segunda-feira, 23 de julho de 2012

Vida selvagem: luxo e mordomia na África do Sul

Safáris são a principal atração da África do Sul e podem ser realizados em “game parks” privados (cerca de 350 no país), ou em parques administrados pelo governo.

 Um "gemsbok" no Kgalagadi Transfrontier Park

Para poder concorrer com os preços dos parques públicos – especialmente o Kruger - e atrair a exigente clientela formada especialmente por ingleses, alemães e norte-americanos, os parques privados oferecem muito conforto e qualidade. Administrados por empresas de turismo ou pelos próprios proprietários, eles tratam os hóspedes como verdadeiros reis. 



Os turistas circulam em jipes Land Rover, e com a ajuda de um “ranger” armado, saem todos os dias as 5 horas da manhã e as 5 horas da tarde em busca dos animais. Quando chegam da aventura que dura cerca de duas horas, os hóspedes encontram suites muito bem equipadas, que podem ter banheiras com água quente, camas de cinco (?) andares, ar condicionado, TV a cabo e piscina. As refeições são preparadas com esmero e incluem carnes de gado e herbívoros selvagens (especialmente gazelas e javalis), sempre regadas com o excelente vinho produzido no país (veja o Post “Cidade do Cabo, o charme holandes e as rotas de vinho mais longa do mundo”). O ambiente é planejado para receber visitantes europeus, norte-americanos e asiáticos.

Guepardo, o rei da velocidade das savanas

Nos melhores game reserves os preços podem ser salgados, porque o tratamento é VIP, existem muitos funcionários para cada hóspede e os custos de manutenção são elevados. Por exemplo, um leão custa cerca de US$ 2,500.00; uma girafa, US$ 1.500.00; um búfalo US$ 15,000.00, um rinoceronte branco US$ 37,000.00 e um rinoceronte preto, raríssimo, US$ 55.000.00. O cálculo de capacidade de carga (isto é, o número máximo de visitantes ao mesmo tempo e no mesmo local para que os turistas não perturbem a vida dos animais e o ecossistema) é de um visitante para cada 100 hectares - por dia. É claro que existem game reserves mais economicos, mas não sei se a qualidade da experiência é a mesma.


  Os Parques Nacionais

Os parques administrados pelo governo também fazem sucesso e são muito bons. A África do Sul, com uma população de 44 milhões, tem um território de 1,219 milhões de Km2 e cerca de 16,5 milhões de hectares de áreas de preservação (8,8 milhões privados), o que representa quase 14% do território.


O governo administra uma rede com cerca de 20 Parques Nacionais (7,7 milhões de hectares, a maioria com acomodações para turistas) e um deles, o Kruger National Park, com 2 milhões de hectares (352 Km de norte a sul), é a grande estrela para safaris. É tão grande que tem fronteira com Moçambique e um pedacinho de Zimbabue; aliás, está em curso a criação de um gigantesco parque transfronteiriço, o Greater Limpopo Transfrontier Park, que terá 3,5 milhões de hectares. O Kruger oferece pacotes de roteiros guiados em Land Rovers ou a pé, mas o turista pode entrar com seu próprio carro fazendo rotas pré-estabelecidas, podendo parar em “restcamps” (hospedarias) principais ou em “camps” e locais para pernoite, ao longo do caminho. 

 Cerimonias tradicionais como esta, na Provincia de Freestate, atraem os turistas 

O parque oferece vários tipos de hospedagem, desde simples locais para barracas, até suites de maior qualidade, passando por cabanas e “bushvelds” que ficam em áreas remotas. Os preços, dependendo do período do ano, e da antecedência da reserva, ficam entre US$ 50.00 e US$ 200.00, embora algumas suites possam custar US 450.00 a diária na alta temporada (veja preços atualizados no site Parques Nacionais da África do Sul).


Os recursos receptivos são completos (com restaurantes, cafeteria, telefones, alguns com piscina), oferecem os vinhos do país, mas em geral são mais simples e a estadia mais economica, quando comparados com os oferecidos pelos parques privados, que cobram diárias que começam na faixa dos US$ 250.00.


Fotos: arquivo pessoal ou cortesia da South African Tourism.
Com este blog nos despedimos da África do Sul. A partir do próximo blog vamos conhecer o Movimento Cittaslow, e seu fundador e profundo conhecedor de vinhos chianti, Paolo Saturnini.

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Saiba mais sobre a África do Sul em
  Durban, a Zululândia e Amarulas na África do Sul - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/06/durban-zululandia-e-amarulas-na-africa.html 
Cidade do Cabo, o charme holandes e a rota de vinho mais longa do mundo - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/06/cidade-do-cabo-o-charme-holandes-e-rota.html

Vida selvagem: luxo e mordomia na África do Sul - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/07/vida-selvagem-luxo-e-mordomia-na-africa.html

(*) Rogério Ruschel - rogerio@ruscheleassociados.com.br  - é turista inveterado, jornalista e consultor especializado em sustentabilidade (http://www.ruscheleassociados.com.br/ ). É autor ou editor de 28 publicações sobre sustentabilidade socioambiental. Rogerio viajou à África do Sul a convite da South Africa Tourism.




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