Por
Rogerio Ruschel, especial do Cinturão de Órion
Estimado leitor ou leitora, se você está
pensando em passar o próximo fim de semana em Marte, leve um bom estoque de
vinho tinto. Explico porque; eu não, cientistas da Universidade de Harvard. À
medida em que cresce a possibilidade de os humanos chegarem a Marte, há uma
preocupação sobre como sobreviver lá depois de nove meses de viagem a
velocidades alucinantes, em ambiente sem gravidade. Então muitas organizações
de pesquisa estão trabalhando nisso – e uma delas demonstrou que o resveratrol,
um composto que é encontrado na pele de uvas, no vinho tinto e em mirtilos, poderá
ser um grande aliado.
A pesquisa realizada por cientistas da
Universidade de Harvard (EUA) foi financiada pela agência espacial da NASA e
publicadas este mês na revista Frontiers in Physiology. O que ocorre é que em
viagens longas em ambientes sem gravidade, músculos e ossos enfraquecem, e depois
de apenas três semanas no espaço, o sóleo, um músculo localizado na parte de
trás das pernas, abaixo dos gêmeos, encolhe um terço. E isso é acompanhado por
uma perda de fibras musculares que são necessárias para a resistência, o que
dificulta muito as pessoas conseguirem ficar de pé.
Os pesquisadores já sabiam que o resveratrol,
presente especialmente na casca das uvas tintas, tem sido amplamente
investigado por seus efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e
antidiabéticos, e que seus compostos ajudam a preservar a massa e força
muscular. Então resolveram ampliar as pesquisas, e experimentos feitos em
camundongos submetidos aos efeitos simulados do desgaste por falta de gravidade,
apresentaram resultados promissores.
Os pesquisadores equiparam os ratos com um cinto
de segurança e os suspenderam por uma corrente no teto da gaiola. 24 espécimes
machos foram expostos a uma carga gravitacional normal (a da Terra) e depois a
de Marte, onde a força gravitacional é muito mais baixa, até 60% menor. Os bichinhos
ficaram pendurados assim por 14 dias. Metade deles receberam resveratrol em
água e a outra metade apenas água.
A comida era a mesma e podia ser distribuida à
vontade. Os cientistas mediram a circunferência da parte de trás dos membros -
onde o soleus se localiza - e a força de pressão das pernas da frente e de trás
semanalmente, e ao fim dos 14 dias os músculos foram analisados.
Os resultados, segundo os responsáveis,
"foram impressionantes": como esperado, a "condição de
Marte" enfraqueceu a aderência e reduziu a circunferência da panturrilha e
o peso muscular, entre outros. "Mas incrivelmente," a suplementação com
resvaratrol quase resgatou completamente o aperto das pernas e protegeu a massa
muscular”, de acordo com cientistas, que reconhecem, no entanto, que a proteção
não estava 100% completa, já que algumas áreas das fibras não se recuperaram. Como
sabemos que recentemente cientistas italianos descobriram um lago com água em
estado líquido em Marte, talvez seja possível tomar uma taça com amigos
marcianos na beira de uma piscina. Assim, para garantir que vai estar bem, meu
caro leitor ou leitora recomendo que leve vinhos para seu pique-nique no espaço
sideral...
In Vino Viajas está empenhado em ajudar
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com delícias do espaço sideral aqui: http://www.invinoviajas.com/2017/07/como-harmonizar-inter-galacticas/
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Fonte: Agência EFE
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