Por Rogerio Ruschel
O governo espanhol está preparando um plano de choque para apoiar o
setor vitivinícola, um dos mais afetados pela crise do Covid 19, conforme o
ministro da Agricultura, Pesca e Alimentação, Luis Planas, em entrevista à agência
EFE. Um decreto real está em fase final de aprovação. Como isso afeta o resto
do mundo e a produçãoo dos brasileiros?
O eixo do plano é um decreto real, que está sendo elaborado, no qual serão
propostas até cinco medidas diferentes muito importantes para o setor
vitivinícola, principalmente para vinhos de mais alta qualidade, os mais
afetados pelo efeitos da pandemia (porque 60% de suas vendas estão ligadas ao
setor de hospitalidade), pelo Brexit (que cancelou muitos negócios com a
Grã-Bretanha) e pelas sanções do governo dos Estados Unidos - o
maior consumidor dos vinhos do mundo, com 2,6 milhões de hectolitros em 2018, e que impôs super-taxas de até 125% aos vinhos premium da Europa, em
janeiro de 2020.
As diferentes medidas contempladas totalizam 85,9 milhões de euros (algo
como 540 milhões de Reais hoje) e a
maior quantidade corresponde a retirar do mercado até um total de dois milhões
de hectolitros (1,5 milhão de vinho de mesa e 0,5 com denominação de origem), o
que será financiado pelo Programa de Apoio ao Setor Vinícola. Outros 9,9
milhões de euros serão utilizados para facilitar medidas de armazenamento
solicitadas pelas vinícolas e denominações de origem, buscando administrar o
timing da redução de consumo do mercado do setor de restaurantes.
A terceira proposta será financiar a colheita da uva verde, no valor de
quatro milhões de euros no exercício financeiro de 2020 e mais seis do
orçamento de 2021. "Queremos
implementar essas três medidas imediatamente e é por isso que queremos aprovar
o decreto o mais rápido possível, proceder à distribuição dos fundos entre as
comunidades autônomas por meio de uma conferência setorial e iniciar os
pagamentos em 16 de outubro", antes do próxima safra, destacou o Ministro
da Agricultura, Pesca e Alimentação Luis Planas.
Para 2021, além de financiar a colheita verde, o Ministério da
Agricultura planejou a implementação de medidas de limitação de desempenho:
18.000 kg por hectare na produção de tinta e 20.000 em uvas brancas, como uma
ação regulatória adicional mercado.
O consumo de alimentos de mesa e produtos envelhecidos aumentou a preços
mais acessíveis no período de quarentena. Nestes vinhos, até 8 euros, houve um
aumento notável no consumo, mas isso não aconteceu nos rótulos de maior valor,
que são os mais afetados pelo canal de restauração. “O aumento do consumo doméstico do vinho em
torno de 20%, não pode compensar, nem em volume nem em valor, o que significa o
setor de hospitalidade, que representa 14% do que os espanhóis consomem em
alimentos e bebidas, o que em valor significa um terço dos gastos com
alimentos” disse o Ministro.
Embora os produtores europeus trabalhem em conjunto no que se refere ao
mercado mundial de alimentos (e lá vinho é considerado alimento), em tempos de
crise é cada um por si. Os franceses que foram os mais afetados pelos Estados
Unidos, devem estar planejando saídas semelhantes; In VIno Viajas vai pesquisar
este assunto para seus leitores.
Veja o que o governo brasileiro prometeu
fazer para ajudar os produtores de vinhos no Brasil aqui: http://www.invinoviajas.com/2020/01/os-vinhateiros-brasileiros-contra
Conhaça a supertaxacão dos vinhos europeus
pelos Estados Unidos aqui: http://www.invinoviajas.com/2020/01/trump-quer-detonar-os-vinhos/
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