinhos e espumantes. Mais do que a história do churrasco e do povo gaúcho, o chef parrillero Demétrios Richter da Silva ensinará sobre qualidade da carne, mercado nacional e internacional, seleção genética dos animais, parrilla, fogo, cortes argentinos e uruguaios, ponto de cocção, desossa e sete tipos de cortes.                
Reservas:
É necessário agendamento prévio pelo (54) 2102.9005 ou eventos@lovara.com.br

Degustação Raridades       
Onde: Lidio Carraro Vinícola Boutique        
Quando: dias 10 e 11, às 9h 
Valor: R$ 120 por pessoa      
Descrição: Degustação de 12 produtos: seis das linhas Premium, três das Top Premium e três rótulos “Raridades”.  
Reservas: A
gendamento prévio até o dia 9, pelo (54) 2105.2555 ou pelo (54) 9.9600.8740

Exposição de arte
Onde:
Vinícola Miolo
Quando:
dia 11, das 11h às 17h
Valor:
entrada franca
Descrição:
exposição de fotografias e pinturas (aquarela) enológicas em meio aos jardins e vinhedos da vinícola.
Não é necessário fazer reserva.

Vinhos gaúchos a preço de custo
Onde: Restaurante GURI – Cozinha de Origem
Quando: dia 11, das 12h às 15h
Valor: entrada franca (apenas consumação)
Descrição: os clientes que optarem pelos pratos à la carte ou pelo Menu de Origem pagam preço de custo nos vinhos gaúchos ou levando rótulos brasileiros de casa não pagam a rolha.
Reservas: Agendamento pelo
(54) 3459.1084 ou pelo (51) 9.9525.0303

GARIBALDI (RS)

Dia Mundial do Enoturismo em Garibaldi         
Onde
: Vinícola Peterlongo    
Quando: dia 11, das 15h às 20h       
Valor: entrada franca
Descrição: vinhos, food trucks, shows e carros antigos estarão reunidos nos jardins da vinícola para celebrar o Dia Mundial do Enoturismo. O evento organizado pela Secretaria Municipal de Turismo e Cultura e pela Rota dos Espumantes brindará a data com o símbolo da cidade: o espumante. Serão vendidos os produtos das vinícolas Casa Pedrucci, Domno, Garibaldi, Peterlongo e Santa Bárbara. Haverá shows com os garibaldenses Eduardo Segabinazzi (15h), Lela Rosanelli (16h) e banda Mad Mary (17h). Em caso de mau tempo, o evento ocorrerá no interior da vinícola.       
Não é necessário fazer reserva.

Wine Movie
Onde:
Vinícola Peterlongo
Quando: dia 10, das 19h às 23h
Valor: antecipado, R$ 40. No local (sujeito à disponibilidade), R$ 50
Pontos de venda: varejo da Vinícola Peterlongo ou pelo site sympla.com.br
Descrição: Exibição do filme “Todos os caminhos levam a Roma”, nos jardins da vinícola (em caso de chuva, é realizado na parte interna). O ingresso inclui uma pipoca, uma taça personalizada e uma dose de vinho ou espumante. Haverá venda de produtos da marca e food truck.

10º Garibaldi Vintage        
Onde:
Centro Histórico de Garibaldi
Quando: dia 9, a partir das 19h        
Valor: entrada franca
Descrição: O evento possui a temática das décadas de 1920 a 1960 e encanta turistas e moradores. Ao longo da Rua Buarque de Macedo, o público pode encontrar gastronomia, espumantes e shows. A presença de diversos carros antigos e a caracterização de parte do público, lembrando o período homenageado, também são destaques.           

FLORES DA CUNHA (RS)

Spuntino in giardino
Onde:
Vinícola Casa Gazzaro
Quando:
dia 11, das 10h às 18h
Valor: R$ 30 a R$ 60 (inclui um rótulo e brusquetas)
Descrição: Com os dias quentes, cresce a vontade de desfrutar de atividades ar livre, que envolvam a natureza. Para aproveitar esse momento, a vinícola oferecerá na compra de um vinho ou espumante, seis brusquetas para serem saboreadas nos jardins da vinícola.
Reserva: agendamentos pelo (54) 3292.4455 ou (54) 9.9947.3145

Faça degustação e ganhe uma taça
Onde:
Vinícola Viapiana
Quando: dia 11, das 10h às 15h
Valor: R$ 25 (revertidos em compras no varejo da vinícola)
Descrição: em comemoração à data, o visitante que realizar o tour pela vinícola e fizer a degustação tradicional com cinco rótulos, ganha uma taça colorida.
Não é necessário fazer reserva.

Degustação às cegas
Onde:
Vinícola Panizzon
Quando: dia 10 (das 9h30min às 12h e das 13h às 17h), dia 11 (das 9h30min às 15h, sem fechar ao meio-dia), e dia 12 (das 9h às 11h45min e das 13h30min às 17h30min)
Valor:
gratuito
Descrição:
degustação às cegas de quatro vinhos para identificar a variedade de cada rótulo.
Não é necessário fazer reserva.

FARROUPILHA (RS)
Tasting Day
Onde: Vinícola Casa Perini
Quando: dia 10, das 16h às 22h
Valor: R$ 190 por pessoa
Pontos de venda: ingressos antecipados devem ser adquiridos no Empório Casa Perini em Farroupilha, no site
ticketmais.com.br, nas lojas Gang de Caxias do Sul e de Porto Alegre, na Academia Prime Fitness ou nas lojas Boarstore (Farroupilha) e Guria Guria (Bento Gonçalves)
Descrição: Sunset enogastronômico open bar e food nos jardins da vinícola. Mais de 30 rótulos de vinhos e espumantes, drinks e ilhas gastronômicas.

SANTANA DO LIVRAMENTO (RS)       

Seminário Binacional de Enoturismo     
Onde:
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul Riograndense (IFSul)       
Quando: dia 13, das 13h às 18h       
Valor: entrada franca            
Descrição: o evento aberto ao público busca estimular o incremento dos negócios vitivinícolas por meio do turismo e apostar no enoturismo como foco de experiências para os turistas nacionais e internacionais. A ideia é que as vinícolas explorem o turismo através de outras atividades, além da produção de vinhos e espumantes, com roteiros de charme, hotéis boutique e gastronomia, valorizando produtos regionais. A iniciativa é do Sebrae/RS, em parceria com o Senac, Ibravin e Festival Binacional de Enogastronomia.
Reservas: agendamentos até o dia 12, pelo (55) 3412.4694 ou pelo monicag@sebraers.com.br

SÃO ROQUE (SP)

Ganhe uma garrafa de vinho
Onde: Restaurantes Português e Italiano da Vila Don Patto
Quando: dias 10 e 11, das 11h30min às 17h30min
Valor: entrada franca (apenas consumação)
Descrição: as primeiras 10 mesas que chegarem em cada um dos restaurantes Português e Italiano da Vila Don Patto, em cada dia da ação, serão presentadas com uma garrafa de vinho.
Reservas: agendamento pelo (11) 4711.3001 ou pelo (11) 9.8804.6035