Por Rogerio Ruschel
Meu prezado amigo ou amiga, a Espanha é um dos três maiores produtores mundiais de vinhos e também um dos maiores exportadores. Todos os anos compete com a França e a Itália por uma das três primeiras posições. Então é importante saber que este poderoso país vitivinicultor se posiciona no mercado internacional utilizando a proteção e agregação de valor de produtos certificados com Identidade Geográfica. Como você sabe, produtos com uma denominação de origem valorizam sua identidade, o que cria um diferencial de marketing que agrega valor de mercado, aumentando a margem de lucro. No Brasil as denominações de origem são certificados pelo INPI nas categorias Identidade IP e DO.
Pois anote: um Relatório do Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentação da Espanha sobre a aplicação do regime de autorização de novas plantações de vinhas e o potencial vitícola na Espanha para 2021, relata vários dados interessantes, sendo que um deles é este: 96% da área de vinhedos na Espanha está em territórios com denominação de origem (Identidade Geográfica).
Os espanhois levam muito a sério a questão da Identidade Geográfica, e tem cerca de 90 áreas geográficas com Denominação de Origem (D.O.) ou outras certificações, de grande ou de pequeno porte, veja aqui: https://wpconseld.com.br/invinoviajas/2018/03/espanha-investe/
A Espanha tem até mesmo uma associação que congrega 56 Pequenas Denominações de Origem – In Vino Viajas já entrevistou diretores da entidade, veja aqui: https://wpconseld.com.br/invinoviajas/2018/04/exclusivo-conheca-a-rede/ .
Além disso, como você sabe, a Espanha é o pais que tem algumas das adegas mais bonitas do mundo, criadas por famosos arquitetos modernos. In Vino Viajas já escreveu sobre tudo isso, veja aqui: https://wpconseld.com.br/invinoviajas/2015/03/conheca-arquitetura-de-j-marino-pascual/
Segundo a Conferência Espanhola de Conselhos Regionais Vitícolas (CECRV), “o consumo de vinhos com Denominação de Origem tem inúmeras vantagens para o consumidor em relação à qualidade e garantias do produto que compra. O selo de uma Denominação de Origem garante o rigoroso controle e certificação dos vinhos protegidos, bem como a rastreabilidade do produto em todas as suas etapas de produção e elaboração. As vinícolas registradas em uma Denominação de Origem comprometem-se a manter a mais alta qualidade possível, bem como a elaborar seus vinhos com as variedades de uvas admitidas em cada território e a Denominação de Origem, preservando a singularidade de cada região vinícola.”
Em 2020, foram concedidas autorizações para 4.750 novos hectares de vinhas, 17.688 hectares para replantação e 1.242 hectares para conversão dos antigos direitos de replantação. Em 31 de julho de 2020, o potencial de produção de vinho na Espanha era de 989.279 hectares.
O Relatório traz ainda informações adicionais sobre a caracterização do setor, entre as quais se destacam:
· 69% das fazendas têm menos de meio hectare e, juntas, têm 6% da vinha, enquanto 4% das fazendas
têm mais de 10 ha e respondem por 59% da vinha.
· A percentagem de castas para vinho é mantida em relação à época anterior e corresponde a 52%
de tintas e 48% de brancas. A superfície restante é uma mistura de variedades.
· Airén é a casta vinífera que ocupa a maior superfície de Espanha (204.507 ha), mas em declínio.
É seguida de perto pela variedade Tempranillo (202.253 ha), cuja superfície está em ascensão.
A área plantada dessas duas variedades se destaca muito acima das demais.
· As variedades mais plantadas desde 2020 foram Tempranillo e Garnacha Tintorera,
seguidas de Verdejo e Syrah. Airén, Bobal e Garnacha Tinta são os que mais diminuíram.
Brindo a um bom tempranillo.
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