segunda-feira, 8 de junho de 2015

Exclusivo: jovem designer dos Estados Unidos cria caneta que escreve com vinho – e usando financiamento de crowfunding na internet


Por Rogerio Ruschel (*)
Entrevista exclusiva com Jessica Chan, designer. Jessica Chan, uma jovem designer de Portland, Oregon, Estados Unidos, rompeu várias limitações para criar uma caneta reutilizável e sustentável que pode escrever com vinho. E meu caro leitor ou leitora, a inovação é ainda mais interessante porque o projeto foi financiado em um processo de crowfunding na internet por 850 doadores que contribuíram com um total de US$ 62,062.00 em menos de 6 meses! Na foto abaixo Jessica Chan mostra seu bigode artificial – que me lembra Salvador Dali...
 
A caneta – que foi registrada com a marca WINKpens (abaixo) – escreve também com suco de frutas, chá ou qualquer outro líquido que tenha a propriedade de manter uma coloração. Sobre isso Jessica me disse em entrevista exclusiva que “WINKpens will work with virtually any fluid that contains a staining property. The pen works with traditional inks all the way to using straight wine, beet juice, soy sauce out, etc. right out of the bottle.”
 
Mas a concepção da WINKpens vai ainda mais longe: é um produto mais sustentável porque é reutilizável, recarregável quantas vezes você quiser e não é jogada fora como acontece com aquelas canetinhas esferográficas que você conhece, feitas de plástico derivado de petróleo, um recurso finito. E só para não esquecer, vinho é um produto orgânico e muito mais ecológico do que tinta química, especialmente se for um vinho natureba. "Em essência, WINKpens nasceu da vontade de criar uma forma alternativa e sustentável para escrever, o que nós precisamos fazer todos os dias", me disse Chan. Na foto abaixo um dos testes da nova caneta.
 
Jessica Chan precisava de US$ 47,000.00 e buscou financiamento para seu projeto na Kickstarter, a maior plataforma mundial de microfinanciamentos na internet. Crowfunding é a palavra em inglês para financiamento coletivo e consiste na obtenção de capital para iniciativas de pequeno porte através da agregação de múltiplas fontes de financiamento, em geral pessoas físicas interessadas na iniciativa. Jessica também fez campanhas presenciais na região onde mora, como mostra a foto abaixo.

Na internet é utilizada para arrecadar dinheiro para artistas, projetos sociais de jornalismo, pequenos projetos de impacto social positivo e para ajudar comunidades em regiões atingidas por desastres, Geralmente é estipulada uma meta de arrecadação que deve ser atingida em determinado prazo para que o projeto seja viabilizado. As vezes quem recebe o financiamento promete algum benefício para quem doou, e o site de internet que veicula se remunera com uma parcela do que for arrecadado.
A caneta de Jessica é feita de uma ponta de vidro, com duas cabeças e um pequeno recipiente, onde o líquido-tinta está colocado e que é empurrado para a ponta por um êmbolo na parte superior (veja fotos acima e abaixo). Tudo é completamente lavável e removível. O resultado é uma caneta moderna mas com um cereto charme que poderia estar numa mesa aristocrática do século XIX. A ideia é mesmo muito criativa, revolucionária e Jessica Chan está muito excitada com o sucesso, como ela me disse: “WINKpens allows one to be creative, takes aspects from history and represents them today in a modern way and more in line with the culture we live in.”

A Caneta Winkpens será lançado em Julho nos Estados Unidos ao preço de US$ 60,00. Chan desenvolveu outros projetos como uma impressora sustentável, e uma lareira sustentável que gera energia queimando álcool renovável. Visite o site dela que está disponível ao fim desta reportagem.

Veja a seguir a entrevista exclusiva que Jessica Chan deu para In Vino Viajas, que preferi publicar no original em inglês para respeitar a moça e os leitores.

R. Ruschel: Which was the most difficult part of the development?

J. Chan: There are so many pieces to bring a product to the table. In regards to the product development alone however, I will say the biggest challenge was just getting the concept of this pen (being able to write with alternative inks such as wine, to work efficiently!) It took numerous prototypes, many fails, a lot of reverse engineering of existing products, going back and forth between sketching, concepting, and testing. Eventually I brought on an engineer for further expertise and we continued to go back and forth until finally arriving at the current design for WINKpens! 

R. Ruschel: You just put regular juice, wine or tea to write or these liquids must be special or different?
J. Chan: WINKpens will work with virtually any fluid that contains a staining property. The pen works with traditional inks all the way to using straight wine, beet juice, soy sauce out, etc. right out of the bottle. Nothing happens to the 'liquid' you choose to load the pen with, the pen simply slows the fluids down enough so you can write with it normally and gives the user control of the flow. The main factor that effects how vivid the ink is, is the type of paper you are using. Art papers, and non-coated papers seem to work the best. 

R. Ruschel: Do you have familly or friends in the business wine?
J. Chan: I do not personally have family in the business of wine but I do have quite a few contacts and friends who I've met in the wine industry.

R. Ruschel: Winkpen will be distributed in what kind of shops and where?
J. Chan: WINKpens will have its own e-commerce website for our products. I am also working on partnerships now and plan to be selling in places such as: wineries, art supply stores, pen/stationary shops, unique specialty gift stores, as business promotional gifts and to other online retailers. As WINKpens grows, I will move into more customizable options as well, offering the ability to etch business logos, engrave personal names, and choose different colors, and cosmetic sleeves made out of materials such as wood, metal, etc. 

R. Ruschel: Your company already have a distribution in Brazil, or are looking for, or will sell by internet?
J. Chan: Before starting WINKpens, I freelanced full time as an industrial designer and artist. jDotDesign was my own company that represented myself for freelance work. I am currently am not selling anything in Brazil, and will move into working WINKpens full time. I would definitely would love future opportunity to have WINKpens available in Brazil though! 

R. Ruschel: Wich of your inventions are the most succesfull as a creative solution and the most succesfull in sales?
J. Chan: As a freelancer and doing contract work, I usually work under another company's vision. Although I love being a part of the story told and growth of another company through various products. WINKPens I would say is personally the most successful to me as it is my first product from scratch I've brought into this world and very soon into manufacturing. The amount of support I've received through doing this kickstarter is invaluable, funding over $62,000 is just over a month. The connections and community I've built is amazing and a feeling that can't really be fulfilled elsewhere. I'm excited to get WINKpens out and see the possibilities people will take with this product.  WINKpens allows one to be creative, takes aspects from history and represents them today in a modern way and more in line with the culture we live in. It is also reusable, sustainable, and long-lasting. Helps mitigate “throwaway” culture and there's also the added benefit of having inexpensive ink available virtually anywhere!

Se você tiver interesse na caneta de Jessica Chan – ou quem sabe quiser representá-la em seu país – saiba mais em 

In Vino Viajas acompanha a inovação feita na cultura do vinho. Veja isso também:

Jovens designers da Catalunha criam tinta à base de vinho para rótulos de garrafas - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/01/inovacao-como-solucao-jovens-designers.html


Cientistas australianos criam um tecido com vinho tinto - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/08/cientistas-australianos-criam-um-tecido.html

(*) Rogerio Ruschel é editor deste blog em São Paulo, Brasil, mas enxerga um mundo mais interessante em qualquer lugar do planeta


 

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