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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Com o georreferenciamento de 100% da produção vinícola, Uruguai ganha competitividade no mercado internacional

Por Rogerio Ruschel (*)
A produção vinícola do Uruguai  é realizada por dezenas de pequenos produtores, eminentemente famílias, que colhem manualmente as uvas, e no contexto internacional é pequena: apenas 9.000 hectares no total. Mas o país está aproveitando isso para garantir uma vantagem mercadológica: até o fim do primeiro trimestre de 2015 o Uruguai vai finalizar o processo de georreferenciamento dos vinhedos de Canelones e Colonia, e com isso terá 100% de sua produção de vinho certificada desde a sua origem até a garrafa. Veja acima uma foto do vinhedo da vinícola Garzón, e abaixo o mapa de regiões vinícolas do Uruguai.
Com isso o Uruguai vai ser o primeiro país da América Latina com esta tecnologia de Agricultura de Precisão que permite aumentar  a produtividade e reduzir impactos ambientais. O georreferenciamento associa informações específicas a um endereço via GPS e permitirá agilidade operacional para os pequenos produtores e o desenvolvimento de políticas públicas, porque será possível saber aonde está a produção, qual o volume de produtos nas rodovias e para onde a indústria poderá ser ampliada. No caso uruguaio serão produzidos mapas digitais dos vinhedos e as suas características, como por exemplo o número de hectares, localização, história da colheita, idade do plantio, variedades, identificação de solos (terroirs), tipo de porta-enxerto utilizado e outros.  Veja abaixo coleta de dados em vinhedo no Vale dos Vinhedos, Brasil, e um exemplo simplificado de mapa.
Além disso o georreferenciamento poderá ser utilizado como uma importante ferramenta de mercado - a rastreabilidade – ao mostrar ao consumidor a história de cada garrafa. Explico: o resultado do georreferenciamento poderá ser colocado no rótulo do vinho na forma de um código QR (QR Code), que poderá informar o consumidor sobre a localização geográfica do vinhedo, a uva, os procedimentos produtivos agrícolas e industriais e outras informações, como por exemplo, aquelas relacionadas a turismo. O QR Code (exemplo na imagem abaixo) é um código que ao ser “lido” por um telefone celular é convertido em texto interativo que fornece informações diversas.
Na minha opinião, o georreferenciamento poderá agregar valor internacional aos vinhos das uvas Tannat (foto abaixo), do qual o Uruguai é o maior (e melhor) produtor mundial, e sua combinação perfeita, a harmonização com a carne de cordeiro (também abaixo). 
A valorização do vinho Tannat no mercado mundial ajudaria também a combater o processo de redução de pequenos produtores no país. Aliás, recentemente Virgínia Moreira Stagnari, diretora da Vinos Finos H Stagnari, uma vinícola familiar produtora de vinhos Tannat muito premiados (foto abaixo), declarou a uma revista seu desejo para o ano novo: “Que nenhuma vinícola familiar uruguaia desapareça em 2015”.
Inicialmente empregado para catalogar peças na produção de veículos, o QR Code hoje é amplamente utilizado também no controle de estoque em indústrias e comércio; no caso do vinho, poderá facilitar o gerenciamento do estoque para importadores, revendedores e restaurantes. O QR Code também permitirá que o Instituto Nacional do Vinho do Uruguai (INAVI) - entidade que está conduzindo o georreferenciamento - atualize seu banco de dados e possa garantir a autenticidade, qualidade e segurança alimentar dos produtos – e talvez incentivar ainda mais o enoturismo neste belo país. Abaixo, por de sol na Pousada CampoTinto, região de Carmelo.

No Brasil algumas regiões do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha e em Santa Catarina, já foram georreferenciadas em ações do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Embrapa Uva e Vinho e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ou por iniciativas privadas. Argentina e Chile também tem regiões já georreferenciadas que tem permitido a preparação de mapas turísticos e de produção (veja abaixo um exemplo), que podem ser conhecidas no site http://www.winemaponline.com


 
 (*) Rogerio Ruschel é jornalista e edita este blogue baseado em São Paulo, Brasil; infelizmente ainda não conhece os vinhedos georreferenciados do Uruguai.


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Enoturismo e a economia da Espanha: 42.000 vinícolas vão receber 2 milhões de visitantes, gerando 50.000 empregos em 2014

Por Rogerio Ruschel (*)
Os números oficiais de 2014 ainda não estão fechados, mas as mais otimistas previsões do movimento do turismo na Espanha certamente vão bater novo recorde: são esperados 63 milhões de visitantes estrangeiros até o dia 31 de Dezembro de 2014. Esses dados confirmam que o turismo ainda é a principal indústria do país – e para sua informação, a França recebeu 90 milhões, a Itália 54 milhões e o Brasil apenas 6,5 milhões de turistas em 2013. Na foto de abertura parte da multidão de turistas que invade anualmente a cidade de Haro, em La Rioja, no dia 29 de Junho, dia de São Pedro, para a tradicionalíssima festa “Batalha do Vinho”, realizada desde o século XII e declarada de interesse nacional em 1965.

Neste contexto, o Enoturismo, o turismo ligado a cultura do vinho, é um dos nichos de mercado que fazem este crescimento ser possível. Na foto acima, uma vitrine mostra parte de caves subterrâneas em uma vinícola de Requena. Assim como o crescimento global do turismo no país, o turismo do vinho continua a ganhar popularidade, tanto de turistas nacionais quanto de internacionais. De acordo com a Asociación Española de Ciudades del Vino (Acevin), as 20 rotas dos vinhos espanhóis certificadas foram visitadas por 1.689.209 visitantes em 2013, um crescimento de 18% em relação a 2012. Mantendo-se este mesmo percentual – que é a aposta de analistas do setor - as 20 principais rotas de vinho do pais terão sido visitadas por 1.993.270 pessoas, ou seja, 2 milhões de visitantes em 2014! Na foto abaixo um vinhedo em Ametzmendi, na rota do vinho Txakoli de Getaria, no surpreendente País Basco.

A primavera e o outono continuam sendo as estações mais movimentadas para o setor, e embora a maioria dos visitantes seja formada por espanhóis curtindo seu próprio país, cada vez mais estrangeiros começam a descobrir as vinícolas (bodegas) e vinhedos espanhóis, especialmente alemães, britânicos e norte-americanos. Eu acrescentaria: e cada vez mais profissionais do setor da China frequentam o pais, para fazer cursos, propor negócios e até mesmo investir no ramo, mas isso é assunto para outro post. A pujança do setor vinícola espanhol certamente ajuda o turismo. A Espanha é o pais que tem a maior área de vinhedos e deverá ser o primeiro ou segundo maior produtor de vinhos do mundo ao fim de 2014. Em 2013 ficou com o terceiro lugar no World Ranking Wines & Spirit (WRW&S), o ranking dos rankings que soma a pontuação dos vinhos premiados de todos os países em diversos concursos – a Espanha teve 3.538 rótulos na listagem. Na foto abaixo um exemplo de como atrair enoturistas: incluir visita a uma das três atrações ligadas a Salvador Dali – como o Museu Dali, na foto - na Rota do Vinho Empordà, na Costa Brava, Espanha.

A Espanha tem 280.000 vinícolas produzindo – a maioria de origem ou formato famíliar - que poderiam ser visitadas, mas apenas cerca de 15% delas estão organizadas formalmente para receber turistas, grande parte delas localizadas nas regiões vinícolas de La Rioja, Catalunha e Castilla y León. A oferta de atividades para o turista é impressionante. As rotas oferecem cerca de 40 museus ligados ao vinho, entre os quais o Museo Dinastía Vivanco de la Cultura del Vino, em Logroño, La Rioja, considerado modelo pela Unesco (veja abaixo e conheça aqui: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/12/museu-da-cultura-do-vinho-de-la-rioja.html ).

Cerca de 60 atividades lúdicas são oferecidas junto com a gostronomia e o vinho, desde observação de pássaros (veja foto abaixo, do Barranco de Hoz en Chera, incluida na Rota do Vinho Utiel-Requena e leia o post aqui http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/02/bird-degustar-vinhos-e-observar-aves.html ) até atividades desportivas e concursos de poesia, sem falar nas centenas de atrações culturais como museus, ruínas e centros culturais. Quer dizer: mesmo se você não gostar de vinho vai gostar do passeio.

O número de vinícolas com serviços de turismo certamente irá aumentar nos próximos cinco anos, uma vez que a combinação de gastronomia, história, cultura, arte e tradições locais já foi comprovada que fornece ao enoturismo um enorme potencial para crescer. E além disso as Rotas de Turismo ligadas a Denominações de Origem e a outras entidades de desenvolvimento regionais estão aumentando anualmente seus investimentos em qualidade e atração. Abaixo, interior de um pequeno restaurante montado em uma casa no Pais Basco.
  Um bom exemplo é o da Rota do Vinho Rioja Alta, que registrou quase 200 mil visitantes em 2013. Julio Ibarra Grande, gerente, informa que “entendemos a cultura do vinho como um processo global: não são apenas vinhas ou adegas, é o envolvimento da população, a história, a tradição, a paisagem como uma síntese de tudo isso. Por isso temos muita atenção para o patrimônio cultural, e além de trabalhar com os trades do vinho e do turismo, fazemos parcerias também com outros atores dos municípios como sindicatos, associações culturais e até mesmo bancos através da Associação para o Desenvolvimento de La Rioja Alta (ADRA) que nos ajuda em ações de apoio às empresas e à proteção e divulgação do patrimônio artístico e promoção cultural.” Na foto abaixo a comunidade de Baztan, incluída no roteiro da D.O.  Vinos de Navarra.
Ao longo dos últimos 10 anos o turismo relacionado ao vinho criou mais de 50.000 postos de trabalho em todas as regiões da Espanha, especialmente nas 20 rotas de vinho certificadas pela Acevin, o que vem ajudando bastante no aquecimento da economia e na redução das taxas de desemprego, que ainda são altas. Abaixo, a criativa produção de uvas em La Geria, nas Ilhas Canárias.
(*) Rogerio Ruschel é jornalista de turismo e meio ambiente, editor deste blogue e profundo admirador da dedicação ao turismo demonstrada pela Espanha
 


 

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Técnica de 3.000 anos de cultivo de uvas da Ilha Pantelleria, Itália, a “vite ad alberello” agora é Patrimônio Mundial da Humanidade da UNESCO

Por Rogerio Ruschel (*)
O ser humano é mesmo tarado por vinho: as pessoas plantam videiras em todos os lugares, inclusive onde tem tudo para não dar certo. A ilha de Pantelleria (foto acima) é um desses locais. Pantelleria é um território italiano, uma das ilhas que cercam a Sicília, e fica a 84 Km da Tunísia, África e a 102 km da Itália – veja nos mapas abaixo.
Resultado de movimentos tectônicos e vulcânicos, a ilha é um péssimo local para plantar uvas porque não tem rios (apenas o Lago Espelho de Vênus com um diâmetro de 500 metros, abaixo) e o clima é fortemente influenciado por um vento forte que pode atingir picos de 30 nós, o que torna impossível produzir uvas da maneira tradicional. Veja abaixo o lago Espelho de Venus e um pequeno vinhedo de alberello na ilha, de um dos muitos hotéis charmosos da ilha.
Mesmo assim fenícios, gregos e italianos vem insistindo há 3.000 anos e plantando videiras, protegendo-as do vento com cestos, terraços e muros, o que acabou se tornando um sistema de cultivo próprio, o “vite ad alberello” (veja abaixo). Esta antiga forma de cultivo de vinhedos na ilha e em outros locais do Mediterrâneo, infelizmente em perigo, ganhou um fôlego, porque em 25 de novembro de 2014 esta técnica de cultivo da uva foi reconhecida como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. Aliás, é a primeira vez que uma prática agrícola consegue este prestigioso reconhecimento pela Unesco.

Chamada de Pérola Negra do Mediterrâneo, a ilha de Pantelleria atrai turistas como Truman Capote, Madonna, Naomi Campbell, Sting, Gabriel Garcia Marquez, Michelle Pfeiffer, Isabella Rossellini, Monica Bellucci, Carole Bouquet, Giuseppe Bertolucci, Eric Clapton e Franco Battiato, sendo que alguns famosos tem casas lá, como Giorgio Armani. O ator francês Gerard Depardieu produz vinhos na ilha (veja foto abaixo) Aliás, em setembro de 2014, importunado por jornalistas Depardieu teria dito que “Vocês me aborrecem e nesses dias posso chegar a esvaziar 14 garrafas de vinho”… Num dia muito ruim, quando fiscais do imposto de renda franceses conseguirem pegá-lo, ele deve beber um hectare de vinho produzido a moda vite ad alberello...
Como fica no caminho entre a África e a Europa, tal como com a Sicilia, sua irmã maior, Pantelleria já foi invadida e ocupada por fenicios, cartagineses, romanos, árabes, visigodos e outros povos - e na paisagem vulcânica se podem ver vilarejos com ruelas casas e fortificações com influência moura ou grega. Seus vinhos fazem parte do grupo de três DOCs (Denominações de Origem Controlada) da região vulcânica italiana, que inclui a Sicília com o Etna, as Ilhas Eólias e Pantelleria. Aliá, ultimamente a ilha term sido invadida por africanos fugitivos ...
Os três territórios vulcânicos italianos produzem vinhos em 4.000 hectares de vinhedos, dos quais 3.200 são classificadas como "viticultura heróica de montanha”, uma classificação que representa apenas 5% do total europeu. As condições para um vinhedo ser assim classificado são quatro: 1) área vitícola a uma altitude superior a 500 metros acima do nível do mar; 2) terreno com uma inclinação superior a 30%; 3) as vinhas devem ter importância histórica; 4) plantadas em pequenas ilhas, a viticultura deve ser caracterizada por dificuldades estruturais (como altitude, encostas íngremes e terraceamento) com caráter permanente por causa do isolamento. Abaixo um aspecto do vinhedo da vinicola Donnafugata, que tem sede na Sicilia, e é a maior de Pantelleria, com cerca de 65 hectares.
  Com a ajuda da Unesco os vinicultores da ilha – cerca de 15 empresas – esperam atrair apoio e prestigio para os vinhos locais – e o governo espera atrair mais turistas.
Para conhecer outras regiões vinícolas reconhecidas como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, digite “Unesco” em “Pesquisar”, logo abaixo da barra com o nome do blogue – veja na imagem:
 
Saiba mais sobre a Sicilia e seus vinhos vulcânicos em http://invinoviajas.blogspot.com.br/2012/08/vinhos-vulcanicos-as-montanhas.html
Saiba mais sobre vinicultura em área vulcânica, nas ilhas Canárias em http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/01/conheca-o-vinho-malvasia-que-nasce-na.html
Conheça vinhedos plantados em locais muito radicais em http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/07/seis-vinhedos-muito-radicais-no-meio-do.html

(*) Rogerio Ruschel é editor do blog In Vino Viajas e conhece a Sicilia, mas ainda não conhece Panstelleria - você quer me convidar?

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Beatles, Mick Jagger, Madonna, Jim Morrison, Jimi Hendrix, Sting, BBKing … veja as grandes estrelas do rock harmonizando música com vinho

-->Por Rogerio Ruschel (*)

As principais estrelas do Rock & Roll nasceram nas camadas mais baixas da população e talvez por causa disso, ao entrarem para o show-business sempre combinaram música com sexo e drogas pesadas. Muitos músicos da geração psicodélica perderam o controle e fizeram viagens sem volta engolindo pilulas doidonas, cheirando pós esquisitos, enchendo a cara com destilados malucos ou se picando com drogas muito pesadas. Na foto da capa, os Beatles batizam barris de vinho em Jerez de La Frontera, Espanha, no começo da carreira.
-->Mas como tudo na vida, chegou um momento em que eles queriam curtir o sucesso e a beleza da carreira. O companheiro, então, certamente foi o vinho, na forma de champanhes ou taças de pinot noir, merlot, sauvignon blancs e assemelhados. Nas fotos acima, o rolling stone Mick Jagger, a balançante Madonna e o veterano ator de cinema Tony Curtis fofocam em torno de taças, e na outra foto Jagger compartilha champanhe com o guitarrista Lou Reed, um dos criadores do Velvet Underground.
-->A foto acima mostra que o poeta Bob Dylan e a cantora “de protesto” Joan Baez também gostavam de uma tacinha… A revista espanhola Vinopack publicou uma série de fotos de onde tiramos estas que mostram momentos em que o rock se encontrou com vinhos. Veja outras a seguir. Abaixo, o cantor e músico irlandes Bono, da banda U2, ativista em prol da paz e da África, examina com profundidade a cor do seu pinot noir.
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Na foto abaixo, Jim Morrison, vocalista do The Doors, morto em 1971 por uma overdose de heorína segura um cálice vazio, coitadinho...
-->Na foto abaixo Jimi Hendrix, talvez o maior guitarrista do rock, surgido nos grandes festivais de rock dos anos 60 (Woodstock, Monterey, Ilha de Wight) e morto em setembro de 1970, provavelmente por asfixia com comprimidos.
-->Abaixo, os músicos Rod Stewart e David Bowie bebem vinho na garrafa, em uma boate inglesa - lindas, as duas!
-->Os Beatles curtiam muito vinho: abaixo veja John Lennon e o “bonitinho” Paul McCartney, ainda jovens, fazendo um brinde aos leitores do In Vino Viajas.
-->Na foto abaixo o quarteto de músicos da banda norte-americana Ramones, precursora do chamado punk rock, com uma grande coleção de garrafas vazias de champanhe - ou não seria champanhe?
-->Muitos artistas, cantores, compositores, arranjadores, maestros e agentes musicais foram mais longe e produziram ou estão produzindo vinhos. Aqui em In Vino Viajas já publicamos várias destas histórias, como por exemplo estas tres abaixo.


Visite o chateau de Sting no coração da Toscana: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/03/sting-convida-deguste-vinhos-e-faca-sua.html


(*) Rogerio Ruschel é editor deste blogue, já foi critico de música em revistas e emissoras de rádio, na juventude, e continua bebendo vinho – muitas vezes também ouvindo rock & roll.