sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Vinhedo francês de 200 anos vira monumento histórico nacional; conheça outras árvores com até 4.800 anos.


Por Rogerio Ruschel (*)

A cultura do vinho é de fato uma força impressionante: pela primeira vez na história da França, uma coisa viva foi reconhecida como monumento histórico nacional. Trata-se de um vinhedo da familia Pédebernade na região do Gers, no sudoeste da França. A família Pédebernade (René Pédebernade, de 85 anos, na foto abaixo, é o atual chefe da clã) que plantou e cuida da videira há pelo menos 190 anos, testemunhou que estas videiras resistiram a guerras, mudanças políticas, fatos históricos, climas extremados e até mesmo a filoxera, a doença dos vinhedos que praticamente destruiu a industria vinícola na Europa, no final do século XIX.

Segundo os especialistas, os vinhedos Pédebernade são excepcionais não só pela idade, mas também porque incluem cerca de 20 diferentes tipos de uva, sete dos quais são desconhecidos em qualquer outro lugar, desconhecidas para a ciência. Entre as variedades de uvas identificadas estão a tannat, uma uva vermelha com origem no País Basco, na fronteira entre França e Espanha (hoje muito comum no Uruguai) e a FerServadou, uma uva de pele escura usada principalmente para vinhos tintos e rosados​​. Os sete tipos de uvas não identificadas foram batizados Pédebernade 1 a 7, em homenagem a seu proprietário.

O vinhedo tem 600 videiras plantadas em 12 linhas em um pequeno terreno na aldeia de Sarragachies, que fica na planície aluvial no sopé dos Pirineus. Em 1800, era comum plantar diferentes variedades de uvas em conjunto, e as vinhas estão plantadas para permitir a passagem de bois atrelados para arar o solo. Oito gerações de Pédebernades trabalharam nestes vinhedos. 

René Pédebernade, 85 anos, passou sua vida trabalhando na vinha, mas entregou-a a seu filho Jean-Pascal, 45 anos, (acima) há duas décadas, embora ele ainda ajude a cuidar das vinhas que estão literalmente na porta de sua casa. Acredita-se que foram plantadas por volta de 1822 ano do famoso Grito do Ipiranga e da Independência aqui no Brasil, e um ano depois da morte de Napoleão Bonaparte na Europa. A primeira colheita de uvas para vinificação foi feita em 1827, ano em nascia Manoel Deodoro da Fonseca, que seria o primeiro Presidente do Brasil, e que o escritor frances Victor Hugo publicouLes Orientales”.

Atualmente as uvas dos Pédebernade são vinificadas em conjunto com uvas dos vinhos, em uma cooperativa em Gers (veja abaixo os vinhos de Gers), mas agora a família pediu que seja feita uma edição especial do vinho centenário. E, é claro, a família Pédebernade agora planeja abrir o vinhedo tombado como patrimônio francês para visitação.

  Vinhedos atingem seu pioque de produção com 15 a 20 anos e a maioria dos produtores prefere arrancar e trocar as videiras quando atingem 25 a 30 anos. E junto com elas, corta histórias como esta da família Pédebernade.

Como In Vino Viajas é cultura, veja abaixo outras cinco árvores muuuuuito antigas.

Olive Tree of Vouves
Localizada na ilha de Creta, na Grécia, esta oliveira milenar conhecida como Olive Tree of Vouves tem uma idade estimada em 3.000 anos, embora sua idade exata não possa ser verificada. Apesar da idade, a árvore ainda produz azeitonas. Esta espécie de árvore é resistente à seca, doenças e à prova de fogo.

Matusalém
A árvore mais antiga da terra com seus 4.842 anos é um  Pinus longaeva, apelidada de Matusalém, devido ao personagem da Biblia Sagrada que teria vivido por mais de 900 anos. Matusalém fica nas White Mountains, no estado americano da Califórnia. Sua localização não é revelada para manter a árvore segura contra vandalismos.


General Sherman
General Sherman é o nome de uma sequoia gigante, a maior do mundo ainda de pé, com uma idade aproximada em cerca de 2.500 anos e volume que a torna a maior árvore não-clonal em volume do mundo. A General Sherman pode ser encontrado no Sequoia National Park, na Califórnia, Estados Unidos, onde estão cinco das 10 maiores árvores do mundo.

Jōmon Sugi
Jōmon Sugi, fica localizada na ilha de Yakushima no Japão e é uma das razões pelas quais a ilha foi nomeada Patrimônio Mundial da UNESCO. A árvore tem cerca de 2000 anos de idade, mas alguns especialistas acreditam que poderia ser mais velha do que 5000 anos. Se isso for verdade, é possível que Jōmon Sugi seja a árvore mais antiga do mundo – até mesmo mais velha que Matusalém.

Castanheiro dos 100 cavalos
Esta árvore localizada no Monte Etna, na Sicília, Itália, é o maior e mais antigo castanheiro conhecido no mundo. Acredita-se que tenha entre 2000 e 4000 anos de idade. Como está localizada a apenas 5 km do vulcão Etna, a idade desta árvore é surpreendente, pois o Etna é um dos vulcões mais ativos do mundo. O tronco tem 22 metros de diâmetro e a copa, 100 metros. O nome da árvore se originou a partir de uma lenda em que uma comitiva com 100 cavaleiros se abrigaram debaixo desta árvore para se proteger durtante uma tormenta.

(*) Rogerio Ruschel é jornalista e mora e trabalha em São Paulo, Brasil, onde já plantou muitas árvores

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