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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Conheça a floresta encantada de Hallerbos, na Bélgica, e comemore esta beleza bebendo uma cerveja exclusiva com duendes, fadas e elfos


Por Rogerio Ruschel (*)
Meu prezado amigo ou amiga, tenho certeza de que você não iria à Belgica exclusivamente para provar seus vinhos, mas sim para provar alguns dos inacreditáveis 450 tipos de cervejas regionais - muitas exclusivas e outras centenárias - visitar os vilarejos graciosos com sua arquitetura histórica, conhecer suas histórias e lendas ancestrais e provar a gastronomia clássica do país que inclui pratos franceses e alemães, queijos diferenciados, doces como o wafel e o spéculoos e o badalado chocolate. Pois agora acrescente outra atração na sua lista: fazer um passeio com duendes e fadas na floresta encantada de Hallerbos.

Localizada no limite das regiões de Flandres (região de cultura germânica, com idioma flamengo/holandês) e Valônia (de herança francesa), no município de Halle, distante cerca de 25 Km da capital Bruxelas, a floresta de Hallerbos é espantosamente linda. Na primavera e no verão a floresta fica coberta de flores, jacintos selvagens chamados Bluebell (no detalhe, na foto abaixo) que misturam azul e violeta, formando um tapete encantador que certamente vai consumir toda a pilha da bateria de sua camêra fotográfica.

Embora atraia muitos moradores da região que fazem passeios, exercícios e caminhadas o ano inteiro, no outono friorento (acima) - e mesmo no inverno com quase 1 metro de neve! -  na primavera e no verão (de março a agosto) Hellerbos fica tomada por fotógrafos profissionais e amadores de todas as partes do mundo procurando recantos, ambientes, árvores, brumas, animais, insetos, fungos, cogumelos e flores, muitas flores. E você não precisa confessar mas procure fadas, duendes, faunos, elfos e outros seres encantados da floresta, que o visitante tem a forte impressão de que estão por lá!

Esta é uma floresta centenária: o registro mais antigo encontrado que faz menção a Hallerbos data do ano 686, no século VII, quando São Waltrudis doou uma boa parte do domínio da floresta à Abadia de St. Waltrudis na comunidade e Ducado de Bergen. Mas não deu muito certo e como os senhores de Bergen não foram capazes de gerir a floresta de maneira adequada, Hallerbos foi colocada sob a tutela e proteção dos senhores da comunidade de Bruxelas em 1229, e assim ficou.

Preservada desde sempre e utilizada na Idade Média como território de caça de poderosos, mesmo perdendo pequenos pedaços, a floresta se manteve viva por séculos. Durante a Primeira Guerra Mundial Hallerbos foi quase destruída pelos nazistas; depois perdeu trechos para “o progresso” moderno do pós-guerra como rodovias, mas também ganhou áreas de agricultura e hoje, com apenas 552 hectares tem sido alvo de campanhas de replantio de árvores do gênero Fagus e carvalhos que levarão dezenas de anos para ficar como estas das fotos. A floresta oferece serviços de primeiro mundo para visitantes – incluindo um museu e mapa de trilhas – que você pode conhecer no site próprio, http://www.hallerbos.be/en/

Mas já que você vai estar na Bélgica procurando elfos e fadas para compartilhar uma bebida, aproveite para conhecer um pouco de seus vinhos. Embora a Bélgica não tenha grande tradição vinícola, vinhedos já existem lá desde o tempo do Império Romano. O país já foi parte das terras do Duque de Borgonha e teve momentos de glória nos séciulos XVI e XVII quando exportava vinhos brancos. Atualmente a produção é muito pequena e os vinhos brancos (90%) são produzidos em duas grandes regiões: no Flemish Brabant, onde convivem quatro AOCs – Appellations d’Origine Contrôlée incluindo a primeira a ser criada em 1997 e a mais importante delas, a Hageland; e em Walloon Brabant que tem uma AOC. 
O país tem menos de 100 hectares de vinhedos no total e se você for procurar em mapas locais, saiba que as vinícolas se chamam Domane ou Weingut, as adegas são chamadas de  Weinkellers e os castelos são Schloss. Mas enfim, para quem investiu seu talento na produção de cervejas maravilhosas e tem vizinhos como a França e a Alemanha, qual a necessidade de competir também com vinhos próprios? Porisso sugiro: depois do seu passeio na floresta mágica de Hallerbos, ofereça um pouquinho do seu copo de cerveja para os novos amigos duendes e elfos – exatamente como você faz aqui no Brasil, dando um pouquinho para o “santo”…
Você gosta de natureza bonita? Então veja estas três reportagens de In Vino Viajas:
·      Conheça o Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, no Caminho Português de Santiago de Compostela - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2015/09/conheca-o-festival-internacional-de.html
·      Percorra os “Caminhos das Maravilhas”, trilhas na floresta com obras de land-art, uma atração turística única na Serra de Francia, Espanha -http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/11/caminho-dos-prodigios-surpreendente.html
·      Faça um passeio pelos belos Vales Pasiegos da Cantabria, Espanha - http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/01/os-belos-vales-pasiegos-da-cantabria.html
(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas em São Paulo, Brasil, e acredita que as florestas têm vida e duendes, fadas e elfos são alguns de seus moradores.
 

domingo, 27 de dezembro de 2015

Conheça Dark Sky Alqueva, o primeiro sitio certificado de turismo astronômico do mundo, nos campos do Alentejo, Portugal, em 15 fotos de Manuel Claro


Por Rogerio Ruschel (*)
Meu querido leitor ou leitora, fui assistir ao novo filme da série Star Wars e me lembrei com saudade da Rota Dark Sky Alqueva, do Alentejo, Portugal, o primeiro sitio de turismo astronômico do planeta Terra certificado como “Starlight Tourism Destination”, que conheci em outubro de 2015.

Pode ser que em outros planetas existam sitios certificados para turismo interplanetário e que ETs estejam nos admirando de longe, mas este do Alentejo é seguramente a melhor demonstração do lado luminoso, o lado Bom da Força aqui na Terra. E a Força aqui, meu caro leitor ou leitora, vem das belezas e delícias das terras do Alentejo, da Reserva Dark Sky Alqueva!

A Reserva Dark Sky Alqueva (essa beleza da foto acima) é uma região do Alentejo com cerca de 3.000 Km quadrados que inclui áreas dos municípios de Portel, Reguengos de Monsaraz, Alandroal, Mourão, Moura e Barrancos, que foi certificada pela Fundação Starlight como a primeira Reserva do Mundo a obter a Certificação “Starlight Tourism Destination” e reconhecida pela Unesco e pela Organização Mundial do Turismo – os organismos da ONU dedicados a cultura e ao turismo. 
Acima uma foto da Via Lactea feita da Reserva por Manuel Claro, o autor das fotos desta reportagem, publicada pela revista National Geographic Portugal. A Reserva é um projeto desenvolvido por várias instituições portuguesas de turismo, desenvolvimento regional e meio ambiente, e dentro dela foi criada a Rota Dark Sky Alqueva, que opera os serviços aqui apresentados. 
Eu não ficarei espantado se dentro de alguns anos o céu do Algarve também seja reconhecido como mais um Patrimônio Mundial da Humanidade de Portugal pela Unesco, porque é um dos céus mais claros e limpos do mundo; o Deserto do Atacama, no Chile, e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, no Brasil, também são locais com céus muito limpos. Na foto abaixo uma foto genial de Manuel Claro de dentro do Dolmen Olival da Pega, no Alentejo.
Mas o Alentejo é o campeão e há muito tempo: a região vem atraindo moradores há mais de 7.000 anos e no Alentejo estão imensos monumentos megalíticos (foto abaixo, menires com estrelas); muitos deles mostram que o Homem do Neolítico já dava imensa importância ao céu, considerando-o como parte da paisagem, estudando-o com interesse e o relacionando com a diversidade dos movimentos celestes.

Acredita-se por isso que muitos dos monumentos megalíticos da região (e são centenas) simbolizam a importância do Sol e da Lua em momentos significativos dos ciclos da natureza, assim como a relação dos astros com a vida do Homem.

O sitio tem telescópios e binóculos para que o turista pesquise, identifique e acompanhe seus astros prediletos ou, com a ajuda de guias altamente capacitados, aprenda a observar estrelas. Com a ajuda certa você pode admirar o centro da Via Láctea, a Ursa Maior e a Ursa Menor ou pesquisar seu planeta predileto; eu por exemplo, pedi ao guia que me levasse até o planetinha mais ocidental do Cinturão de Órion, porque tenho amigos alienígenas que são de lá...
Embora telescópios já estejam disponíveis para os turistas, no local está sendo construído um enorme centro de recepção aos visitantes, que terá mais equipamentos sofisticados, um centro de informação, salas de aula, cafeteria, museu, lojinha e outros serviços. Será um prédio com arquitetura arrojada e desenhada para isso.

Mas desde agora o turista já vai encontrar também outros serviços associados, porque a Rota Dark Sky Alqueva tem convênios com hotéis que oferecem serviços especializados como refeições tarde da noite; entre eles estão o Hotel Refúgio da Vila e as Casas do Montado em Portel, o Hotel Nave Terras em Juromenha, a Casa Saramago, o Monte de Santa Catarina e o Monte Alerta, todos na aldeia do Telheiro, concelho de Reguengos de Monsaraz. Na foto abaixo vinhedos do Alentejo dormem sob a luz de estrelas e satélites que orbitam a terra; o risco foi feito pelo deslocamento da Estação Orbital Internacional.
Além de serviços de hospedagem, restaurantes participantes da Rota oferecem cardápios típicos, especialmente em eventos, entre os quais pratos desenvolvidos pelo Chef António Nobre como lua de queijo derretida com ervas aromáticas, lua cheia de migas de tomate com gambas admirando o céu, meteoritos de porco preto, cometas de borrego ou universos de prazer. Imagine-se com um quitute destes, uma garrafa de vinho alentejano e uma boa companhia nesta varanda da foto abaixo…

Além da hospedagem e da alimentação, a Rota certificou empresas que oferecem também atividades de animação turística como observação da avifauna dia e noite, passeios noturnos a cavalo, canoagem noturna no rio Ardila ou no Lago do Alqueva - o maior lago artificial da Europa, onde também é possível alugar barcos para belos passeios, inclusive com cozinha e camas para várias pessoas - e workshops de fotografia com Manuel Claro, um dos gestores da Reserva e autor das sensacionais fotos desta reportagem. Nas fotos abaixo um auto-retrato de Manuel Claro com Jupiter no céu e Lisboa, uns 80 Kms, ao fundo e alunos se preparando para um workshop de astro-fotografia.


Quando estive ne região não pude conhecer pessoalmente Apolónia Rodrigues, presidente da Genuineland e gestora da Rota Dark Sky Alqueva, mas ela me garantiu que até o fim de 2016 o prédio principal estará terminado e então os visitantes serão recebidos com um padrão turístico de qualidade entre os melhores do mundo, o que vai agregar ainda mais valor a qualquer roteiro com passagem pelo Alentejo. E para os que gostam de vinho com identidade e gastronomia com qualidade, esta região central de Portugal, que é considerada o celeiro agrícola do pais e que já é mundialmente respeitada por suas belezas e delícias, não vai dever absolutamente nada a outras regiões de enoturismo como Bordeuax e Toscana. Aliás, entre outros títulos, o Alentejo foi eleito pelos leitores do jornal norte-americano USA Today em 2014 como “a melhor região vinícola do mundo para visitar”.

A Reserva Dark Sky Alqueva integra-se a uma série de atrações que inclui Reguengos de Monsaraz - a Cidade Européia do Vinho 2015 e vinícolas como a Herdade do Esporão, a Carmim e a Monte dos Perdigões; o Castelo de Monsaraz; duas cidades tombadas como Patrimônio da Humanidade, Évora e Elvas; e outra atração turística tombada como Patrimonio da Humanidade pela Unesco e por mim, o Cante Alentejano. Mas isto tudo ficará para outra reportagem, porque o Alentejo foi feito para ser degustado.

Para saber mais sobre a Reserva Dark Sky Alqueva acesse aqui: https://www.facebook.com/Alqueva/?fref=ts
(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas a partir de São Paulo, Brasil, e é um apaixonado pelo Alentejo. As fotos são de Manuel Claro, astro-fotógrado português premiado, autor de vários livros como o "Dark Sky Alqueva" e um dos gestores da Rota Dark Sky Alqueva.




terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Turismo de Portugal ganha mais quatro prêmios no World Travel Award e contabiliza 65 novos hotéis e remodelações no ano de 2015


Por Rogerio Ruschel (*)

Meu prezado leitor ou leitora, não quero ser repetitivo, mas Portugal está mesmo se destacando no turismo mundial – mais do que isso, está “bombando”, como se diz no Brasil. Como In Vino Viajas tem publicado, o país tem sido indicado ao longo dos ultimos dois anos por leitores de jornais europeus e norte-americanos como detentor de alguns dos melhores destinos do mundo – como o Algarve, as cidades de Porto e Lisboa, Açores, Madeira e a região do Alentejo. Na foto acima a Torre de Belém, uma veterana atração turística (de 1520) em Lisboa, e abaixo o novíssimo restaurante e wine-bar Cella Bar, dos Açores, de 2015.

O turismo está se expandindo em todo o país ajudado por seus ótimos vinhos e gastronomia diferenciada – na foto abaixo, um mapa resumido das atrações. Mais recentemente, no começo de novembro, dois hotéis portugueses conquistaram prêmios Condé Nast Johansens 2016: a Pousada de Lisboa, do Grupo Pestana, inaugurado em 2015, que venceu na categoria de Melhor Pequeno e Exclusivo e o Novo Hotel e o Palácio Estoril Hotel Golf & Spa, um veterano inaugurado em 1930, que foi considerado o Melhor Hotel para Reuniões da Europa. 

Pois recentemente, dia 12 de dezembro de 2015, em evento muito badalado em Casablanca, Marrocos, o país recebeu mais quatro prêmios nos World Travel Awards (WTA), tidos como os “óscares” do turismo – prêmios, diga-se de passagem, decididos por votação online de profissionais do turismo e de turistas como os Condé Nast Johansens. E na mesma semana, em outra demonstração de que o tuirismo no país está mesmo aquecido, a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) anunciou atualizou para 65 o número de novos hotéis e remodelações previstas para 2015. Na foto abaixo turistas na região do Douro, a região vinícola demarcada mais antiga do mundo e Patrimônio da Humanidade.

Os World Travel Awards 2016 de Portugal foram para a Ilha da Madeira, eleita o melhor destino insular do mundo mesmo concorrendo com regiões como Bali, Barbados, Creta, Jamaica, Maldivas e Seychelles; a Parques de Sintra, considerada a melhor empresa em conservação de patrimônios; o hotel Vila Vita Park eleito como o melhor resort ecológico de luxo do mundo e o hotel Conrad Algarve (abaixo), um bi-campeão mundial como melhor resort de lazer de luxo do planeta.

Sintra também foi premiada – pelo terceiro ano consecutivo –, graças à empresa Parques de Sintra, que recebeu o prêmio para melhor empresa do mundo em conservação, como um reconhecimento do trabalho de qualidade que vem fazendo  na conservação e restauro dos parques e monumentos, entre os quais o Palácio da Pena, o Castelo dos Mouros e os palácios de Sintra, Monserrate e Queluz.

Dois hotéis cinco estrelas do Algarve foram premiados: o Vila Vita Park, em Porches (foto acima), que venceu na categoria de melhor resort verde de luxo e o Conrad Algarve venceu novamente como melhor resort de lazer de luxo do mundo. Os WTA são atribuídos desde 1993 e dividem-se por dez grandes regiões, realizando-se eventos regionais ao longo do ano,  que culminam com o grande evento para os premiados a nível mundial. Este ano foram recebidos cerca de 800 mil votos de leitores, vindos de mais de 170 países. Então, meus amigos, proponho um brinde aos profissionais do turismo de Portugal: tim-tim.
 
(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas em São Paulo, Brasil, e recomenda a seus leitores de 129 países que conheçam Portugal antes que o país fique caro demais

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Drew Barrymore, a linda Pantera de Hollywood, lança seu vinho próprio, um romântico Pinot Grigio californiano com aromas de limão, pera e melão


Por Rogerio Ruschel (*)

Meu prezado leitor ou leitora, devo estar enganado mas às vezes acho que todo mundo gostaria de ter seu próprio vinho. Eu, pelo menos, gostaria – e provavelmente seria tinto e de médio corpo. Pois a atriz norte-americana Drew Barrymore também. Mas como ela tem dinheiro, já tem sua vinícola própria (a Barrymore Wines) e seu próprio vinho, o Barrymore Pinot Grigio.

Atriz bonita, competente e divertida, Drew Barrymore surgiu no mundo do cinema em 1982 com seu quarto filme como a Gertie, uma das meninas da familia que recebeu a visita do “ET – O Extraterrestre”. Na sequência fez filmes de ação divertidinhos, como uma das “As Panteras”, dos anos 2000, mas de fato encontrou o sucesso repetido com comédias românticas como “Juntos e Misturados” que estrelou em 2014, com Adam Sandler (na foto abaixo).

Pois a bonitinha de 41 anos é boa também nos negócios. Mãe de duas filhas, autora de um livro de fotografias, mobilizadora social e dona de uma marca própria de produtos de beleza e maquiagem, a Flower Beauty, em 2012 fez uma parceria com a vinicola californiana Carmel Road e em 2014 lançou seu próprio vinho com a uva Pinot Grigio, como uma “memória de fatos acontecidos em sua familia”, como informa o site.

Vendeu todas as primeiras 2.000 garrafas produzidas, é claro, mas sinceramente meu amigo ou amiga, até eu venderia porque se 2.000 garrafas é uma mixaria para qualquer produtor, imagine para uma estrela de Hollywood, não?

Os vinhos da Drew Barrymore são produzidos pelo enólogo Kris Kato, de Portland, que é também quem desenvolve os outros rótulos da Carmel Road, os tintos Panorama, Monterey e Drew’s Blend – todos baseados na uva Pinot Noir e os brancos Carmel Road Unoaked Chardonnay e Carmel Road Unoaked Riesling. Todos os vinhos tem preços entre 25 e 38 dólares. Só o Monterey Pinot Grigio vem assinado pela Barrymore Wines e a safra 2013 custa entre US$ 54.00 e US$ 97.00 a unidade, em lojas dos Estados Unidos.

Ainda não provei o vinho da Pantera de Hollywood, mas especialistas dizem que o Monterey Pinot Grigio de Barrymore apresenta sabores de limão, pêra asiática e melão, com uma mineralidade que é a marca registrada de vinhedos "rochosos" da região de Monterey, Califórnia. A própria atriz informa que o Pinot Grigio pode ser harmonizado com muitos pratos e que fica especial com nhoque na manteiga brown com sálvia e salada Caprese. Eu gosto da uva italiana Pinot Grigio (ou Pinot Gris) e vou ver se encontro alguma das 2.000 garrafas do vinho da Barrymore; se encontrar informarei você.

(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas em São Paulo, Brasil, e se lembra quando assistiu o filme ET.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Pesquisa na Espanha mostra que 91% dos turistas buscam informações sobre enoturismo em sites especializados e apenas 9% nos sites das vinícolas


Por Rogerio Ruschel (*)

Meu caro leitor ou leitora, a indústria do vinho é de importância estratégica na Espanha. A produção de vinhos é uma herança nacional, faz parte das famílias, da história e da cultura do país e do ponto de vista econômico representa uma das principais indústrias do PIB. Em 2013 a Espanha foi o maior produtor mundial de vinhos e em 2014 ficou apenas um pouquinho atrás da França – estes dois países estão constantemente trocando de posição, mes a mes.


Embora o enoturismo na França seja mais desenvolvido, na Espanha a atividade é também gigantesca: conforme dados da Acevin, a Associação Espanhola de Cidades do Vinho, cerca de 42.000 vinícolas receberam um pouco mais de 2 milhões de turistas em 2014, gerando cerca de 50.000 postos de trabalho nas 24 rotas de vinho certificadas (mapa acima e quadro abaixo). O movimento financeiro somente das 523 vinícolas e 29 museus associadas ultrapassou 42,5 milhões de Euros, algo como 161 milhões de Reais. Este número não inclui o faturamento de outros estabelecimentos que também fazem parte das rotas de turismo do vinho como hotéis, alojamentos, lojas especializadas e restaurantes.

 


A atividade é levada muito a sério e como existem centenas de opções de degustações nas 50 províncias espanholas e para encontrá-las era necessário pesquisar individualmente na internet, em 2013 uma empresa criou o primeiro software de geolocalização e georeferência de degustações de vinhos no país para facilitar a vida do enoturista. A empresa se chama Cata Del Vino e o portal (www.catadelvino.com) está se tornando uma espécie de Trivago do setor de vinho no pais. 
--> Na foto abaixo, La Rioja, que também está no Cata Del Vino, e ao longo da matéria veja alguns dos gráficos desta pesquisa.

--> Pois o portal realizou uma pesquisa em novembro de 2015 com cerca de mil enoturistas e resumo aqui alguns dos resultados que são interessantes. A começar pela praticidade de ter a vida facilitada por um buscador especializado que elimina dezenas de horas de pesquisa na internet. Agora esta obviedade foi dimensionada: 91% dos entrevistados reconhecem que buscadores e sites que informam sobre as atividades de enoturismo disponíveis nas datas procuradas são úteis para o planejamento da viagem. Buscar informação em sites especializados é a solução para resolver um grande problema, agora também dimensionado: 67% dos entrevistados afirmaram que não é fácil de encontrar as atividades de degustação nos sites das adegas.

A pesquisa reforçou também o que outros levantamentos e In Vino Viajas já vem informando: 93% dos entrevistados declararam ter interesse em comprar vinho nas vinícolas que visitam e 52% deles disseram que o motivo que os levou a visitar uma adega foi a oferta de preços dos vinhos (veja acima). Só para comparar: em 2014 a Great Wines Capital, associação que reúne os principais pólos de produção vinícola do mundo, divulgou uma pesquisa informando que cerca de 32% da produção de vinhos das adegas associadas era vendida no balcão, para turistas.


Embora 56% dos entrevistados reconheçam que o que os atrai é provar o vinho na vinícola onde ele é feito, 64% dos entrevistados disseram que a atração no enoturismo não é apenas conhecer as vinícolas e degustar vinhos, mas também visitar a região, a comunidade e seus arredores.

Outra coisa óbvia foi agora dimensionada por esta pesquisa da Espanha: 72% dos entrevistados admitem não entender a terminologia utilizada pelo produtor ou sommelier que coordenou a degustação de vinhos oferecidos no tour vinícola. E apenas 37% dos entrevistados disseram que o que mais valorizaram na visita à vinicola foi a explicação sobre o processo de vinificação e a degustação. O que ocorre é que a maioria dos enólogos e sommeliers acham que todas as pessoas tem o mesmo grau de interesse e de informação sobre o vinho que eles tem, o que certamente não é verdade. Eu, por exemplo – e talvez você – não tenho o menor interesse em saber dados técnicos de produção do vinho, e sim ver onde foi feito, por quem, e prová-lo. Vale repetir o que tenho dito: o enoturismo só vai ser viável quando for operado para turistas “normais”, e como uma atividade regional, e não apenas dentro de vinícolas e para turistas especializados em vinho.

Outros dados são interessantes. Os visitantes percebem que a visitação é um bom negócio: 87% dos entrevistados consideram que o turismo do vinho é muito bom para a imagem de marca dos vinhos e das vinícolas e 52% deles acreditam que o turismo do vinho é também economicamente rentável para as vinícolas visitadas. E 83% dos entrevistados disseram que recomendariam aos seus amigos e familiares o roteiro que fez.

A pesquisa da Cata Del Vino conclui resumindo que o enoturismo promove a cultura do vinho; aumenta o turismo no território; é uma nova forma de renda adicional para os produtores de vinho; aumenta o consumo de vinho por novos usuários; promove melhorias no ambiente e na infra-estrutura; melhora a imagem do vinho como produto e diversifica o turismo permitindo ajustes sazonais, porque é uma atividade que pode ser realizada o ano inteiro.

Então meu prezado leitor ou leitora, façamos um brinde à alegria de poder conhecer novas comunidades da cultura do vinho e à boa informação que podemos compartilhar aqui no In Vino Viajas: tim-tim!

(*) Rogerio Ruschel edita In Vino Viajas a partir de São Paulo, Brasi, mas pesquisa tudo sobre enoturismo, em todos os países que tenham informações